Josephine
N/A: Se preparem por que além do cap enorme (Cap enorme mesmo viu 5.854 palavras), a treta vai ser das boas hehe.
Meia hora mais tarde, atravesso o saguão da Fiennes escoltada por Shane e de mãos dadas com Hero. Nada de acesso privativo ou esconder-se. Estou sem graça, a minha visita desta manhã foi bastante humilhante. O aperto da mão de Hero intensifica, à medida que, entramos.
É claro que a notícia da demissão já se espalhou, mas mal dou conta dos olhares surpresos em nossa direção. Meus sentidos estão sobrecarregados e o som do meu coração, batucando em meus ouvidos, abafa os comentários ao nosso redor e o: até daqui a pouco, que Predo diz antes de afastar-se com pressa. Tudo que consigo pensar é que Hero está certo sobre o que disse, enquanto nos arrumávamos.
Preciso sair do meu discurso de: quero que cuide de mim, para realmente deixar que ele assuma as rédeas. Diferente do egocêntrico do Bernardo, a necessidade por controle de Hero chega a ser altruísta. Não é por machismo, é só sua maneira exagerada de demostrar cuidado e afeto. Hero não quer sobrepujar ou anular quem eu sou, ao contrário, ele me faz querer buscar o melhor em mim. E se ele pode se expor e arriscar-se por mim, eu posso deixar os meus traumas de dominação de lado e dar o comando a ele. Por que não?
— Calma, vai ser mais fácil do que imagina. — Hero murmura em um tom infinitamente gentil. — Vamos resolver isso juntos.
Sua delicadeza e convicção suavizam o tremor em minha mão. Sem parar de andar, fecho os olhos por um segundo e tomo minha decisão.
— Não, você resolve, estou em suas mãos, Anjo.
Ele para e me encara surpreso, ergue as sobrancelhas e solta a minha mão. Depois olha para os lados o que me leva a fazer o mesmo. E sem que eu espere, bem na frente de todos, ganho um único beijo apertado e estalado na boca. — Já era tempo, Caipira. — passa o braço ao redor do meu ombro e voltamos a andar, rodeados por um burburinho frenético.
No 12º damos com os burros na água. Um preocupadíssimo e depois aliviado Miguel nos avisa que Camila saiu apressada há uns cinco minutos. Chegamos no 21º carregando as caixas com o resto das minhas coisas que recolhemos da minha salinha.
— Caramba! — Nati pega as caixas que seguramos e joga em cima da sua mesa. — Sei que estava tipo em coma, mas custava deixar a porcaria do celular ligado? Onde está o Shane?
— Em uma reunião com o diretor de RH. Mais alguma informação, Senhorita Nati?
Hero corrige a postura, Nati perde a cor e eu fico sem saber o que fazer.
— Desculpe-me Senhor Fiennes. Eu não quis... É que... só ... o Donavan...
Os dois se entreolham e continuo sem me mexer. A relação deles é complexa demais para eu entender... Nunca vou me acostumar com esta dinâmica maluca. Uma hora são só o Hero e a Nati, na outra, Senhor Fiennes e Senhorita Nati.
— O que tem o Donavan?
— O almoço, esqueceu?
Um "puta merda", muito alto, escapa da boca de Hero. — Completamente.
— Pois é, tentei entrar em contato através do Senhor Shane... — petulante, Nati dá ênfase no senhor, invertendo a chave de formalidades — ..., mas também estava deligado.
Só a título de eu não sou trouxa, vocês vão me explicar o que está acontecendo? Primeiro Josephine some, depois o Senhor viaja e desaparece, aí meu namorado evapora e Josephine é demitida. A Camila fez questão de me dar a notícia pessoalmente, sabiam?— Não tem demissão nenhuma, pelo menos, não da Josephine. A que horas é o almoço?
— Á uma no Rubaiyat.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomanceAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...