Casamento, Funerais e Testamentos pt 2

672 94 0
                                    

Harry observou ao redor tenso. Ele sabia que seria a qualquer momento, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de sorrir ao se ver no primeiro evento público com Severus. Ele estava feliz e as crianças estava seguras com Andromeda e Ted.
Harry puxou Severus para a pista de dança quando uma música lenta começou a tocar novamente.
- Não sabia desse seu lado dançarino. – Disse Severus zombando. – Se me lembro bem, em seu quarto ano parecia que alguém estava apontando uma varinha para você.
Harry fez uma careta. – Eu não gosto. Mas é nosso primeiro real evento juntos. Só estou feliz que podemos ao menos mostrar que somos um casal ao invés de apenas algumas fotos.
- Eu... – Severus foi cortado com o patrono de Kingsley. – É agora.
- Vamos até Ron. – Harry disse e correu para onde viu Ron com Zabini e formaram um circulo ao redor de seu amigo. Então eles chegaram. Mais do que previram, mas ainda em menor número. Harry correu quando viu Voldemort pousando onde poucos minutos atrás era ele que estava.
- Olá, Tom! – Harry cumprimentou Voldemort.
- Tão irritante quanto aquele velho miserável.
- Não tenho culpa que tem o mesmo nome de seu pai trouxa. – Harry disse e viu dois comensais olharem surpresos para o homem.
Voldemort ficou irritado e jogou um crucio em sua direção da qual Harry apenas desviou com a varinha. Aquele monstro estava fraco. – Vamos duelar ou você vai ficar de papo?
- Você nunca vai me derrotar Potter.
- Engraçado, pensei ter feito exatamente isso a dois anos atrás. – Voldemort jogou algo escuro que Harry novamente desviou com a varinha. – O que foi, Tom? A verdade dói?
- Você pode ter destruído meu corpo Potter. Mas eu sempre voltarei. – Outro feitiço.
- Por conta das Horcrux? – Tom o olhou com ódio. – Você sabe? Eu destruí todas elas.
- Eu vou acabar com você! – disse e gritou em língua de cobra. – Ataque. – Pelo canto de olho, Harry viu Nagine deslizando ao seu lado e parando enroscada a sua frente.
- Sinto Tom, mas não. – Então ela o mordeu uma, duas, três vezes. E se afastou.
- Sua... – Harry então levantou sua varinha.
- Você poderia ser grande, Tom. – Voldemort então começou a lançar diversos feitiços aleatórios um mais fraco que o outro e por fim Harry lançou seu único feitiço. – Você trouxe isso pra si mesmo. – Estupefaça. – O feitiço vermelho atingiu Voldemort no peito deixando seu corpo ser desfeito em cinzas.
- Essa foi a luta mais anticlimática que eu já vi. – Disse Fred.
- A batalha no ministério foi mais interesse. – Concordou George e Harry bufou olhando ao redor vendo Ron em estado de choque segurando o corpo de Muriel. A única vitima fatal, pelo o que parecia.
Harry correu até Severus e o verificou. – Eu estou bem. Muriel me empurrou. – Harry suspirou aliviado e se ajoelhou para convencer Ron a soltar Muriel.
Assim que Blaise arrastou Ron para a casa, Agnes se ajoelhou ao seu lado fechando os olhos de Muriel. – Eu não sei o que fazer. – Confidenciou a mulher.
- Eu sei. – Disse Agnes. – Mas vou precisar de ajuda. Não é toda semana que se perde dois amigos.
- Eu sinto muito. – Sussurrou e passou o braço por seus ombros.
---oOo---
O dia seguinte foi muito corrido. Andrômeda não se importou em ficar com as crianças por mais algumas horas, o que foi bom, já que haveriam dois enterros.
A cremação de Muriel seria a noite, assim daria tempo de terminarem os últimos detalhes. E por “último detalhes” quer dizes que os Weasley mais velhos deveriam ser convidados. O que seria um saco, uma vez que Ron entendia a importância do sangue, mas não queria seus pais perto.
Então, muito a contra gosto, Harry foi a pessoa que iria até a toca levar as palavras da morte de Muriel. Ele aparatou em um local próximo e olhou saudoso a casa torta que uma vez o abrigou. Uma pena que também abrigava aquelas pessoas.
Harry caminhou lentamente até a porta e bateu. Molly abriu a porta e ao vê-lo.
- Oh! Harry querido, entre, entre. – Harry revirou ao olhos e entrou na casa. Como era bastante cedo, Harry viu que Arthur ainda estava em casa e o jornal ainda não havia saído com as notícias. – Sente-se eu vou te servir.
- Não há necessidade. Preciso fazer muitas coisas ainda. – Disse em pé. Retirou de seu casaco um envelope e depositou na mesa. – Chave de portal para o velório de Muriel Prewett.
Molly ficou pálida e sentou na cadeira. – Tia Muriel morreu?
- Sim. O casamento de Ron foi atacado por Voldemort. Voldemort foi derrotado, mas Muriel perdeu a batalha para Bellatrix.
- Casamento de Ron? – Perguntou Molly. – Ron se casou e não fomos convidados!
- É um tanto hipócrita de sua parte querer um convite, não é mesmo? – Não houve réplica. – As notícias sairão a qualquer momento. A cerimônia de Muriel será a noite. Vocês podem ir ou não, mas saibam de uma coisa, a medida cautelar ainda está valendo e se chegarem próximo a Ron ou Charlie, serão expulsos imediatamente.
- Não temos interesse nenhum naqueles dois. – Disse Arthur. – Para mim, estão mortos.
- Bom. Meu amigo merece mais do que vocês dois. Marcos levará Gina diretamente ao funeral. – Harry se virou para sair, mas antes deu um sorriso maldoso. – É uma menina. – disse e saiu.
---oOo---
Agnes já havia feito os preparativos para o funeral dos Lestrange e, por tanto, apenas fez a cerimônia. Não houve discurso, apenas os ritos de queima de ervas e depois dos corpos.
O silêncio foi profundo e Agnes lamentou a morte do homem que outrora fora seu amigo, seu primeiro amor e o menino que ela segurou nos braços quando nasceu e que a chamou de madrinha.
Como puderam fazer tal coisa? Como desviaram tanto?
Ela não conseguia desviar o olhar das chamas. E nem sair de perto da pira.
- Agnes? Você vai ficar doente e Neville vai comer meu fígado. – Harry disse colocando seu casaco nos ombros da mulher mais velha.
- Eu só queria entender como chegaram a isso.
- As vezes, as pessoas são o que são.
- Acho que sim. – Agnes apertou o casaco ao seu redor. – Daqui a pouco teremos outro desse. – Suspirou. – Ao menos sei que ela estará com o filho e marido.
Harry não falou nada. Não havia o que falar. Seu amigo ainda estava dormindo em estado de choque e depois seriam os testamentos.
No momento ele apenas sentiu a magia Lestrange passar por si. Ele cuidaria das crianças. E lhes daria uma boa infância, ao contrário da dele.
---oOo---
Diferente do funeral Lestrange, o de Muriel foi mais cheio. Não existiam apenas lordes e Ladys e sim amigos das quais a mulher era bastante querida. Ron ainda estava um tanto incomunicável sentado em uma cadeira de frente para a pira e Blaise não saiu de seu lado.
- Você sabe que eles estão vindo, não sabe?
Ron acenou e continuou olhando o local onde o corpo coberto por um tecido branco, descansava. Harry suspirou e caminhou até Hermione que estava abraçada em um canto com Theo.
- Amanhã vou até seus pais. – Disse ao casal e Theo sorriu.
- Estava começando a achar que teria que ir até o ministério processar vocês por enganar a casa Nott. – Theo disse brincando e Hermione revirou os olhos.
- Você esteve muito ocupado Harry. – Então olhou em um ponto atrás dele. – Acho melhor irmos até Ron e Charlie. Eles chegaram.
- Atrasados como sempre. – Harry bufou e caminhou até o casal. – Lembre-se do que eu disse. – Disse surpreendendo o casal.
- Acho que eu tenho o direito de falar com meu filho. – Disse Molly irritada.
- Você perdeu esse direito quando tentou faze-lo abortar. Não se aproxime dele. – Alertou e se afastou indo até Agnes que segurava Leda enquanto Severus segurava Reginald.
- Cadê a menina do papai? – Disse estendendo a mão para o bebê que o olhava de olhos arregalados. – Acho que está na hora dessa bebê dormir. – Retirou a menina do colo de Agnes a apoiando.
- Acha sábio fazer isso? – Agnes perguntou o olhando estranhamente e Harry a olhou confuso.
- O que? – Se virou para Severus já que Reginald começou a chorar. – Acho que está com fome.
- Acho que é a fralda. – Severus disse. – Vou trocar. – Disse saindo.
- Do que estava falando?
- Acha sensato dizer que é o pai deles?
Harry ficou serio. – Eu sou o pai deles.
- Radamanthus é o pai.
- Não estou negando isso. Eu vou contar a eles quando perguntarem, mas até lá eles são meus. – Leda choramingou e Harry a ninou um pouco.
- Só espero que eles não se tornem como o pai e os irmãos.
- Não posso prometer, cada um segue caminho, Agnes. Mas posso dizer que eles serão amados.
- Eles tem que ser educados. – Harry revirou os olhos.
- Eles serão. – Leda puxou seu cabelo. – Cabelo do papai não é brinquedo. – Disse sorrindo para a menina.
- Não a mime.
Harry sem olhar para Agnes disse para a menina. – Quem vai ser a menina mas mimada do mundo inteiro? – A menina soltou um bocejo. E fechou os olhos. – Eles tem três semanas de vida Agnes. Não os trate como se fossem os irmãos. – Harry viu Marcos chegando com Gina. – Gina chegou. – Bufou. – Se eu não soubesse da importância da família, ficaria contente em não ver essa garota nunca mais. – Disse se afastando e indo a Gina. – Se comporte. – Disse assustando a garota.
- Quem é essa criança? – Disse olhando com nojo para Leda.
- Leda, minha filha.
- Filha? Como? Isso é uma piada não é?
- Não, não é. Severus e eu adotamos Leda e Reginald. Isso não é importante agora. Se comporte. Essa é sua oportunidade de agir como uma dama.
Gina revirou os olhos. – Onde estamos afinal?
- Me esqueci que não teria novidades no acampamento. Muita coisa aconteceu em um período de uma semana. Para resumir. Os Lestrange fugiram da prisão e ressuscitaram Voldemort. – Gina ficou pálida.
- Ele está de volta? – Disse com medo estampado no rosto. Harry pela primeira vez viu uma emoção real em Gina que o lembrou de quando ela estava lutando ao seu lado no ministério.
- Não mais. – Gina suspirou em alívio. – Ele atacou o casamento de Ron e consegui derrota-lo novamente.
- Ele pode voltar novamente?
- Não. Descobrimos como ele voltou e conseguimos impedir que o fizesse novamente. Dessa vez não há risco. – Gina assentiu. – Porém, Bellatrix Lestrange atingiu sua tia Muriel. Esse é o velório dela.
- Tia Muriel? – Gina disse abrindo a boca em surpresa e olhou ao redor vendo seu irmão segurando a mão de Zabini.
- Por que Ron está daquele jeito?
- Sua tia impediu o feitiço de atingi-lo. Ele ainda está em choque. Não é todo dia que um casamento termina em morte.
- Casamento?
- Ron se casou ontem.
- E por que eu não fui chamada?
- Por que Ron é sensato. – Disse e Gina bufou. – Como eu disse, se comporte. Assim que a pira terminar de queimar você voltará com Marco. – Severus chegou ao seu lado com Reginald.
- Ele tomou uma mamadeira. Trouxe outra para ela.
- Ela dormiu.
- Por que adotou essas crianças. Elas não servem para cancelar nosso contrato.
- Realmente não servem. Uma pena realmente. – Severus disse secamente. – Contudo eles são nossos filhos, quer você goste ou não. Agora, se não se importa, está na hora. – Apontou para onde Ron acendia uma tocha e caminhava em direção a pira.
O fogo foi acesso enquanto todo entravam em oração para Lady mágica ajuda-la na passagem.
Assim quando o fogo estava por toda a madeira. Ron se virou para fazer seu discurso. – Minha tia era... Bem ele era Muriel. – Deu um sorriso. – Eu não tinha uma boa impressão dela até entender quem ela era realmente.
Muriel era uma dama, e me tornou um lorde e não estou me referido a títulos. – Ron suspirou. – Eu realmente queria falar sobre o quão formidável era minha tia, mas acho que é tudo o que consigo falar no momento sem me tornar uma ameba chorosa e sentimental. – Ron então caminhou até Blaise novamente.
- Que discurso terrível. – Disse Gina.
- Se mantenha em silêncio. – Harry disse em um sussurro. A queima do corpo se fez por três longas horas. Então acabou. Harry caminhou até seu amigo e o abraçou desajeitadamente.
- Quando vão ir viajar?
- Amanhã depois da leitura do testamento. – Respondeu Blaise pegando Leda no colo e depois olhando um ponto atrás de Harry. – Eu juro que vou mandar prende-los.
- Eu ainda preciso te contar algo, Blaise. – Disse Ron e sua voz parecia meio morta.
- Não agora. Já sei que vamos nos estressar nos próximos minutos. – Ron apenas assentiu.
Quando Molly e Gina os alcançou. – Oh! Essa é a menina Lestrange. Deixa eu segura-la. – Estendeu os braços para pega-la mas Zabini a afastou de seu alcance.
- Estou treinando para quando a minha nascer. – Disse sorrindo. – Acho que a nossa garotinha vai ser uma linda princesa que nem essa.
- Ela deveria nascer na Itália. – Ron sussurrou. - Sua avó é uma parteira licenciada, não é?
Molly franziu a testa. – Eu também sou.
- Você não vai chegar em lugar algum perto do meu bebê. – disse Ron irritado. – Já basta ter feito o que fez com Charlie ter dado um esterilizante a ele!
- Eu nunca dei um desses a ele. Arthur foi quem tomou quando... – Ron franziu a testa.
- Quando ele estava gestando Charlie. – Todos, com exceção óbvia fizeram caretas de igual surpresa e incredulidade.
- Você sabe?
- Que o ele precisou ter um filho com Dionísio graças ao acordo de casamento que não o libertou da cláusula, mesmo não casados? Sim eu sei.

O contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora