Hero
O sininho irritante anuncia minha chegada, mas ninguém se importa. É sábado à noite e o Café está muito mais para Bar Estrela. As luzes foram substituídas por velas e por um cordão de neon azul que decora as prateleiras do bar. Na penumbra, pessoas se espremem em pé e também lotam as pequenas mesas com suas conversas barulhentas e despreocupadas. Há uma excitação no ar, embalada pelo colorido dos drinques e a música alta.
Com meus olhos treinados percorro o lugar, meu foco recai para a melhor bunda do planeta. Merda! Respira... Inspira... Respira... A bunda dá um empinadinha quando a Loira dona dela, que a propósito está espetacular em um vestido rosa bebê, volta-se para um babaca de camisa verde xadrez, sorri e responde à alguma merda, que o candidato a cadáver diz perto demais de seu ouvido. Meu sangue sobe e não me interessa que o lugar está cheio e que todos os ouvidos não têm culpa de estarem tão próximos.
Chego deslizando minha mão por sua cintura e puxando-a para mim. Ela ofega, gira e dou um — Oi — para seus peitos que estão tentadores e incríveis neste decote filho da puta e depois sorrio para Josephine, que cora de um jeito que faz meu pau dar saltos mortais em meu jeans velhos.
Um pequeno suspiro escapa de seus lábios brilhantes de gloss.
— Oi. — seus olhos brilham como se não me vissem há anos, enquanto desliza a mão por minhas costas e tateia de leve, a minha bunda. Atrevida. — Senti saudades, fiquei maluca longe de você. — sussurra em meu ouvido, já que ele também está muito próximo.
Ouvir sua voz doce dizer o que eu preciso, é como um Xanax. Ameniza meu nervosismo e desencadeia uma onda de bem-estar e euforia.
Sem me importar com quem está à nossa volta, a envolvo em um beijo demorado e possessivo. Os pequenos sons de prazer que escapam de sua boca, são camuflados pela música, enquanto chupo sua língua com vontade. — Eu também. — sussurro, com o coração batendo forte, em sua boca ofegante e com gosto de frutas vermelhas.
— Uauuu! Isso que eu chamo de saudades! — a voz alegre de Jasmim, vibra do outro lado do balcão. Dou um oi para ela. — Quem me dera o Dani sumir e voltar animado assim. — cutuca o namorado, que só agora eu noto que está ao seu lado, e volta-se para Josephine. — Viu Polaca, fez certo em vir para cá jantar e se divertir. O homem está aí, são e salvo.
— Não sumi. — protesto e engulo a vontade de jogar na cara dela, que avisei sim, que voltaria assim que possível e ela respondeu que esperaria... Em casa e não, livre, leve e solta em um bar, com um babaca em seu cangote, louco para entrar em sua calcinha.
— Mas também não deu notícias. — um sotaque forte do interior explode em meu ouvido esquerdo.
Uh o quê?
Viro e abaixo o olhar para o nanico de camisa xadrez que joga um olhar esfomeado para Josephine, fecho os punhos com força, indeciso entre socar a boca sorridente dele ou enfiar seus óculos intelectuais goela a baixo.
— Henrique esse aqui é o Hero. — Josephine me apresenta despreocupada, sem perceber a troca tensa de olhar entre nós.
Não sou só o Hero. Sou mais, muito mais.
— O namorado. — aviso em um tom arrogante, que sempre faz meus concorrentes estremecerem e a expressão dele muda para algo entre inveja e grande-coisa.
— Sei. — responde desviando o olhar — Outra breja. — pede para Jasmim.
Filho da puta, desse quatro olhos de topete de cowboy.
— Ele é dono daquela livraria charmosa que eu te falei. — Josephine me abraça, colando o quadril à lateral do meu corpo.
Gosto do jeito que seus peitos ficam esmagados e escondidos em minha costela. A caipira é tão espontânea e à vontade com seu corpo, que não percebe a reação de cobiça e inveja que provoca nas pessoas.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomanceAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...