Uma vitória dolorosa

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Hey gente, antes de começar esse capítulo quero deixar alguns recado.
1 Não desistam da fic, please. Sei que é muito drama, mas é o necessário para chegar aonda eu quero.
2 algumas leitoras me falaram que são sensíveis a temas como Charlie, por isso, estou deixando as partes que não tem haver com o tema destacado. Assim podem pular tudo
3 leiam as notas finais, vou falar um pouco sobreas postagens.
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PARTE SENSÍVEL
Quando Harry acordou mais tarde naquele mesmo dia, mal teve tempo de correr para o banheiro de novo. Seu estômago parecia querer sair do corpo.
- Bebê, sério? Vamos ter uma conversa séria sobre me deixar enjoado. – Sorriu apesar do gosto horrível na boca.
Como ainda estava enjoado, resolveu entrar no banho novamente. A água fria tirou o suor e diminuiu o enjoou. Fechou os olhou deixando a água cair em seu rostos e quando abriu sentiu imediatamente a lágrima cair ao olhar para o chão.
O sangue jorrava por suas pernas formando uma poça ao seu redor. – DOBBY! – Gritou e seu elfo apareceu imediatamente arregalando os olhos ao vê-lo e depois partiu trazendo seu médico poucos segundos depois. – Eu perdi não foi?
Elton Bicard, seu médico, nem piscou ao vê-lo nu. O velho levantou a varinha e fez um exame. – Sinto muito. Beba isso. – Entregou uma poção para Harry que fez sangue sair mais forte até parar.
Harry terminou de se limpar e, com a ajuda do médico, se enrolou em uma toalha e foi para sua cama.
- Tem algo errado comigo não tem?
O médico o olhou por dois segundos antes de se sentar na poltrona de frente para cama. – Existem vários fatores que impedem uma gravidez de seguir, lorde Potter. Nem sempre tem a ver com o portador. Mas se quiser podemos fazer um exame para termos certeza.
- Pode fazer agora?
- Deite-se. – Harry o fez. – Não se mexa. Isso coça a pele. – Foram os cinco minutos mais angustiantes da vida de Harry, até parar. – Você é perfeitamente saudável.
- Então porque?
O médico suspirou. – As vezes acontece. Pode ocorrer má formação fetal, seus anticorpos reconhecem o feto como um invasor, sua magia pode ainda estar trabalhando para te proteger.
- Minha magia?
- Posso te contar uma teoria? – Harry assentiu. - Na época da guerra contra Grindwald, muitas crianças ficaram sem pais ou seus pais ficaram desempregados então tivemos situações de abuso infantil.
- Como o meu?
- Exatamente. - Confirmou. – A magia dessas crianças começou a trabalhar internamente, para protege-los e cura-los.
- Está dizendo que minha magia está me protegendo de uma gravidez?
- E uma das possibilidades, mas não a única. Seu corpo ainda está estressado por anos de desnutrição. Sua magia ainda está trabalhando para te proteger.
- Então se eu engravidar de novo...?
- Pode ou não ocorrer outro aborto. – Harry sentiu suas lágrimas descerem mais forte. – Continue com poções nutricionais, tente sempre exercitar sua magia e tenha hábitos saudáveis. Isso é o máximo que pode fazer. – retirou duas poções de sua maleta e as pois na cabeceira. – Uma é pra dor e outra e para você dormir. Fique de cama hoje.
- Não posso. – Negou. – Preciso ir ao ministério.
- Deixe o ministério para outro dia.
- Não é uma opção. Hoje é a votação da ICW, não vou permitir que Dumbledore retorne a sua posição.
- Vai colocar sua saúde em risco por pirraça?
- ELE FEZ ISSO COMIGO! ELE ME COLOCOU COM PARENTES ABUSIVOS! – Harry sentou na cama. – Eu implorei pra ele me tirar. – Apertou suas mãos. – Ele sabia como eles me trataram e me mandava para lá ano após ano. Ele é responsável por isso! Não só dessa vez, como da outra. Se eu estivesse bem...
- Ainda assim poderia ter ocorrido! – cortou. Bicardi suspirou e o olhou analisando. – Você está determinado, não está?
- Sim.
O médico xingou baixinho. – Você vai ir e vai voltar. Alguém precisará ficar com você o tempo inteiro, evite ficar em pé, beba bastante água e tome a poção para dor.
- Eu vou fazer.
- Se cuida garoto. Você ainda é jovem, vai conseguir sua família. – disse e foi embora o deixando sozinho.
Harry olhou o relógio, ainda faltavam duas horas, ele só precisava estar no ministério as 10, então ele chorou. Por uma hora e trinta minutos, se permitiu chorar, então se levantou secou suas lagrimas e se vestiu.
- Winky, Dobby! – Chamou e os dois elfos apareceram. – Dobby vá até Hermione, e diga a ela que precisa me encontrar na entrada da câmara, diga que é assunto de família. – Dobby assentiu e partiu. – Winky, traz um suco para mim. – Winky puxou sua enorme orelha para baixo. – O que foi? – Winky estendeu um colar com uma pedra preta.
- É um colar de luto, mestre. Ele tem magia calmante para ajudar.
- Obrigado, Winky. – Harry deu um sorriso forçado para elfo que foi embora e voltou com suco e torradas e geleia.
Harry comeu cada coisa sem sentir o gostos e engolindo como se fosse pedra, mas o fez. Chegar no ministério foi doloroso, a poção pouco fez efeito.
- Harry! – Hermione andou até ele em seu uniforme de trabalho. – O que aconteceu? Você estava chorando? Por que está usando um amuleto de luto?
Harry deixou a cabeça cair e passou a mão na barriga. – De novo. – Sussurrou.
Hermione pois a mão na boca. – Sinto muito. Não deveria estar em casa?
Harry negou. – Hoje é a votação do ICW. Preciso que vote por mim. Dói ficar em pé.
- Tudo bem. – Levantou a varinha para o rosto de Harry. – Feitiço de glamour, ninguém precisa saber.
Harry assentiu, deu o braço para Hermione e entraram. Na câmara, em dias como aquele só eram permitidos quem tivesse títulos. Herdeiros e esposas ou consortes eram exceção sendo o primeiro como aprendiz e o segundo para acompanhar quando o detentor do título estava doente, o que era considerado uma enorme fraqueza.
Hermione era sua herdeira temporária e por tanto, era permitida estar lá. Harry escondeu seu cordão em baixo da roupa e esperou sentado em seu lugar na quarta fileira enquanto Hermione sentava-se na primeira.
- Atenção senhora e senhores. – Chamou o ministro. – Hoje é dia da votação do ICW, lembre-se que isso é a votação para um representante na comunidade internacional e não um concurso de popularidade. Espero não ter que cortar discursos de agradecimento a heróis.
Harry olhou para o ministro. Fudge parecia bem mais serio e centrado após a limpeza em Gringottes. Mas fora esse pequeno discurso, a maior parte passou em branco.
Como lorde Black, Potter e Prince, Harry teria direito a três perguntas feitas na ordem alfabética dos títulos. Assim, começando com Abbot, ele aguardou sua vez, o que demorou um pouco, visto que, como previsto pelo ministro, alguns resolveram enaltecer Dumbledore ou faze-lo ficar mal. Por fim, o chamaram.
- Minha pergunta vai para o candidato Dumbledore. – Harry disse firme apesar de tremer com febre. – Nós últimos anos, a Inglaterra perdeu três grandes associações internacionais, A associação mercante de poções, Liga das nações unidas, e recentemente não renovamos o pacto das nações europeias, todo por pura falta de resposta do representante atual. Motivos esses que nunca foram explicados. Eu gostaria de ouvir do atual representante, uma explicação.
Dumbledore suspirou parecendo decepcionado com Harry. – Acho que deveria entender Harry, no mesmo ano em que aconteceram essas reuniões, fui rudemente expulso do ministério após apontar a volta de Voldemort. Fique fora do cargo por quase uma ano e quando voltei, tentei entrar em negociação e nada foi aberto.
- Eu tenho uma réplica. – Disse Harry e Fudge o permitiu falar. – A liga das nações unidas renovou seu pacto no dia 14 de fevereiro de 1995, isso ocorreu durante 2 prova do torneio tribuxo.
A associação mercante de poções criou seu pacto no primeiro de Setembro de 96, quando Voldemort havia sido morto, por mim, devo acrescentar, e então temos a liga das nações europeias, que tem sua renovação a cada dois anos em 31 de outubro. Enquanto lorde Odgen assinou em 95, ele não pode fazer o mesmo no ano passado quando o senhor negligenciou sem motivo algum seu deveres para o ICW.
- Como foi apontado Harry, estive ocupado com Hogwarts.
- Então seus deveres para o ICW foram propositalmente negligenciados. Você têm 3 cargos de importância candidato Dumbledore, e está negligenciando os três. Agora, Lorde Odgen, poderia nos dar sua posição em relações intencionais?
Lorde Odgen falou e Harry se absteve. Só voltou prestar atenção, quando Amber Palmer, funcionária do ministério que tinha direto a um assento, fez sua pergunta e foi respondida. – Casa Potter e Prince se abstém. – Disse. Seu corpo doía e nem podia se dar ao luxo de beber a poção em frente a todos. Hermione o olhava preocupada de tempos em tempos mas ele ignorava seus olhares.
Por fim, eram cerca de uma da tarde quando o ministro se levantou. – Proponho uma pausa.
- Eu protesto! – Harry olhou para Malfoy que o olhava discretamente parecendo preocupado. – É mais fácil acabarmos com isso logo. Todos aqui tem seu candidato em mente, não precisamos arrastar mais do que o necessário.
- Alguém contra? – Perguntou o ministro e poucas mãos se levantaram. – Vou com a maioria. – Afirmou. – Abbott. – Começou novamente a chamada por ordem alfabética. Hermione se levantou formalmente quando chamaram Black e votou por ele em lorde Odgen. Hoveram comentários, mas rapidamente foram calados quando o ministro seguiu chamando os nomes.
- Potter! – Hermione se levantou e votou, depois continuou em pé para votar por Prince. Então acabou. Foi uma Vitória muito amarga para Harry.
Ele retirou Dumbledore de uma esfera de poder, contudo, não conseguia sentir um pingo de felicidade. Harry se levantou com muito esforço e tentou ser o mais discreto possível.
- Você está queimando, Harry. – Disse Hermione o apoiando. – Tem alguma chave de portal?
- Meu anel. – Disse ofegante.
- Vou te levar a área livre e de lá você ativa ela. Vou correr até o professor Snape.
- Não! – Disse firme. – Não o chame. Eu vou ficar bem. Só preciso descansar.
- Ele merece saber, Harry.
- Eu só quero ficar sozinho. Dobby vai me ajudar caso precise. – Hermione o olhou seria.
- Não gosto disso. - eles alcançaram a área livre e Harry imediatamente acionou a chave não dando tempo para contestação.
- Senhorita Granger? – Lucius Malfoy apareceu atrás dele. - O que ele tem?
Ao invés de responder, Hermione pensou em algo. – Lorde Malfoy, sua esposa está em casa?
- Sim. Narcisa não me informou de nenhum compromisso.
- Posso passar por sua lareira?
- O que Potter tem?
Hermione mordeu o lábio, Harry falou para não contar. – Eu não posso ir contra o chefe da minha casa.
- Devo chamar Severus?
- Eu não posso te impedir isso senhor, mas não posso afirmar. – Lucius olhou para Hermione antes de tirar um broche e por em sua mão. – Utilize isso, vou ir até Severus. – Hermione assentiu e Lucius disse a senha para a chave de portal ser acionada.
Hermione surgiu no meio da sala principal de Malfoy manor onde Narcisa estava deitada lendo um livro. – Por que está com a chave de portal de Lucius? – Narcisa questionou ao ver Hermione.
- Ele me emprestou para chegar aqui mais rápido.
- Por que tanta pressa?
- Harry está doente e não quer me deixar chamar o professor Snape.
- O que ele tem? – Perguntou já ficando de pé.
- Outro aborto. – Hermione disse pesarosa. – Preciso voltar ao trabalhou e ele não pode ficar sozinho.
- Eu vou até ele. – Narcisa assentiu e depois de ensinar Hermione a voltar para o ministério com a chave de portal, ela rapidamente atravessou a lareira para Prince manor.
Ao atravessar o hall e surgir na sala, Narcisa encontrou Harry sentado olhando para o nada e se abraçando como uma espécie de auto proteção. Sentou ao lado de Harry em silêncio, e aguardou.
- Como conseguiu passar por isso e ainda assim tentar de novo?
- Eu não sei. Mas no final valeu a pena. Eu tenho meu filho e aquela foi a melhor coisa do mundo.
- Não pensou em desistir?
- Ser mãe era um sonho, mas sim. Várias e várias vezes. – Eles permaneceram em silêncio por um tempo. – Sabe o que eu fazia? Antes de tentar novamente? – Harry negou. – Eu dava um nome, imaginava o sexo, a cor dos olhos e cabelos. Eu imagina uma vida para eles e então me despedia. Fiz isso nove vezes, eu tive 4 meninas e 5 meninos antes de Draco.
- Eu não sei o que fazer.
- Agora, tudo o que você vai fazer e ter seu luto. Você vai chorar, gritar quebrar coisas, amaldiçoar aos deuses ou o que quiser fazer. Você vai ter seu luto e então, vai chegar uma hora, que não vai doer tanto respirar, você vai voltar a fazer suas coisas e vai passar por alguma loja de bebê e pensar sobre isso novamente.
Harry assentiu e se levantou. – Se não se importa, eu vou para o quarto.
- Vá. Eu vou ficar aqui até Severus chegar. – Harry assentiu e andou cambaleante até seu quarto sentindo enormes dores. Já em sua cama, fechou os olhos querendo esquecer que aquele dia existiu.

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