Capítulo 12

522 52 7
                                    

Hero

Repulsa?

Fico irritado de verdade e perco a paciência. Repulsa é pesado demais!

— Dá para fechar esta matraca um segundo e me escutar? — berro, ela paralisa, seus olhos arregalam cinco números e o queixo cai. — Que tipo de homem acha que eu sou?

— Cruel. — sussurra.

Cruel? Eu?

Isto me quebra e me enerva.

Caminho até ela, agarrando sua mão. — Vem cá! Agora vai me ouvir nem que seja a última coisa que eu faça! E se não gostar, me processe, porra! — berro novamente.

A reboco pela sala e a coloco sentada no sofá. Fico parado em pé, à sua frente.

Merda, sei que perdi as estribeiras, mas não lido nada bem com frustrações.

Não era assim que eu havia imaginado essa conversa. Sinto-me contrariado e muito, muito puto. Olho para o teto esfregando as mãos no rosto. Respiro fundo tentando recobrar o meu domínio. Afrouxo o nó da gravata, preciso de ar. Cacete! Por que isso é tão complicado para mim? Inspiro e expiro váriàs vezes e encaro a Caipira. Sua atenção é total em mim, como se esperasse um outro ataque de fúria a qualquer momento.

Maldição!

Levanto o dedo pedindo mais um minuto, pressiono o nariz fechando os olhos.

Calma... Calma... Calma...

Quando sinto que tenho o controle de volta, respiro e volto-me para ela. — Langford... Eu não queria me exaltar só que... Às vezes, as coisas fogem do meu ...

— Controle? Percebi... — interrompe suavemente com um tom de sua voz melódico e doce. Todavia, sei que não passa de um mecanismo de defesa. Ele age como um domador experiente tentando acalmar a fera. — Só respire fundo e se acalme, ok? Eu também estou bem nervosa aqui. — observa-me com cautela. Em seguida, começa a inspirar e expirar algumas vezes, incentivando-me a fazer o mesmo... Sei lá porquê... Eu faço o que sugere e ela sorri. Ficamos assim por uns segundos, nos olhando e respirando em sincronia.

Não sei como ela faz isto, mas funciona. — Bom, né? Sempre faço isto... É Yoga. Agora sente-se. Eu vou ouvir o que tem a dizer.

Olho desconfiado com a mudança de atitude dela. No mínimo, deve estar pensando que sou um louco descontrolado. Não a condeno... É exatamente, o que eu sou ás vezes.

Sento ao seu lado, mantendo uma distância segura. Foco em seu rosto delicado, apesar de meus olhos estarem loucos para explorar seus seios mais que decentes. — Me desculpe, Langford. Acho que você me tira do sério.

— Pois é, então acho que provocamos o mesmo efeito um no outro. — tenta brincar, em seguida morde o lábio apreensiva. Respira outra vez lentamente e continua. — Estou aqui como pediu, Senhor Fiennes. Explique-se. Por que me afastou dos projetos e quer que eu exerça uma função que não é minha?

Fico aliviado quando percebo nuances verdes maçã em seus olhos. Decido pegar leve e explicar o mal-entendido da melhor maneira. — Nos conhecemos de forma desastrosa é verdade. Quase me capou, me cegou e por fim, me atacou com sua bomba química de merda de galinha. Nos ofendemos um bocado aquele dia. Mas no fundo... Depois que a dor e raiva passaram, achei até engraçado e instigante. Jamais a retalharia por isso. Posso ser muitas coisas, Langford, mas não sou cruel e muito menos cínico.

— Engraçado e instigante? Foi isto mesmo que achou? Não pareceu nem um pouquinho. — franze a boca duvidando de minhas palavras.

— Lógico, nos atacamos como dois loucos sem ao menos nos conhecer. E ainda me tratou de igual para igual, poucas pessoas fazem isto. A maioria, vive puxando meu saco.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora