Josephine
(Continuação...)
— Eu te amo, vou sentir saudades.
— Eu também, meu Anjo.
Depois de me despedir de Hero e de Becca no heliporto desci para o 12º. Um sentimento de ciúmes me corroeu pelo resto da tarde. Tentei me concentrar nos esboços do parque aquático que iremos apresentar na segunda, mas quem disse que consegui. Passei o resto do dia de olho no celular na esperança de receber mais alguma mensagem além de: Caipira, vamos decolar... Vamos ter turbulência durante o voo. Vou desligar o celular, te amo.
Eu não deveria ter rejeitado tão rapidamente a ideia de viajarmos juntos. Eram só dois dias de trabalho, afinal. Josephine, burra! Burra! Burra! Ele tentando ser romântico e eu pensando na apresentação e nas reuniões. Afundo na cadeira lembrando como Hero parecera feliz ao me convidar e como seu rosto murchou quando disse que não poderia.
Ás 19 horas, depois de repassar a apresentação eu decido ir embora. Miguel passa para um tchau e ri ao me encontrar com a testa grudada na mesa. Ele me encara, cruzando os braços sobre o peito.
— Tudo isso já é saudade do seu CEO?
Levanto a testa e me endireito na cadeira. — Não. — rosno negando o óbvio.
— Vou tomar umas com a Toshiko, trabalhamos feito condenados esta semana, acho que merecemos. Quer vir?
Pondero por um segundo, mas recuso.
— O chefão não vai se importar que saia com seu amigo gay. — pisca divertindo-se com a situação.
— Não é por isso, tenho um dia cheio amanhã. Não acho uma boa encontrar minha não sogra de ressaca.
— Sogra na jogada? — Miguel assovia. — É mais sério do que imaginei.
Solto um grunhido frustrada, deixando minha testa cair de novo na mesa. — Pois é, a coisa toda cresceu sem eu me dar conta.
— E isso é ruim?
— Ruim não, só aterrorizante. — em pouco tempo ele se transformou na coisa mais importante da minha vida.
— Sei bem como é isso. — Miguel divaga. — Vamos, junte sua tralha e vamos viver um pouco.
Desço com Miguel, aviso Rafael que estou pronta e antes das oito, já estou sentada em meu sofá rosa em uma sala estranhamente vazia. Não quis ir ao café e disse para Estrela não vir. Hoje seremos, apenas eu, o Peixoto e o barulho do vento e do trânsito entrando pelas janelas.
Droga! Vai ser um tédio ficar aqui sem o Hero.
Vou até a cozinha e resgato uma garrafa de vinho. Estou entediada, solitária e ciumenta...
Eu mereço relaxar... Dane-se a ressaca.
O dia foi definitivamente intenso e ainda sinto o efeito das investidas selvagens de Hero em mim.
Ligo a teve e me acomodo...
Três episódios de Castle e uma garrafa de vinho depois, começo a me preocupar com o rumo da minha conversa com Peixoto... Digo a ele tudo que me vem à cabeça... Falo do tempo, do carro que tenho que ir buscar amanhã, do meu traseiro dolorido, da minha mãe querendo o dinheiro dos Fiennes, do e-mail que recebi de Bernardo e não contei a ninguém, de como ele disse estar arrependido por tudo que fez a mim e espera que eu seja feliz, de como a amiga do Hero é incrível, do tipo que até eu me apaixonaria em Paris... Falo... Falo... Falo... Até que noto que: ou Peixoto morreu ou está dormindo. Chacoalho o aquário e ele volta a nadar.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomanceAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...