Ron acordou com os primeiros raios de sol batendo em seu rosto. Blaise estava dormindo em seu peito e seu novo anel pesava no dedo.
“Estou noivo.” Pensou. Antes não parecia tão real, mas agora, com a enorme pedra azul em seu dedo, a realidade bateu a porta. Blaise se arrastou colocando o rosto em seu pescoço.
- Eu não me arrependo. – sussurrou para o nada e continuou a olhar para o nascer do sol. Alguns minutos se passaram antes de sacudir seu noivo. – Temos que voltar.
- Só mais um pouco. – Gemeu.
- Você pode dormir de novo, mas temos que voltar.
- Tá bom. – Disse um tanto mal humorado, sentou e voltou a dormir. Ron riu e guardou tudo o que trouxeram dentro as cesta antes de fazer Blaise ficar em pé e de lá aparatar para a casa da avó de seu noivo.
Assim que apareceram, a porta abriu dando um susto em Ron. – Vocês passaram a noite fora. – apontou a avó de Blaise.
- Blaise queria me dar o anel. – Disse mostrando orgulhosamente sua mão.
Eugênia o olhou e assentiu. – Vou assar alguns pães.
- Deixe-me colocar o dorminhoco na cama. – Apontou para Blaise escorado em seu ombro. – E volto para ajudar a senhora.
Eugênia assentiu e deu passagem para os dois. Ron levou Blaise para o quarto, que rapidamente se virou e voltou a dormir. Depois, voltou para a cozinha para ajudar a avó de seu noivo.
Desde que chegou, Ron se descobriu curioso sobre a forma de cozinhar. Eugênia Zabini podia não ser muito fã dele, mas aprovava seu interesse.
- Em que posso ajudar? – A velha senhora depositou uma vasilha de vidro com os ingredientes para fazer pão e sua frente e Ron rapidamente começou a misturar com as mãos até virar uma massa homogênea. – Acabei.
- Deixe descansar. – Ron colocou um pano de prato em cima e deixo a massa em cima da mesa. – Algo mais?
- Não. - Ron assentiu e observou a senhora por alguns minutos, antes de criar coragem e perguntar.
- Como era o pai de Blaise? – Eugênia vacilou por um instante antes se suspirar e responder.
- Dionísio era a serenidade em pessoa. Ele também era criativo e bom com as mãos. Esse cordão que você usa, foi ele quem desenhou e fez. – Ron passou a mão em seu cordão. – Ele era o oposto de Andrea.
- Andrea? – Eugênia apontou para um pequeno quadro onde dois garotos de uns 14 anos riam de algo. – Gêmeos?
- Sim.
- E onde está Andrea?
- Morto. – Ron prendeu a respiração com aquela resposta.
- Sinto muito. – Disse lentamente. – Deve ter sido difícil para Dionísio.
- Ele nunca se recuperou.
- Eu tenho irmãos gêmeos, e não consigo imagina-los separados. – Ron disse estremecendo com o pensamento. – Meu pai também não ajudou, não é?
- Seu pai preferiu ser deserdado a cumprir um contrato de casamento com meu filho.
- Eles estavam em um contrato? – Eugênia assentiu. – Eu não sabia.
- Não tinha como você saber. – A velha voltou a mexer na comida. – Seu avô ficou furioso com seu pai quando ele fugiu, só não o deserdou totalmente por que seu tio Ignácio morreu na mesma época.
- A senhora conhecia meu avô?
- Ele e Cedrella eram padrinhos de Dionísio. Quando seu avô morreu, quem preparou o velório foi meu filho. Dionísio ficou furioso com seu pai.
Ron ficou em silêncio. Cada vez que perguntava, descobria algo diferente sobre sua família e ficava mais decepcionado. – Por isso não gosta de mim?
Eugênia suspirou e se virou para Ron. – Não é que eu não goste de você garoto. Eu só não confio. Nada me garante que você não vai mudar de ideia e fugir. Blaise vem escrevendo sobre você desde que descobriu sobre sua ligação e ao meu ver, ninguém simplesmente deixa de gostar de um sexo para gostar se outro.
Ron a olhou triste. Realmente foi bem rápido, aos vezes o assusta o quanto ele gostava do toque de Blaise. – Está muito cedo. Se importa se eu voltar a dormir?
Eugênia apenas deu as costas e voltou para seu trabalho. Ron, ao invés de caminhar para seu próprio quarto, foi para o quarto de Blaise e deitou ao seu lado olhando para o noivo. – Já está na hora? – Perguntou.
- Não, ainda é bem cedo. – Respondeu observando os traços do rosto do homem negro em frente a ele. Blaise era bonito. Ele tinha uns traços suaves de uma forma masculina de ser. Riu, era estranho achar um homem bonito, mas o mais estranho para si e desejar que não tivesse sido tão preconceituoso quando mais jovem. Assim, ele teria conhecido Blaise mais cedo.
- Eu sinto você me olhando.
Ron sorriu. – Você é bonito.
- Eu não sou bonito, Bambino. Eu sou espetacular. – Ron riu.
- Embora eu concorde, não estava me referindo a isso. – Blaise abriu os olhos e levou a mão ao rosto de Ron afastando uma mexa ruiva do rosto.
- E ao que você está se referindo?
Ao invés de responder aquela pergunta, Ron respondeu a outra. – Eu aceito. – Blaise o olhou confuso. – Casar em agosto.
Seu noivo abriu um brilhante sorriso lembrando a Ron, como foi fácil se apaixonar por aquele italiano intrometido.
Leiam as notas finais ---oOo--- leiam as notas finais
Ao contrário do dia de Ron e Hermione, o dia de Harry não começou antes das dez da manhã. Harry acordou com Severus o chamando.
- Você não dorme? – gemeu ao ver seu noivo tranquilamente sentado em uma poltrona do lado da cama, lendo o jornal e bebendo café.
- Eu durmo o necessário. – Respondeu. – Já são mais de dez e temos que voltar hoje.
- Por quê? Vamos ficar até domingo!
- Você tem obrigações no ministério Harry.
Harry o olhou emburrado e se levantou indo ao banheiro. Saiu dez minutos depois reclamando e Severus podia jurar que ele citou que era culpa de Dumbledore e sentou em seu colo apoiando a cabeça em seu peito.
- Existe outra poltrona.
-Aqui está confortável. – Disse e voltou a dormir. Severus revirou os olhos e deixou que continuasse. Quando Harry parecia que estava desmaiado depois de uma hora, Severus o observou.
Da última vez, mesmo que tenha sido por apenas duas curtas semanas, Harry estava bastante sonolento. Exatamente como estava naquele final de semana. – Baby, hora de acordar.
- Só mais um pouco.
- Não quer fazer o teste? – Aquilo pareceu chamar atenção de Harry que levantou de seu peito. Severus rapidamente convocou o teste e fez os procedimentos.
- Está azul novamente. – Disse Harry decepcionado.
- Ainda é muito cedo. E depois de ontem a noite, se não estava, vai ficar. – Harry deu uma risadinha e voltou a encostar a cabeça em seu peito dormindo quase de imediato. Severus não e incomodou com aquilo. Harry estava gestando, mesmo que o teste dissesse ao contrário. Eles teriam um filho e ia fazer de tudo ao seu alcance para que eles mantivessem dessa vez.
Leiam as notas finais ---oOo--- Leiam as notas finais
Harry insistiu tanto, que só voltaram para casa na sexta feira. Quando saíram na lareira, olhou em volta para a casa que não esteve desde que se casou.
Severus o abraçou por trás. – Por que está parado aí?
- Só observando nossa casa. Não estivemos aqui por um longo tempo.
- Sabe o que isso significa?
- Marcar todos os cômodos da casa?
Severus riu. – Marcar todos os cômodos da casa. – Concordou. Harry se virou e o beijou enquanto Severus habilmente ia soltando sua camisa.
- Grande Harry Potter, voltou! – A voz de Dobby os fez pular em susto.
- Olá Dobby, como ficou tudo na minha ausência.
- Muito bem, Harry Potter, sir. Dobby e Winky cuidaram de tudo.
- Você é o melhor, Dobby. – o elfo puxou suas orelhas gigantesca enquanto corava. – Alguma carta?
- Sim, senhor. - Entregou duas cartas. – Do acompanhamento e do Advogado do mestre.
- Obrigado, Dobby. Você poderia desfazer minhas malas? Trouxe presentes para você, Winky e Monstro.
- Harry Potter, sir é muito gentil. – Disse e desapareceu.
- Acampamento? – Perguntou Severus.
- Pedi a Marcus que ficasse de olho na data em que eles tentaria marcar o casamento. Eles marcaram para o dia doze de agosto.
Severus ficou imóvel parecendo abalado. – Tão cedo?
- É por isso do acampamento. Coloquei cláusulas que me permitem controlar certos aspectos da vida dela. Por isso, vou enviar Gina para um, onde ela só vai voltar dia 31.
- Ela não pode voltar antes.
- Não sem uma ordem minha. Eu ordenei especificamente que nada poderia atrapalhar sua educação, ela vai embora no domingo.
- Não é querendo acabar com seus planos, mas Hogwarts começa oficialmente dia 2. Eles não poderia fazer no dia 1.
Harry suspirou desanimado. – Poderiam. – Apoiou a cabeça em Severus. – Não sei mais o que fazer, Sev.
Severus o abraçou. – Você está fazendo tudo o que pode dentro do seu poder.
- Mas não é o suficiente.
- Nós vamos superar isso. – Harry assentiu. – Agora vamos voltar de onde paramos. – Harry riu e pulou no colo de Severus.
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O contrato
FanfictionHarry conseguiu matar Voldemort na batalha do ministério, mas perdeu seu padrinho no processo. Abandonado pelo mundo bruxo após o evento e sendo obrigado a voltar para casa dos tios, decide que não queria mais aquilo. Ao ir em Gringottes, descobriu...