Capítulo 27

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Josephine

Eitaaaa. Lascou-se!

Corro e antes que possa me alcançar, tranco-me no banheiro.

— Josephine, abre isto aí!

— Dá um tempo, Hero Fiennes!

Encostada na porta, escuto uma ladainha de palavrões afastar-se do outro lado.

Respiro fundo na tentativa de colocar os pensamentos em ordem... Agora entendo como

Alice sentiu-se... Atravessei uma porta mágica e cai sem paraquedas em um mundo novo: maravilhoso, colorido, barulhento e imperfeitamente perfeito.

Que loucura!

Não me reconheço e perto dele, o meu controle vai para o espaço. Esse homem me bagunça toda provocando as reações mais inesperadas. Fico oscilando entre a simpatia, a raiva e ... Droga! ... O desejo.

Perigoso!

Hero me atrai como o Coelho e me endoidece como o Chapeleiro.

— Antes de conhecê-lo, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então...

Adapto a frase da minha heroína de infância e como Alice, já não tenho mais tanta certeza se quero encontrar uma saída. Ligo o chuveiro e entrego-me ás maravilhas termais do mundo fantástico do Senhor Fiennes.

Vinte minutos depois, estou revigorada. Embalada em um vestidinho envelope branco, de malha estampada com estrelinhas azuis, abro a porta.

— Caramba! Que susto!

Coloco a mão no peito para acalmar o coração que disparou.

Hero está parado com os braços apoiados no batente da porta do banheiro... Sorri e começa uma vistoria militar em meu corpo. Aproveito sua distração e faço o mesmo.

Hummm, está gostoso. A calça jeans desbotada, a camiseta preta e o cabelo molhado indicam que também tomou banho.

Coro quando vejo sua atenção voltar-se para os meus seios.

Desenvergonhado!

— Quer parar de olhar para os meus peitos? — rosno.

Ele desvia o olhar na hora e o sorriso sacana que me dá, sem nenhum arrependimento, faz meu lado de menina má querer arrancar a roupa e mostrar tudo de uma vez.

Josephine, não! Nem pense nisto!

Respiro fundo e puxo o decote na tentativa de me tampar ou me conter.

— Desculpe, mas eles são ...

— Nem termine a frase, seu tarado. — interrompo.

Ele ri.

— Pode me explicar por que tanta raivinha?

É claro que não posso explicar. O que vou dizer? Que fui tomada por uma onda de ciúmes quase adolescente? Que me deu raiva pensar nele com outra mulher? Já basta o mico de ter sido pega enroscada nele. Recuso-me a responder e tento virar o jogo.

— Não acredito que ficou aí de cão de guarda. Tem visitas, sabia?

— Eles sabem se virar. — coça a barba e eu gosto quando faz isto. — Vai desembucha!

Que insistente!

— Não.

Em um movimento rápido, passo como um raio por baixo do seu braço, largo a maleta no chão e vou em direção a porta do quarto. Ops! Sou brecada quando ele segura minha mão.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora