Sorte Potter

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Harry acordou lentamente com Severus grudado em seu corpo. Um pontada dolorosa no pé da barriga quase inexistente, o fez querer levantar. Desvencilhou do corpo de seu marido e foi ao banheiro.

Quando retornou, sentiu-se totalmente desperto mesmo que fosse apenas 4 da manhã.

- Quer algo? – Perguntou Severus ainda meio adormecido.

- Acho que vou tomar um chá. Volte a dormir. – Severus apenas deitou-se novamente enquanto Harry saia do quarto e ia para a cozinha preparar seu chá.
Enquanto a água esquentava, olhou com preocupação a jornal antigo. Dumbledore levou Arthur Weasley de Askabam. Foi o primeiro grande movimento desde Numengard.

A chaleira apitou junto com uma dolorosa pontada na barriga. A dor era tão forte sua pressão baixou e suas pernas falharam em sustentar seu corpo e, de repente, o chão estava encostado em seu rosto.

- Winky! – Sussurrou. A elfo babá apareceu segundos depois e soltou um guinchou antes de desaparece e aparecer com Severus meio tonto de Sono.

- Harry! – Severus o levantou mas Harry apenas sentia-se mole, seus ouvidos pareciam ter bolhas  de ar, sua audição estava fraca, tudo o que ouvia era incompreensível. Sua visão também estava lhe abandonando aos poucos.

A última coisa que Harry ouviu foi seu marido lhe dizendo que tudo iria ficar bem.

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Severus mal registrou o caminho pelo qual passou. Amaldiçoando seu corpo velho por não conseguir levantar Harry com mais rapidez.
Ele estava perdendo sangue, e Severus tinha medo de considerar o que aquilo significava. Seu marido estava apenas lá, pálido e parecendo uma boneca de pano.

- Vamos fazer uma cirurgia. – Disse a obstetra de plantão.

- Salva meu marido. - A mulher o olhou com algo entre pena e insegurança. Severus já viu aquele olhar antes. – Salva meu marido. – Disse com mais firmeza. Mesmo sabendo que aquela firmeza poderia levar seu filho e que provavelmente Harry nunca o perdoaria... Ao menos ele estaria vivo.

- Vai querer estar na sala? – Uma enfermeira perguntou.

- Sim. – Ele foi com ela se limpar e garantir um avental, touca e luvas, mas antes ... – Espectro Patrono – Não era mais uma corsa que saiu e sim uma coruja*. - Vá para Lupim. – Ordenou. – Estou com Harry no hospital. – Disse e voltou ao procedimentos.

Harry já estava na sala quando ele entrou. Havia agulhas em seu corpo que levavam reposição de sangue e outras vitaminas. Um médico rapidamente limpou sua barriga e começou a cortar.

Severus apenas ficou lá, com as mãos no rosto pálido de seu marido. Foi assim que viu o pequeno milagre deles nascendo... azul. Os médicos o levaram para longe em uma correria. Severus não esboçou nenhum sentimento. Não naquela hora. Seu marido estava perdendo sangue e seu filho morto. Aquela não era a hora. Não era sobre ele.

- Vamos ter que retirar o útero. – Disse um dos médico. Severus o olhou sentindo seu corpo dormente. Se não estivesse sentando, talvez cairia. Aquele era o fim do sonho deles de construir uma grande família.

- Ninguém vai tirar nada. – Severus viu Debra Olinsk, a médica obstetra que atendeu Harry quando ele sofre um acidente no Ministério. – Eu vou assumir agora. – Disse empurrando o médico para o lado. – Vai cuidar do bebê. – Hey, garoto, eu te prometi uma coisa e eu vou cumprir.

Severus a olhou trabalhando, outra reposição de sangue, e mais outra e mais outra é outra. Severus deixou sua mente vagar. Ele pensou em alguns poções que precisaria consultar para ver a nova variante da poções mata lobo.

O registro do coração de Harry parou de apitar e um apito continuou. Então, sua mente vagou para outro tópico. Ele precisava fazer seu testamento. Por mais que fosse triste, Regi e Leda logo se veriam órfãos de novo, mas tinha certeza que Narcisa e Lúcios cuidariam deles.
Virou a cabeça de Harry para si e encostou suas testas fechando os olhos.

O contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora