Harry e Hermione entraram no quarto de Ron no final da tarde para ver como ele estava. Zabini estava na poltrona perto lendo um livro e levantou os olhos para eles. – Ele está bem. Foram muitas decisões tomadas hoje.
- Pode nos deixar sozinhos? - Pediu Hermione. Blaise apenas assentiu e se levantou saindo do quarto.
- Ron? – Hermione o sacudiu.
- Oi? – Disse meio zonzo.
- Está melhor?
- É? Acho que sim. – Deu se ombros. – Eu assinei o contrato.
- Você o que? – Harry quase gritou. – Você não devia ter feito isso!
- Você queria que eu fizesse! – Disse confuso e um tanto chocado com a reação de Harry.
- Você é quem vai ser casado, não eu. Minha opinião não deveria importar!
- Mas...
- Ron, pelo amor de Deus! Você está confuso, pode não ser realmente o que você quer. – Disse Hermione. – Um casamento mágico não pode ser quebrado.
- Ok, eu fiz algumas ementas no contrato, você tem duas semanas pra cancelar. – Disse Harry.
- Então cancela!
- Ronald Weasley, você assinou esse contrato, não pode cancela-lo assim sem mais nem menos. – Castigou Hermione.
- Vocês estão me deixando confusos! – Ron esfregou seu cabelo.
Harry se sentou ao lado dele. – Ron, você assinou esse contrato por um motivo, certo? – Ron assentiu. – Pense nesses motivos e no que eles vão interferir na sua vida. Você tem duas semanas, mas não cancele ou continue por que nós dissemos pra fazer e sim porquê você quer.
Ron se jogou na cama. – Isso deveria ser fácil!
- A decisão de se casar com alguém nunca é fácil. – Disse Hermione. – Principalmente no mundo mágico. Aqui não é possível voltar atrás, por isso deve ser analisado cuidadosamente.
Ron assentiu pegando o travesseiro e o abraçando. – Lilá me beijou. – Disse lentamente. – Eu sentia falta daquilo, mas era mais saudades, não terminamos realmente, apenas fomos separados.
- Queria voltar pra ela? – Perguntou Harry.
- Sim e não. Você não fica mais de um ano com uma pessoa sem desenvolver algum carinho ela. Querendo ou não, sinto falta da nossa amizade também.
- Você ainda pode voltar pra ela. – Disse Hermione. – Quer dizer, que ela fez não foi tão grave...
Ron negou. – O que ela fez me lembrou um pouco do que meus pais fizeram. Eles sempre pareceram pessoas justas e corretas, mas além do contrato, o que eles fizeram para Charlie...
- Não parece um pouco exagerado comparar essas situações? – Harry perguntou calmamente.
Ron negou com a cabeça. - Meu irmão está em pânico comigo perto deles. Ele me pediu pra ficar com Percy ou com a tia Muriel. Falou que se necessário, pagaria até aluguel para que eu morasse longe deles. Charlie está traumatizado e o pouco que estive com ele... – Balançou a cabeça. - Uma vez, eu devia ter uns 9 anos, encontramos uma de nossas vizinhas, ela tinha acabado de descobrir que estava grávida e ficava esfregando a barriga cuidadosamente. Charlie faz o mesmo quando está distraído. Lilá mentiu sobre algo que modificaria tudo. Eu só... não quero isso.
- Você sabe que Zabini não é sua única opção, certo? – Disse lentamente Hermione. – Você pode esperar um pouco e conhecer outra menina.
Ron deu de ombros. – Estar com ele parece ser tão certo...
- Parecer não significa que é.
- Ele me beijou e eu tive que lutar um momento pra lembrar o por que diabos não deveríamos continuar. Eu queria desesperadamente continuar.
- Paixão é diferente de amor, Ron. – Disse Harry. – Amor você vai construir lentamente todos os dias, já a paixão, pode acabar muito rápido se não houver amor. O que você está descrevendo é uma paixão porque Zabini te atrai. E quando acabar, como vai ser?
- O que você sugere?
- Passe um tempo de qualidade com ele. – Disse Hermione. – Descubra seus gostos, o que querem fazer, saiam pra jantar, só se conheçam. Isso, ou vai quebrar esse encanto de vocês ou você vai ter certeza de que é isso que quer.
- Acho que é uma boa! – Disse Ron.
- É uma ótima. – Disse Harry. – Enquanto isso. – retirou uma caixa de madeira do bolso e entregou a Ron. – Não vou ser um hipócrita e achar que você vai se casar virgem. Eu certamente não me casei. Uma por dia. Tome sempre no mesmo horário pelo menos um minuto antes.
- Hey! Por que eu não ganhei isso também? – Questionou Hermione. – Por que eu tenho que me casar virgem! Você é um hipócrita Harry Potter!
- Você é meni...
- Não termina essa frase. – Disse muito brava.
Harry e Ron se encolheram e se afastaram de Hermione. – Você está em um contrato de namoro. – Disse Harry lentamente e esperou pra ver se Hermione se acalmava um pouco.
- Continua, por que a lista de maldições só está crescendo na minha mente.
- Contratos de namoro podem ser quebrados muito facilmente, já o de noivado, não.
- Acho bom eu receber uma caixa dessa quando o meu for assinado, Harry Potter.
- Você vai, promessa de mindinho. – Harry jurou. - Nem Voldemort me da tanto medo quanto você, Mione.
- Ela é assustadora. – Concordou Ron.
- Obrigada. – Hermione sorriu.
---oOo---
O dia começou cedo na manhã seguinte. Muito tinha a ver com os resultados dos NIEN’s chegando. Então todos estava sentados espalhados no Jardim da frente conversando em pequenos grupos mistos. Harry, Ron e Hermione estavam em uma namoradeira em uns dos mais de 10 gazebos.
- Nós vamos acabar nos separando. Certo? – Perguntou Ron. – Quer dizer, Hepzibah vai onde é chamado, não importa o país. Mione no ministério e você em um escritório.
- Ele vai sentir nossa falta, Hermione. – Harry disse zombando.
- Pobre Ron, vai ficar sozinha no mundo. – Eles abraçaram Ron é fizeram cócegas.
- Para idiotas. É sério! – Ron os empurrou. – Eu vou sair do país.
- Está com medo? – Perguntou Harry.
- Um pouco. – Ron deu de ombros. – Muito ruim se sentir alívio por ficar longe deles? – Ron não precisava falar quem era o “eles”, para seus amigos emtenderem.
- Ninguém te culpa por isso, Ron. – disse Hermione. - Por falar nisso, quando vai começar?
- Não sei! Além de uma carta dizendo “Acho bom você ser tudo isso que Herold disse, H” e tinha um p.s. pra eu preencher os papéis com só assinatura dele no final, não tinha outras informações.
- Ele é...
- Louco.
- Eu ia dizer excêntrico, mas isso serve. – Hermione assinou.
- Elas estão vindo! – Alguém gritou e todos olharam para cima. Uma revoada de corujas alcançou a todos.
- Cadê a minha? – Ron estranhou que nenhuma carta chegou a ele. Um elfo apareceu ao seu lado.
- Mestre Harry Potter, sir! A casa foi invadida! Tem um intruso na sala principal.
Os três amigos correram com a varinha em mãos. A sala principal era composta por vários sofás e poltronas para receber convidado. Em um dos sofá, um homem na faixa dos 60, vestido com um terno bege e um sobretudo cinza. Cobrindo uma proeminente barriga e cabelos ralos, lia um jornal enquanto bebia café em um copo de isopor.
- Nunca ouviu que não é educado invadir a propriedade alheia? – Perguntou Harry.
- Abaixe essa varinha garoto, ou alguém vai se machucar. – disse sem levantar os olhos dos jornais.
- E mesmo? Posso saber quem? – desafiou.
- Eu. – Harry bateu com a mão no rosto.
– Quem é você?
- Hepzibah Soanso. Eu diria as suas ordens, mas estou cansado. – Mudou sua página de jornal. – Pra quem começou a estudar em um ano para os NON’s e nos NIEM’s, você foi bem Weasley, mas pode jogar todo esse conhecimento inútil fora. – Rolou os olhos. – Ingleses e suas regras estúpidas. – Terminou o café, dobrou o jornal. – Não façam as palavras cruzadas, eu volto. – Entregou seu como vazio para Harry. – Vem logo, seu aprendizado começa agora.
- Eu estou de bermuda!
- Roupa ideal para onde estamos indo. – Ron mal sentiu a mão do homem em seu ombro antes de aparatarem.
- Me diz que ainda estamos na França. – Disse ao ver a piscina de um hotel. Havia bastante gente ao redor.
- Herold Bancari! Não achei que ia te encontrar tão cedo! – Um homem alto e gordo, vestido uma bermuda com flores havaianas, cumprimentou Hepzibah deixando Ron confuso, quem era Herold? – Esse jovem desse deve ser seu sobrinho!
- Sim, - confirmou Hepzibah. – Meu sobrinho, filho da minha irmã, Robert Bancari.
- Então, seu tio falou que quer ser advogado. – Disse o estranho para Ron. – Talvez você possa convencer minha filha a ir pelo mesmo caminho. – Apontou para uma garota loira que estava a duas espreguiçadeira de distância.
- Tenho certeza que Robert vai adorar conversar com Ariella enquanto falamos de negócios. – Disse Hepzibah
- Sempre direto ao ponto, Harold! – Gargalhou o homem. – Por aqui! – Apontou. Eles saíram e deixaram Ron sozinho na piscina, meio sem saber o que fazer e um tanto confuso por ter seu nome trocado para Robert, Ron caminhou até a tal de Ariella e sentou-se ao lado dela.
- Her... oi!
- Não! – Disse a garota.
- Como? – A olhou confuso.
- Eu não vou sair com você, não importa o que meu pai diz.
- Que bom, por que eu também não quero sair com você. Eu estou comprometido.
A menina o olhou com os olhos semicerrados em desconfiança. – Então por que meu pai quer que você converse comigo?
- Eu não faço a mínima ideia. Meu... tio e ele foram falar sobre negócios e me deixaram sozinho. Eu não sabia o que fazer.
- Entendo. – Jogou o cabelo para trás. – Ariella Nabarov.
- Robert... – Hesitou tentando lembrar o sobrenome. – Bancari.
Ela ergueu a sobrancelha. – Não sabe seu próprio sobrenome?
- Bancari é o sobrenome de solteira da minha mãe. – Disse rapidamente. – Meu sobrenome e Digory. – Cedric ia precisar perdoa-lo. – Meu tio me apresenta como Bancari para ficar mais fácil.
- Você fala muito.
- Desculpa. – Ron nem sabia por que estava mentindo, mas estava. - Sobre o que é o negócio do seu pai?
- Tenho cara de alguém que se importar? – Ron ficou vermelho. – Por que quer saber?
- Eu tenho compromissos, meu tio simplesmente me arrastou até aqui e não faço ideia de quanto tempo vai demorar.
Ariella deu de ombros. – Ouvi meu pai falando que a encomenda vai chegar hoje a noite nas docas. Sempre que uma encomenda chega, demora uns três dias pra irmos embora, mas dessa vez ele disse que está perto, então vai ser mais rápido.
- Que bom. – Ron respirou aliviado e deitou na espreguiçadeira com as mãos atrás da cabeça.
- É isso? Não vai falar mais nada? – Ariella parecia irritada.
- O que você quer que eu fale?
- Não sei! Não está interessado em mim?
- Já disse que tenho alguém.
- Ela deve ser uma garota de sorte, ninguém nunca me ignorou.
- Ele é. – Ariella abriu a boca em surpresa.
- Ele? Você é gay? – Ron confirmou por que era mais fácil do que explicar a confusão da sua vida. – Eu nunca conheci um homem gay.
- Sabe, eu não sou uma criatura estranha pra ser observada. – Pela primeira vez Ariella pareceu constrangida. – Na Rússia se você for gay, é pena de morte.
- Que bom que eu não sou russo.
- Gosto de você, Robert. Quer jantar comigo hoje a noite?
- Vou perguntar ao meu tio como está a nossa agenda, mas acho que sim.
- Esteja as seis no saguão.
- Ok!
Depois disso eles trocaram de assunto. Ron contou um pouco do que podia de sua vida para Ariella sem fugir de seu personagem e Ariella contou um pouco da sua em troca. A piscina também foi usada e eles almoçaram no hotel. Por volta das 15, Hepzibah voltou com o pai de Ariella.
- Tio? Ariella me chamou pra ver a cidade a noite, posso ir?
- Claro. – Disse rapidamente. – Mas agora precisamos ir. – Puxou Ron pelo braço e quando saíram do hotel, aparataram de volta para Black Manor. – A menina falou alguma coisa sobre o trabalho do pai?
- Encomenda chega hoje a noite na doca. Foi tudo o que ela disse sobre.
- Qual doca?
- Ela não falou, mas disse que está perto porque eles vão sair mais rápido.
- Você tem muito talento garoto. Como conseguiu essa informação?
Ron deu de ombros, - Ela só me contou.
Hepzibah rolou os olhos. – Esteja arrumado para hoje a noite. A Interpol vai interceptar a entrega.
- O que ele está trazendo?
- Não é o que é quem. Mulheres traficadas. – Ron abriu a boca em surpresa.
- Você podia ter me dado mais informações!
- Eu não podia contar com a sua descrição. Que horas é seu encontro?
- As seis.
- Venho te buscas as dez para as seis para levar Ariella para jantar.
- Espera, não é melhor cancelar?
- Ivan costuma ficar com a filha quando ela não tem compromisso, se ela estiver ocupada, ele vai para as docas. – Disse e aparatou.
- Ron? – Chamou Hermione. – Graças a Deus você voltou! Ficamos sem saber o que fazer. O que aconteceu?
- Ele é louco, Mione! Completamente insano.
- O que aconteceu?
- Eu de alguma forma tenho um encontro com a filha de um traficante russo. Sabia que tem pena de morte na Rússia?
- O que? – Perguntou Blaise entrando junto com Harry, Theo e Draco.
Ron respirou fundo. – Vamos para o meu quarto, é melhor falarmos lá. – Ron contou o que aconteceu e o que iria acontecer naquela noite.
- Acho que preciso de um terno. – Concluiu.
- Você não pode estar falando sério! Não pode ir! – Disse Zabini.
- Ele deve ir! – Disse Hermione. – É o certo é sem falar que ele vai ficar em um restaurante protegido.
- Ainda assim, é perigoso!
- Mas é o meu trabalho. – Disse Ron. – Eu preciso de um terno.
- Eu tenho um, posso ajustar a você. – Disse Draco. – Weasley, você precisa escrever isso depois, estamos carentes de autores depois de Lockheart. – Riu.
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O contrato
FanfictionHarry conseguiu matar Voldemort na batalha do ministério, mas perdeu seu padrinho no processo. Abandonado pelo mundo bruxo após o evento e sendo obrigado a voltar para casa dos tios, decide que não queria mais aquilo. Ao ir em Gringottes, descobriu...