Capítulo 49

453 38 18
                                    

Josephine

(Continuação...)

N/A: Só pra deixar claro, eu odeio o Bernardo Fontes! E vocês vão entender o porque agora.

— Seja bem-vinda. — o maitre, um velho conhecido nosso, vem ao meu encontro — A quanto tempo, Senhora Fontes. — tenta resgatar minha bolsa, mas a mantenho junto a mim.

— Senhorita Langford. — corrijo-o imediatamente. Sem graça, o homem sorri e estende o braço indicando os fundos do restaurante.

— Permita-me acompanhar-lhe.

— Não precisa, obrigada Arturo.

Deixo o homem para trás e volto a encarar Bernardo.

Meu estômago embrulha. Ele parece bem e continua bonito. O cabelo loiro aparado e bem mais curto, deixa seu semblante nórdico mais realçado. Quase um guerreiro. Admito, que este mesmo rosto já me causou um sentimento de euforia, mas hoje, tudo que sinto é indiferença.

O sorriso lindo e aberto de Hero explode em minha mente. Ah! Meu anjo temperamental... Queria tanto que fosse você no lugar deste intratável.

Minha boca seca e meu coração comprime. Odeio-me por ceder mais uma vez ás vontades do meu ex marido. Mal tive tempo de rabiscar um pedido de desculpas para Miguel, entregá-lo para a recepcionista e ser arrastada para o mesmo restaurante que Bernardo me pediu em casamento.

Costumava adorar o aconchego e a decoração discreta e clássica, deste pequeno e sofisticado restaurante no bairro de Santa felicidade, famoso pela gastronomia típica. O lugar lindo e cheio de orquídeas, que caem como uma cascata verde nas paredes de entrada, já foi o meu preferido. Respiro fundo em busca de forças... Nem mesmo as flores, que tanto amo, conseguem amenizar a tensão em meu corpo.

Ando lentamente entre as mesas revestidas com toalhas de linho branco. Alguns fregueses elegantes observam-me passar e franzem o nariz. Lembro que ainda estou com as mesmas roupas da manhã, calça jeans, regata de seda azul clara, tênis All star brancos e cabelos presos em um rabo de cavalo. Levanto meu queixo e os ignoro. E daí que estou casual demais para a ocasião? E daí que minhas calças têm umas manchinhas de terra?

Bando de esnobes!

Um aroma de comida italiana se faz presente, mas não me apetece. Sigo em frente decidida a acabar logo com isto.

— Minha Preciosa! — meu ex me saúda e fica em pé ao lado da mesa que costumava ser a nossa.

Odeio este apelido!

Limpo a garganta para manter a compostura. Seus olhos ficam procurando os meus e a cada passo que dou, fico me perguntando como é que eu nunca percebi como esse cara é dissimulado e egoísta. Um homem obcecado por si próprio e para ele, eu sempre fui uma espécie de disfarce. Um bibelô bem-educado, para ser exibido em festas enquanto ele representava o papel de homem de família perfeito.

— Por que fez o Felipe me arrastar até aqui? — pergunto o mais hostil possível, parando a uma distância segura.

Vestido em um terno preto de corte italiano, seu sorriso cresce ao devorar meu corpo com um olhar mau. Estremeço, conheço a intenção contida atrás destes olhos azuis gelados.

— Hã... Você não retorna minhas ligações. — passa o polegar em seu lábio inferior. — Não viria de outra maneira... Está meio complicado ter acesso a você ultimamente.

Controlo a vontade de revirar os olhos. — É porque não quero te ver e nem falar com você. Faça um favor à nós dois, me deixe ir.

— Não.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora