Josephine
Deus!
Acordo toda torta, emaranhada entre pernas musculosas, braços possessivos e uma muralha azul marinho, mais torta ainda. Desgrudo minha bochecha de seu peito que sobe e desce relaxado. Não sei como aconteceu, mas meus braços envolvem sua cintura em um abraço de urso.
Instintivamente afrouxo o aperto, ele resmunga e puxa, nos juntando outra vez.
— Fica. — murmura rouco.
Ok, fico.
Não vou mentir, isto é bom... Muito bom, mas carambolas! Totalmente inapropriado.
— Obrigada por ontem. — murmuro e ele apenas grunhe apertando-me mais.
Nunca dormi assim com alguém, nem na minha lua de mel. Estamos tão enroscados que podem nos confundir com irmãos siameses. Tirando é claro, um detalhe nada fraternal, poderoso e impressionante que pressiona minha barriga neste exato momento.
Reviro os olhos. Homens são tão mecânicos... Nunca entendi a lógica de suas ereções matutinas. Assim de graça e por nada. Quase uma fraude, igualzinho quando nós mulheres fingimos o orgasmo.
— Acho que a sem teto acordou.
— Martha!
— Tia, ela não é uma sem teto.
— Mas, a Thina disse que ele a pegou na rua.
— É a Josephine, dona Martha. Ela é nossa colega de trabalho e tem casa.
Shane ? Nati?
Congelo com os sussurros e sinto o corpo de Hero tensionar. Levanto o rosto e seus olhos estão vidrados.
— Mãe!
MÃE?
Jesus, me socorre!
Giro meu corpo como uma tábua e encontro uma pequena plateia. Ai merda! Por instinto inclino o corpo para puxar a coberta... Não consigo. Um: existem pessoas sentadas sobre ela. Dois: Hero engancha minha cintura como uma ancora. Mantendo-me firmemente atada a ele.
— Nem ouse sair daqui. — sussurra em minha nuca. — É sua culpa eu estar assim.
Uh, o quê?
Gemo um... — Hum, Hum — ... desconsertada, quando um arrepio de excitação percorre meu estômago. A ereção que pressiona minhas costas e tão descomunal que tenho medo que perfure meu rim.
Minha culpa?
Definitivamente, a MÃE, não pode ver isto.
— Oi menina bonita.
A senhora sorri maternal revelando uma fileira de dentes perfeitos. Ela é deslumbrante. Porém, não consigo distinguir nenhum traço que os filhos tenham herdado.
Sua delicadeza feminina se opõe ao ar selvagem dos Fiennes... Talvez, os olhos. Eles são intensos e possuem o mesmo brilho teimoso do filho... Um caramelo mel, quase ouro. O mesmo tom que dá o toque perfeito aos olhos de verdes de Hero. Não deve ter mais que cinquenta e poucos anos. Cabelos castanhos presos em um coque banana e um corpo esguio vestido em um jeans e camisa de seda azul com temas náuticos.
— Oi, gentê.
Sem saber como agir, aceno e sorrio sem graça, cumprimentando a pequena multidão. Na primeira fila a direita, sentados na cama, os pais de Hero. A esquerda, Shane e Nati abraçados. Em pé, na arquibancada, um sorridente Vincenzo segurando um tupperware gigante, Jasmim e Estrela.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomansaAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...