Capítulo 58

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Hero


— Tudo bem, quando puder então.

Dispenso Nati, ansioso por uns minutos a sós com Josephine. Para a minha surpresa, minha digníssima assistente não só, vai na direção errada, como ainda olha sério para a Caipira ao dar a volta na minha mesa. — Se me der licença, Senhor. — inclina na minha direção e estranho sua cara feia, depois fico estático na cadeira e sem saber o que fazer quando começa a tatear minha testa a procura de algo.

Chifres?

Será que ela está tentando me avisar alguma coisa?

Observo atentamente o rosto de Nati em busca de alguma mensagem subliminar...

Uma piscada, uma sobrancelha levantada, um nariz franzido... Nada.

Ando meio paranóico depois do episódio da Camila... Não com ela, pois no mesmo dia, recebemos uma carta de demissão para rebater a nossa. Alegou stress emocional e fadiga, em uma manobra para evitar os processos e a ficha suja. Até agora, além da Josephine, mais 27 funcionários entraram com queixa formal contra ela. Um impasse que pode durar meses e vai fazer os advogados da Fiennes trabalharem um bocado.

Meu problema está em Josephine e em sua promessa absurda que fez a minha irmã sobre abstinência sexual. Estamos dividindo o mesmo teto há quatro dias e nada. No máximo uns amassos antes dela virar de costas e se aninhar de conchinha para mais uma noite de agonia, sentindo sua bunda roçar em minha virilha.

Reclamei, protestei e nada da carrasca ceder.

Ando tão obcecado pela Caipira que tudo o que eu penso é no meu pau comendo gostoso a bocetinha apertada dela. Vulgar eu sei, mas real. Nunca na minha vida eu senti uma química tão forte por alguém... E nada é mais importante para mim do que estar ligado a Josephine o mais intimamente que eu conseguir. Então sim... Estou paranoico, cheio de tesão e agindo como um lobo no cio.

Minha paciência chega ao fim, afasto a mão irritante de Nati. Também venho tentado controlar meu mal humor e ser mais paciente depois dessa coisa do assédio moral, mas não sou de ferro, porra.

— Dá pra me dizer o que tanto procura na minha cabeça?

— O botão que abre o compartimento secreto em sua testa. Preciso chamar os homens de Preto e expulsar o mini ET que está aí dentro. — inesperadamente, bate em minha testa como se ela fosse uma porta e grita um hello estridente. — Ablas a minha língua? — desacredito quando Nati arrisca um portunhol, dito em uma voz robótica, olho exasperado para Josephine que não se contém, jogando a cabeça para trás em um gargalhada deliciosa. — Não sei o que fez com o meu chefe, mas quero ele de volta, tá entendo? Esse chato politicamente correto que colocou no lugar dele é um saco! — bate outra vez.

— Porra, Nati! — berro e ela afasta-se suprimindo um sorriso. — Pensei que fosse alguma coisa séria! — levanto e começo a andar em direção a Josephine que está sentada no sofá e continua rindo. — Quer saber? Esquece essa merda de quando puder, quero os relatórios em minha mesa em meia hora!

— Como quiser, Senhor Fiennes. — Nati recolhe as pastas que largou em cima da minha mesa e corre para porta. Antes de sair, gira sobre os calcanhares e volta a gritar em voz robótica — Obrigada mini ET, por ter devolvido o insuportável do meu chefe! — sorri e sai.

— Bom, fico aliviada que esteja bem e que Nati tenha te trazido de volta. — Josephine diz colocando na mesa de centro, o resultado do meu eletro e avalição física que fiz pela manhã. — Esse Hero todo cheio de dedos, não combina você. E por mais divertido que tenha sido a sessão de exorcismo, combinei de rever uns projetos com o Miguel, as coisas no 12º estão caóticas. Preciso voltar.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora