Capítulo 66

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Josephine

Ai que vergonha!

Eu mato o Hero!

- Está melhor?

- Me deixa em paz! - grunho. - Falei que não podia com helicópteros.

Hero segura meu rabo de cavalo evitando que respingos de creme sabor limão e Hero respinguem sobre eles. Uma nova onda de náusea chega e vomito no canteiro de flores no heliporto do sítio de seu amigo nos arredores de Paranapiacaba.

Eu disse para ele que não iria, disse até para os gêmeos B e para o Peixoto nadando em um pote de maionese, que eu não iria. Eu e helicópteros não combinamos. Mas toda a insistência, o: confie em mim, o: fada eu seguro na sua mão, o: deixe de ser medrosa, Boneca, o: cunhada, é mais seguro que avião, o: são só vinte minutinhos e a excitação de ver meu Anjo, metido em um daqueles macacões sexies, voando em uma moto, falaram mais alto que o meu medo.

- Tome. - a mão de Nati aparece na minha frente com uma garrafinha d'água gelada. - Eca, está muito pálida, não pode ser só medo.

- Josephine misturou salgado e doce no café da manhã. - Hero diz parecendo culpado.

- Ah! Então é isso. - Nati se afasta franzindo o nariz.

Gemo e me endireito. - Foi medo. - insisto e tomo um gole. - Odeio essas coisas frágeis. Vou voltar de táxi. - começo a andar atrás do grupo da família e seguranças que seguem em direção a uma casa de fazenda branca, cercada por uma varanda decorada de samambaias.

Passado o incidente do enjoo, fico bem por um tempo. Sou apresentada ao João e a esposa Lila, os anfitriões, ao grupo de amigos das trilhas e outros amigos, que finjo serem novos para mim, mas que tenho esbarrado por aí, vez ou outra. Pelo visto, meu Anjo cataloga seus amigos em categorias: luta, corrida, baladas, conhecidos e família.

Mais uma entre tantas coisas que venho descobrindo sobre o Hero e que só a convivência é capaz de mostrar.

Deus, esse estilo Fiennes pega.

Eu mesma criei meu subgrupo... Os outros. Aqueles que o Hero jura que são coisa da minha cabeça, mas sei que existem e fazem parte da rede de conhecidos comuns ao Mike.

Homens e mulheres que cruzo ao acaso ou me seguem à distância, disfarçados, vinte e quatro horas, sete dias por semana. É um pouco claustrofóbico, porém estou tentando me adaptar e entender essa coisa contraditória, dos Fiennes que levam uma vida quase normal, preservando as origens simples, mas que no fundo, são uma das famílias mais poderosas e influentes do país.

- Josephine, estamos prontos. Você vem?

Viro e quase caio para trás...

Um frenesi corre por meu corpo... Valha-me Deus. O homem leva à sério mesmo, essa coisa de pilotar. Mordo os lábios avaliando o material... Hero está vestido como esses motoqueiros radicais com uma roupa toda preta e botas pesadas de motocross. Um capacete preto e reluzente com Fiennes escrito em prata, repousa embaixo do seu braço. A parte de cima macacão não foi vestida ainda e cai rebelde em sua cintura. A camiseta cinza está marcada de suor.

Deus do Céu!

Solto um suspiro de cobiça, tenho um fetiche real por homens de fardas, uniformes e macacões... Jesus!

- Então. - ele ri percebendo o quanto fiquei afetada. - As meninas vão assistir à largada lá de cima do morro. Está bem mesmo?

Entendo a preocupação dele, aproveitei que os rapazes saíram para verificar as motos e se vestir e corri para o banheiro. Perdi a noção do tempo, talvez eu tenha mesmo, exagerado na mistura limão e Hero.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora