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Minerva estava classificando algumas cartas de alunos que decidiram trocar suas eletivas de última hora, alguns estudantes o sexto ano choramingando por suas notas e… uma carta de Ginevra Weasley? Por tudo o que sabia, a menina tinha ido muito bem em todas as matérias que selecionou.
 
Abrindo a carta, em vez de continuar especulando, Minerva levou a mão a boca surpresa. Por que aquela menina estava desistindo de estudar? Pegou a carta e correu até Albus. Ela não vinha falando com ele a meses, desde que descobriu, muito acidentalmente que ele assinou um contrato de casamento abusivo para Harry e a menina Weasley. Será que Harry estava fazendo aquilo de vingança? Ela estaria tão decepcionada com ele, se fosse.
 
Ela não bateu ao chegar no escritório do diretor. A porta estava aberta e ao entrar o encontrou parecendo mal humorado enquanto comia aquelas malditas balas de limão. Ele levantou o olhar preocupado ao vê-la. - Minerva? Aconteceu alguma coisa?
 
- Precisamos conversar com o Sr. Potter.
- Como? Por que? - Minerva lhe entregou a carta de Gina.
- A menina Weasley pediu o cancelamento de sua matrícula. Só posso pensar que o Sr. Potter a está obrigando, considerando o contrato absurdo que você fez. - Bufou.
Albus estendeu a mão para pedir a carta que foi depositada em sua mão rapidamente. Ao ler seu conteúdo, franziu a testa. A carta foi escrita pela própria menina e a mesma estava cancelando seus estudos em Hogwarts, alegando que faria estudos independente. - Isso não foi ideia de Harry. Foi escrita pela própria menina.
Minerva franziu a testa. - Por que essa menina quer desistir dos próprios estudos? Eu entendo que pode ser devido ao seu casamento, mas é uma ideia estúpida considerando toda a situação.
- Vou conversar com Molly e saber se ela orientou a menina de forma diferente. - Minerva assentiu e Albus se levantou indo até sua lareira chamando pela toca.
- Albus? - A voz estridente de Molly passou através das chamas. - Precisa de algo?
- Acabei de receber uma carta da jovem Ginevra. Ela pediu o cancelamento da matrícula em Hogwarts. Vocês a orientaram quanto a isso.
- GINA O QUE! Ela não pode sair de Hogwarts! Ela precisa terminar os estudos! Aquele garoto! Eu não vou deixá-lo fazer isso com a nossa menina. - Molly saiu da lareira e foi até a oficina inútil de seu marido que estava debaixo daquele carro inútil que tinha conseguido recuperar. - ARTHUR!
Arthur tentou se levantar e bateu com a cabeça no carro antes de se empurrar e deslizar para fora. - O que aconteceu agora? - Perguntou vendo a cara irritada de sua esposa.
- Gina não vai voltar a Hogwarts! Isso é o que houve! Aquele garoto a obrigou a sair da escola.
Arthur a encarou em silêncio e depois retornou para debaixo do carro sem falar nada.
- ARTHUR! - Arthur saiu novamente e a olhou irritado!
- Você pode gritar e esbravejar o quanto for possível, Molly. O garoto só está cumprindo a sua palavra. A partir de agora é Gina quem deve se preocupar com isso. Ela é quem deve manipular o garoto para conseguir o que quer. Até lá, mantenha-se para si mesmo, e isso inclui não enviar berradores. Quanto mais você o irrita pior é! - Molly assistiu, irritada, seu marido voltar para debaixo do carro. Bufando, deu meia volta. Arthur era patético na maior parte das vezes, mas ele era um bom estrategista quando tinha uma visão melhor do quadro e quando não estava cego por seu ódio infundado.
---oOo--
Harry acordou mas não queria abrir os olhos. Por sorte era domingo e podia se dar ao luxo de ficar na cama até mais tarde. O choro de uma das crianças se fez ao longe, e pela primeira vez se recusou a correr até elas. Pelo amor de Merlin, como estava cansado!
Foi um verão estressante. E longo, muuuito longo. Entre ficar noivo de Gina e cancelar seu noivado, aconteceu tantas coisas, que o verão parecia que nunca terminaria, e bem, não terminou realmente. Dentro de tudo o que aconteceu, Harry ainda tinha que trabalhar com Marcus que parecia gostar de torturá-lo com leituras intermináveis de processos antigos e novos.
Pelo menos o ministério só voltaria no primeiro de setembro, onde ele teria intermináveis horas de reunião para aprovações de leis que foram propostas até o solstício de verão. Isso incluiria sua lei, a de Ron e Theo. Blaise apresentaria uma proposta para os lobisomens, mas isso somente ocorreria depois que a lei proposta por Theo fosse aceita.
Por falar em Theo, ele lhe enviou a proposta de casamento com Hermione já faziam dois dias e a mesma continuava em seu envelope fechado na mesa.
- Você está franzindo a testa. O que tanto pensa? - A voz de Severus o fez abrir o olho. Harry olhou para seu marido que dava leite desajeitadamente para Leda enquanto Reggi estava deitado ao seu lado dormindo.
- Que o verão ainda não acabou. - Disse se espreguiçando. - Aconteceram tantas coisas e ainda é verão.
- Eu entendo. - Disse e chamou Dobby pedindo café da manhã completo. - Setembro também será agitado.
- Não me fale. - Sentou-se na cama e olhou o relógio percebendo que era um pouco mais de três da tarde. - Me diz que esse relógio está errado.
- Tentei te acordar. Você reclamou que a taxa de juros dos navios eram muito altas e voltou a dormir.
- O que? - perguntou confuso. - Melhor deixar para lá. Alguma chance de não ouvirmos falar de Molly Weasley?
- Nenhuma notícia ainda.
- Em algum momento Gina terá que contar. - Dobby trouxe a bandeja com ovos, bacon, torradas e um suco de laranja.
- Merlin nos livre. - Harry riu e quando o cheiro dos ovos se fez presente, mal deu tempo de virar e se impedir de vomitar na cama e consequentemente em Reggi.
Severus estava ao seu lado em pouco tempo lhe ajudando a segurar seu cabelo. - Tira isso daqui! - Apontou para a comida que Severus baniu rapidamente.
- Melhor?
- NÃO! - Gritou. - Eu to gestando de novo! - Disse em uma mistura de lamento com irritação. - Eu vou perder de novo, Sev! EU NÃO QUERO ISSO! - Disse começando a ter um ataque de pânico. Severus apenas limpou ao seu redor e o puxou para seu peito o apertando com força enquanto lutava para se acalmar. Quando finalmente fez isso, Severus o afastou um pouco e lhe deu o suco para beber. - Como sabe? Como pode saber se está realmente gestando?
- Não se faça de sonso, Severus! Portadores são sempre férteis. Nossa festinha de comemoração não foi exatamente pensada. - Harry engoliu o resto do suco. - Você nos limpou naquele dia, trocou minhas poções e… nosso quadro familiar.
- Quadro? - Severus estava realmente confuso agora. Harry se levantou e o levou para o corredor da ala direita, que não era usada por motivos óbvios, e também era onde Harry tinha pendurado seu presente de noivado para Severus.
- Eu embuti a magia familiar Black para identificar novos membros da família e da magia familiar Potter para identificar o lado mágico da família.. - Então apontou para o quadro onde Severus pode ver o nome Amarílis, saindo do escudo Prince, Anthony saindo do escudo… Gaunt? Ele não podia ter certeza, afinal não conhecia, no entanto uma cobra entregava a possível família. Os nomes de Reggi e Leda flutuavam com um escudo que supostamente deveria ser dos Lestrange e outra linha, clara e sem um nome ligado a ela se formava a partir do nome Black.
- Quando você descobriu isso?
- No dia seguinte, mas não tinha essa linha. - apontou a linha nova. - Eu ainda não tinha a visto. Isso só confirma. - Harry sentiu seu corpo mole e Severus o segurou. - Tudo de novo Sev.
- Nós vamos passar por isso.
- Eu não quero passar por isso. - Harry disse de forma tão mecânica. - Eu deveria ter te pedido uma poção. Por um momento, apenas um momento eu pensei, “Vai dar certo”, mas nós dois sabemos que não vai.
- Eu não sabia que você era um vidente. Podemos fazer um grande dinheiro assim. - Disse Severus secamente e Harry se encolheu. - Você não sabe, Harry! - Disse suavemente dessa vez.
- E se não der certo? - Sussurrou.
- E se der?
Harry não falou. Não havia o que falar, para ser sincero. A palavra ABORTO era gritada em sua mente, mas sua boca não conseguia falar. Ele não forçaria um, mas isso não significa que ele estava feliz com a situação ao todo. Ele se lembrou da última vez, e sua felicidade que foi esmaga de uma forma cruel. Severus o abraçou e o levou para cama das quais os lençóis já estavam trocados e as crianças no meio de um monte de travesseiros.
- Eu odeio isso. - Sussurrou e fechou os olhos. Ele não dormiu, mas a escuridão fez bem.
---oOo---
Harry estava respirando pela boca para evitar sentir o perfume floral da mulher. Ele vomitaria em breve se aquilo não acabasse logo. - Você está bem? - Marcos sussurrou em seu ouvido.
O perfume de Marcus piorou seu estado e Harry se empurrou para longe.
- Meu cliente não vai pagar! - Reclamou o advogado imbecil da outra parte.
- Seu cliente é um imbecil inútil igual a você! - Harry disse no limite do irritado e todos o olharam em choque. - Existe uma coisa chamada lei e aqui não está em discussão sobre se ele vai pagar ou não, e sim até quando ele vai nos arrastar para isso. A casa é dos dois, foi avaliada no valor estipulado pelo tribunal, e se ele a vendeu sem a assinatura dela, minha cliente tem direito de reverter a compra o que faria seu cliente se preso por fraude. Então você quer ser preso ou assinar a porcaria do cheque?
A juíza Davies o olhou com um pequeno sorriso. Ela gostava de Harry por seus cortes em várias audiências que duravam muito. - Sr. Potter tem razão. - Comunicou calmamente. - Estamos a duas horas aqui ouvindo você lamentar o ilamentável. Muito bem, além do valor referente a casa, estou lhe aplicando uma multa de digamos,- Bateu com os dedos no rosto de forma irônica. - Cinco mil. - Sorriu pois era o valor que o homem queria pagar pela casa que vendeu sem a autorização da esposa. - Por danos morais a Sra. Taylor e os custos do processo. - Bateu seu martelo e saiu rapidamente.
Yvonne Taylor praticamente pulou em cima de Harry que a empurrou levemente. - VOCÊS! - gritou o Sr. Taylor. - O que você fez! - O homem se aproximou dele e cara, Harry não sabia o que era pior, o cheiro de perfume da mulher ou o do homem. Por isso tudo o que pode fazer foi vomitar no sapato, que com toda a certeza era caro, do homem que se afastou rapidamente.
- Harry! - Marcus pôs a mão em suas costas enquanto continuava a vomitar. - Vou levá-lo para a enfermaria. - Disse quando parou.
- Senhor Potter? - Sua cliente chamou e lhe ofereceu um copo de água. - Obrigada. - Sorriu e mordeu o lábio. - Principalmente por essa última parte. - Harry riu. Yvonne ajudou a Marcus a levá-lo a enfermaria. Yvonne era uma mulher doce e Harry não entendia como se casou com aquele Neandertal.
Depois de terem espetado seu braço com soro. Harry sentiu-se melhor e Marcus sentou-se ao seu lado o obrigando a comer.
- Está melhor? - Marcus perguntou depois que comeu.
- Sim. - Gemeu sentindo o enjoo voltar. - Não foi diferente da última vez.
- Ultima vez? - Perguntou com a sobrancelha erguida. Harry apenas passou a mão em sua barriga e Marcus estendeu de primeira. - Meus parabéns então em ordem então. - Sorriu mas ao ver o rosto de Harry franziu a testa. - Não parece feliz.
- Não é que eu não esteja, e só… essa é a terceira vez esse ano.
- Não dizem que a terceira vez é um charme? - Harry deu uma risadinha.
- E estou com tanto medo. Enfrentar lordes das trevas foi bem fácil comparado a isso.
Marcus levantou a mão e lhe deu um peteleco na testa. - Você está pensando demais. Acho que vou te dar alguns casos extras. - Harry fez uma careta e Marcos riu. - Vou te levar para casa. - A enfermeira entrou na sala e o libertou da agulha idiota antes de Marcus o levar porta afora e o arrastar até um táxi.
- Vamos ao escritório e de lá você passa pela lareira. - Harry assentiu, mas não iria para casa, e sim para a loja de Severus, afinal, era culpa dele e de seu pênis idiota. Harry definitivamente estava mal-humorado. E foi assim que entrou no apartamento em cima da loja, o que acabou por ser uma ideia completamente estúpida, uma vez que estavam reformando e o cheiro de tinta não ajudou nada com seus enjoos.
- Estúpidos enjoos. - Harry disse irritado, chamando atenção da equipe de construção. OS ignorando, desceu as escadas para a loja apinhada de pessoas, que se tornou outra ideia estúpida devido aos cheiros das poções. Correu até o escritório de Severus o encontrando vazio e agradeceu a falta de cheiros fortes e o sofá macio.
Harry não sabe quanto tempo dormiu, mas quando acordou, Severus estava sentado com uma mão em seu rosto o olhando preocupado. - Descansou bem? Você dormiu por quase quatro horas. - Harry se levantou e sentou no colo de Severus, encostando a cabeça na curvatura de seu ombro e fechando os olhos. - Não quer comer alguma coisa? - Harry resmungou e Severus riu. - Vamos, prometo que não terá ovos dessa vez. - Harry fez uma careta.
- Tailandesa. - Severus riu.
- Que assim seja. - Uma batida foi ouvida e Severus gritou um “entre”.
- Er… Mestre Snape, podemos conversar? - Harry levantou a cabeça e viu um homem que definitivamente o lembrava, só que um tanto mais alto. -
- Quer que eu saia? - Perguntou mas não fez movimento para sair de sua posição.
- Er… Lorde Potter, acho que talvez o assunto seja interessante para você. - Harry o olhou com curiosidade.
- Qual o assunto? - Severus perguntou e o homem parecia ainda mais desconfortável.
- Não me leve a mal, Mestre Snape, eu não menti minhas notas ou meu histórico. - Severus ergueu a sobrancelha. - Eu nunca me candidatei para o senhor, na verdade, foi para mestre Telle. - Severus permaneceu em silêncio o que deixou o homem mais nervoso. - Meu avô devia dinheiro a um homem e esse homem cobrou sua dívida me pedindo para vir aqui e bem, meio que… er… não me leve a mal senhor, mas eu prefiro mulheres.
- Quem lhe pediu para vir? - Severus perguntou mesmo sabendo a resposta.
- Albus Dumbledore.
- Muito bem, obrigado pela sinceridade. Se quiser, posso enviar uma carta de recomendação ao mestre Teller.
- Eu agradeceria senhor, mas se não se importar… eu gosto como funciona aqui.
- Muito bem. Pode ir. - O homem deu a volta e saiu da sala.
- Eu não gosto dele. - Disse Harry. - Envie uma carta para esse outro mestre.
- Ele não tem culpa.
- Não importa. - Harry se afastou. - Dumbledore o enviou através de uma ameaça. Ele poderia pedir outra coisa. Mande-o embora. - Harry saiu do colo de Severus. - Mas antes providencie comida para seu marido.
Severus riu e lhe deu um beijo antes de sair.

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