Capítulo 21

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Josephine

Um cheiro forte invade queimando minhas narinas. A sensação é horrível. Reclamo e levo a mão ao rosto na tentativa de afastar o incômodo. Abro os olhos como um zumbi drogado que volta à vida, me deparo com íris radiantes, chocolate mel, fixas em mim.

Uauuu. Lindas... Iguais às de Hero, mas não são as dele. Ele não usa este rímel incrível e tão pouco, delineador.

Retrocedo o zoom a fim de obter uma panorâmica do rosto bonito me encarando sorridente.

— Como está se sentindo, meu bem?

— Confusa e sonolenta. — forço-me a manter os olhos abertos.

Quem é esta mulher?

— É natural, a pancada foi feia. Vai ficar meio fora de órbita por um tempo. Tem um belo galo aí atrás. — sorri — À propósito, sou a Doutora Thina.

Doutora?

Observo a mulher de pé meu lado na cama. Ela parece familiar, acho que já a vi em algum lugar, mas a dor na minha cabeça e o sono impedem pensamentos mais profundos e investigativos. Ela ajeita o lençol que me cobre, olho para baixo e congelo...

— Minhas roupas... — gaguejo.

Sorri de um modo maternal. — Fique tranquila, expulsei o Hero e o Mike do quarto antes das enfermeiras te trocarem.

Meu corpo enrijece...

Hospitais me dão urticária e lembram os piores momentos da minha vida. Inspiro lentamente... Poucas coisas me abalam e estar deitada em uma cama, com agulhas enfiadas em minhas veias é uma delas. Isto é mal, muito mal... E um exagero. Dou uma checada no ambiente e no quarto luxuoso em que estou.

— Deve haver algum engano, não creio que meu plano de saúde...

— Não se preocupe com isto. — a doutora interrompe.

— Mas eu tenho que me preocupar com isto...

— O Hero já cuidou de tudo — interrompe novamente.

— Mas ele não...

— Josephine — interrompe pela terceira vez e começo a me irritar. — Quando um paciente chega desacordado a primeira medida é comunicar os parentes próximos. Não encontramos nenhum, o Hero assumiu a responsabilidade. Precisávamos de autorização para fazer uma tomografia, é o protocolo no caso concussão craniana seguida de desmaio.

Meu plano não cobre uma tomografia!

— Sangue em excesso e dentes sendo cuspidos me fazem desmaiar. — explico, já irritada. — Doutora, estou me sentindo ótima. — minto. — Pode fazer o favor de me liberar? Não tenho como arcar com estas despesas e estou preocupada, na certa, devo alguma explicação à polícia.

— O Hero e o Mike estão lá fora resolvendo tudo. — toca meu braço e checa as intravenosas ligadas a um soro que pinga lentamente. — Hoje você passa a noite aqui, mas para liberá-la, vou precisar de um responsável que fique de olho em você nas próximas 48h.

Há um pequeno edema entre o córtex e o crânio, em 90% dos casos o próprio organismo absorve, mas podem ocorrer alguns desmaios.

Diacho!

Que parte do nem ferrando eu fico aqui, ela não entendeu?

Suspiro irritada. — Olhe Doutora, sou nova em São Paulo, não tenho parentes na cidade e juro que estou perfeitamente apta para tomar conta de mim mesma. Não pode me manter aqui contra a minha vontade.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora