Ministério

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Primeiro de abril chegou muito rápido. Harry estava nervoso, mas Ron estava pingando de suor. Suspirando, Harry saiu de frente do espelho que ficava em seu quarto na mansão Malfoy e cutucou Ron.  
- Ronald Weasley, você apresentou essa lei para um monte de senhores extra oficialmente, por que diabos parece que vai ter um ataque? - Harry acenou sua varinha limpando o suor do rosto de Ron e endireitando suas vestes. 
- Não tenho problema com a lei. Vai dar tudo certo?   
- Então? 
- Eu meio que... estoufugindodaminhatia. - Disse rapidamente a última parte. 
- Você está o que? 
- Fugindo da minha tia. - Sussurrou 
- Ainda não ouvi. 
- Eu estou fugindo da minha tia! - Gritou 
- Por que diabos você está fugindo dela? - Ron não falou, mas o suor voltou a escorrer em seu rosto. - Ron? 
- Eu fiz um teste para saber se sou portador. - Falou lentamente. - Eu recebi o resultado no final de fevereiro. 
- Você é? 
- Não sei. - Harry o olhou confuso. - Eu não abri o resultado. 
- Ok, por que não? - Ron não falou. - Tem medo que dê positivo? - Ron assentiu. - Sabe, ser portador não significa que você precisa se casar com um homem. Os homens da minha família, com exceção do meu pai, eram portadores e se casaram com mulheres. 
- Os homens da minha família que eram portadores, não produziram filhos com mulheres. E pelo o que li da família Prewett, segue o mesmo.  
- Fez um exame de fertilidade junto? 
- Sim. 
- Existe um alemão com um nome impronunciável que fez uma experiência. Ele colocou um gato em uma caixa com um veneno mortal, até que ele abrisse a caixa, nunca iria saber se o gato estava vivo ou morto. - Ron ergueu a sobrancelha. - Severus falou sobre isso enquanto estudava a teoria para a criação de uma poção. - Harry acenou. - O importante é, o gato está vivo e morto ao mesmo tempo. 
- Suas analogias estão indo cada vez mais longe. -Ron o cutucou. - Eu entendi, mas não quero pensar nisso e Tia Muriel quer arranjar um contrato para mim. 
- Você não vai conseguir fugir disso.  
- Eu sei. - Disse derrotado. Alcançou o bolso interno de suas vestes e retirou um envelope branco grande. 
- Você estava com isso o tempo todo? 
- Er... 
- Abre logo. - Ron entregou o envelope para Harry que abriu leu.  
- O que diz? 
- Isso é um documento oficial, que deve ser anexado a qualquer contrato de casamento que você tenha. 
- O que diz Harry? 
- Positivo para Portador. - Ron se jogou para trás. 
- Eu sabia. - Gemeu. 
- Aqui também diz que você é fértil em ambas as suas partes. - Ron o olhou. 
- Isso significa... 
- Que você pode ter bebê com mulheres ou pode engravidar. É com você. 
- Definitivamente com uma mulher. - Disse rapidamente. - Nada contra companheiro, mas não sou gay. 
Harry riu. - Eu também disse isso, e eu amo chupar o pau do meu marido. - Ron fez ânsia de vômito e Harry gargalhou. - Vamos, temos algumas leis para implementar. 
----oOo---- 
Harry amava direito. Sério mesmo. Ele estava escolhendo direito penal e esperava se especializar no direito da criança e adolescente, mas, por Merlin, lidar com os velhotes do ministérios era exaustivo. 
Para implementar uma lei, a mesma deveria ser apresentada com um resumo falado enquanto seu texto era entregue a membros da câmara. Então deveriam haver perguntas, prós e contras, e então, no próximo encontro, haverá uma votação e/ou pedido de mudança em seu texto, mais perguntas.  
Uma lei, no geral, levava de três mês a um ano, no mínimo, para ser votada como permanente. Tudo dependia da sua complexidade. Assim, tudo o que Harry queria, era que Voldemort voltasse naquele momento e o matasse, pois seria muito melhor do que ouvir sobre a porra dos centímetros da droga dos caldeirões. Percy Weasley estudava sobre aquilo quando ele estava no quarto ano, e desde então nenhuma porra de mudança. 
Cansado, Harry levantou a varinha solicitando permissão de fala. - Passo a palavra para Sr. Potter. - Disse Dumbledore. 
- Antes de tudo, gostaria de lembrar ao chefe da câmara que ele deve se dirigir a todos os presentes pelo título formal, e todas as vezes que ele se recusa a fazer, questiono sua capacidade de permanecer no cargo. 
Dumbledore lhe deu um olhar irritado, ainda que sua mascará mostrasse decepção. - Peço perdão, Lorde Potter. 
- Potter-Black. - Harry disse secamente. - Não se esqueça que a família Black ainda existe. - Harry viu o velho apertar as mãos. - Agora, quantos aqui são verdadeiros mestres pocionistas. - Três Lordes e uma Lady ergueram suas mãos. - Qual a opinião de vocês quanto a milimetragem? 
 - Os de estanho devem ter 5 milímetros. - Disse Lady Fawley respondeu. 
- Os outros concordam? - Os três senhores concordaram. - Acabamos de ouvir a opinião de quatro especialistas. Vocês querem continuar a discutir isso por mais quantos anos? - Harry bufou e se sentou.  
- Alguém mais deseja acrescentar algo? - Perguntou Dumbledore. Ninguém se manifestou. - Votação para os 5mm? - Todos os presentes levantaram as mãos - Moção aprovada. Próximo. 
Harry prestou atenção nas outras leis e achou algumas interessantes. Madame Marchbanks queria aprovar lei de mestrado. Harry achou gostou e anotou a ideia da mulher para uma melhoria de texto e então finalmente. 
- Passo a palavra para Lorde Potter-Black. - Dumbledore disse em uma voz reprovadora. 
Harry se dirigiu ao centro da câmara onde um baixo palanque com uma mesinha e microfone estavam. - Boa tarde a todos. Como podem ver a minha proposta é uma solicitação de dois curadores mentais em Hogwarts. 
- Isso parece ser um desperdício de verbas da escola. - Disse Dumbledore. 
- Acho que o acumulo de funções está pesando sobre o senhor, chefe da câmara. - Harry cortou. - Que eu saiba sua função é presidir a seção, não dar opiniões. Curadores mentais tem um estigma, muitos acham que só servem para pessoas mentalmente estáveis, mas, ao estudar para essa lei, percebi que iriam além disso. 
- Quais os benefícios? - Josephe Sloan, um dos poucos nascidos trouxas a ter acento na câmara questionou.  
- Ao invés de responder essa pergunta, gostaria de chamar ao pódio, Adelia Brukes, curadora mental em St’mungos. Ela me ajudou a entender tudo o que sua profissão é capaz de fazer. 
- Adelia Brukes, pode se apresentar. - O auror que fica presente nas reuniões, saiu e voltou com a mulher loira de uns 40 anos, que tinha seu jaleco de médica. Adelia, com muita graça, respondeu sobre ajudar em escolha de carreiras, escolha de matérias, ajudar com ansiedades durante os anos de provas. 
Depois Harry apresentou o relatório de suicídios em Hogwarts. E novamente outra leva de perguntas foi feita. Harry incentivou algumas questões, principalmente no que se refere ao incentivo de conversar não só com a curadora, como entre amigos e até ensinar crianças a procurar sinais. 
- Sra. Brukes, pode se retirar. 
Depois disso foram discutidos os custos. Harry andou investigando as finanças de Hogwart, e apontou que, devido à falta de diversas aulas, além da diminuição crescente, de crianças, os cofres da escola deveriam ser capazes de suprir a necessidade de dois funcionários. 
- Moção para lei ser considerada. -  De 120 pessoas, 87 votaram a favor. Isso significava que sua lei iria ser lida e contestada pelos lordes e pelo público em geral. - Aprovada. - A próxima pessoa falou de outra porcaria totalmente inútil e com perda de tempo, então veio Ron, que apesar de ser apenas um herdeiro, estava usando o passe da tia para apresentar. 
- Isso é um absurdo! - Disse Dumbledore ao ver o título da lei e não repassando. 
Com o tédio estampado no rosto, Ron olhou para o diretor. - Acho que está aqui para presidir, ninguém está interessado na sua opinião. - Ron repetiu suas palavras. Dumbledore passou, com má vontade, os arquivos. Os lordes e ladys ficaram curiosos sobre o que o diretor não gostou. Incrivelmente, até Harry ficou surpreso. Não era a lei que ele e Ron vinham trabalhando. 
- Acho que o título é alto explicativo. - Disse Ron. - Não há, em nossas leis, uma definição de abuso infantil. Isso é algo que eu gostaria de modificar nesse momento. - Harry rapidamente leu o texto que basicamente resumia a “prejudicar física, mental e emocionalmente uma criança”. Todos o resto eram detalhes e possíveis penas. 
Radamanthus Lestrange pediu voz e foi aceito. - Gostaria de questionar ao chefe do supremo, por qual motivo acha essa lei um absurdo? 
- Creio que não sou eu que estou em pauta no momento. - Disse graciosamente. A resposta evasiva não foi uma boa aposta para usar. 
Harry pediu a palavra. - Gostaria de propor no texto as formas que a denúncia pode ser aceita. 
- É a favor dessa lei lorde Potter-Black? - Questionou lorde Shackbout 
- Por que alguém nas seria contra? 
- Os pais têm direito de fazer o que quiserem com os filhos. - Disse um homem que era tão velho, que parecia ter mais de noventa anos. 
- Têm medo que seus filhos e netos te denunciem? - Harry questionou e o homem ficou extremamente vermelho de raiva. - Agora, com tão poucas crianças mágicas, acham prudente deixa-las desamparadas? 
- Os pais jamais machucariam seus filhos. - Disse Dumbledore. 
- Eu não fui criado pelos meus pais. - Disse Harry. - Devo contar o quão carinhosos aquelas pessoas que você me abandonou eram? - Dumbledore ficou levemente pálido. 
- Do que está falando, lorde Potter-Black? - Madame Bones questionou. 
- Creio que não estamos aqui para falar sobre a minha infância, e sim sobre leis. - Se virou para Ron. - Acho também prudente colocar que qualquer denúncia, por mais antiga que seja, deve ser investigada. - Virou para o velho de antes. - Acredito que talvez seu filho vá me agradecer por isso. - Harry viu que fez um inimigo, mas se suas suspeitas estivessem certas, não seriam por muito tempo. 
Assim com a sua, a lei proposta por Ron, foi votada para correção. Aquilo era uma vitória para eles. 
----oOo---- 
Ron não conseguiu dar nenhum um passo para longe de sua cadeira antes de sua tia segurar seu braço. - Acho que já teve muita margem mocinho. Quero seus resultados. 
- Eu não vou me casar com um homem. - Ron entregou o envelope para sua tia e se desvencilhou da mulher e saiu o mais rápido o possível do ministério. 
----oOo--- 
Eram cerca de nove da noite quando Harry entrou no quarto de Severus e praticamente pulou em cima do marido.  - Consegui. Conseguimos. - Beijou Severus enquanto tentava desesperadamente tirar sua roupa.  
- O que conseguiu? - Severus começou a ajuda-lo a tirar a roupa. Depois das roupas saírem, Severus sentou no sofá e Harry sentou em cima dele. 
- As leis. Ron apresentou uma diferente. - Harry se empalou no pau de Severus com um gemido. Pelos próximos minutos, os dois apenas gemeram e gritaram. Então Harry caiu em cima de Severus. - Precisamos fazer isso de novo. - Harry ofegou. 
- Sim. Então o que aconteceu? 
- Foi tudo certo com a minha lei. Aconteceu exatamente como eu previ e a curandeira Burke falou sobre os auxílios de carreiras, de matérias... Eles ficaram focados nessa parte que nem perceberam o item de avaliação obrigatória para os primeiros anos.  
- Eles vão ter tempo para ler detalhadamente. 
Harry sorriu. - Essa foi a genialidade de Ron. 
- Está aí uma característica que nunca pensei que alguém creditaria ao senhor Weasley. - Harry deu uma risadinha. 
- Ron é um tanto infantil e ciumento, mas quando usa a cabeça, sabe ser brilhante.  
- O que ele fez? 
- Ao invés de apresentar uma lei contra o abuso infantil, ele apresentou uma lei caracterizando o abuso. 
- Parece a mesma coisa para mim. 
- A lei contra, não indicava exatamente o que era o abuso infantil. Então, em caso menos severos, poderiam ser descartados. 
- E ao pontuar, sabe-se exatamente o que estão fazendo. 
- Exato. Pedi para Ron acrescentar que denúncias antigas poderiam ser aceitas. Acho que algumas pessoas vão perder seus títulos. 
- Como? 
- A reação de algumas pessoas. Sinceramente, qual o problema das pessoas? Como conseguem olhar para uma criança, para o seu próprio filho ou mesmo parente e machuca-lo. São só crianças. - Severus apertou Harry. 
- Vai ficar tudo bem. 
Harry apenas assentiu e mudou de assunto. Já era mais de meia noite, quando finalmente Severus e ele deitaram-se para dormir. Quando estava quase adormecendo, Harry lembrou-se de algo. A última vez que tinha tomado a poção anticoncepcional tinha sido antes do jantar da noite anterior, por volta das 7, ou será que tinha sido depois? Pensou um pouco, com toda a certeza foi depois.  

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