Capítulo 78

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Josephine


(Continuação...)

— Chegaram, as duas. — Hero rosna para a pessoa do outro lado da linha.

Ainda sem olhar para ele, arrasto minha amiga adorável e muito alucinada até o sofá. — Peixoto! Vou dormir aí com você! — tenta abraçar o aquário, mas cai de quatro no tapete.

Não aguento e dou risada novamente. Descalço os sapatos deixando-os sobre o tapete.

— Vem doidinha, deixê meu amante em paz. — puxo-a de volta, e ela cai de lado apoiando-se no braço do sofá.

— Nossa, que egoísta. — faz biquinho. — Aposto que ele dá conta de nós duas. — dá uma risada sonolenta e deita no sofá.

Certa de que ela não vai cair, passo por meu Anjo, que bufa, e vou até a cozinha.

Ignorando-o fuço nos armários tirando tudo o que eu preciso para um café bem forte. Encho a chaleira e coloco no fogo sentindo os olhos castanhos-mel me trucidando. Espero calmamente que ele tenha a decência de se desculpar e me explicar o que fez com Khadijha.

— Se prepara que a tua está bem louca. — Hero desliga.

— Posso saber onde a senhora esteve até essa hora?

Ah! Então vai ser isso?

Nada de explicar onde ELE se meteu até essa hora?

Hum, hum... Ok.

Engulo a minha vontade de gritar e não respondo. Com as mãos tremendo, abro a garrafa térmica, equilibro o porta coador no gargalo e coloco três colheres cheias de pó de café.

Seja forte Josephine, quem lhe deve explicações é ele.

— Caralho, o Rafael está como um louco atrás de você. — ele entra na cozinha e fica parado como um poste ao meu lado.

Ah! E você não?

Sinto um pequeno remorso por Rafael, mas não dou o braço a torcer. Respiro parar controlar as batidas fortes do me coração e mantenho-me firme no propósito de fingir que Hero não existe. Inclino o corpo sobre o balcão e checo a Nati que está deitada rindo e olhando para o teto. Volto para o fogão, cruzo os braços e espero a água ferver.

— Quantas bebeu?

Não respondo e o celular dele vibra. Seus dedos digitam freneticamente e imagino se é com ela que ele está teclando. Pressiono os lábios contendo a vontade de perguntar, há algo estranho nele. Apesar de irritado, está muito cauteloso, indo pelas beiradas, o que para mim só pode significar uma coisa: culpa no cartório. Meu sangue ferve e apita igual a chaleira, com raiva despejo a água. O cheiro de café fresco inunda a cozinha.

— Era o Rafael, está voltando para cá com o Shane e o Mike.

Em silêncio termino de colocar a água. Abro o armário e alcanço duas canecas, encho de açúcar e depois de café. Passo por ele e coloco as canecas na mesa de centro, corro até o banheiro pego duas aspiras e volto. Faço Nati sentar-se e entrego a ela a bebida e os dois comprimidos.

— Valeu Boneca, você é uma santa.

Hero vem atrás de mim e senta-se no pufe. Com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos unidas segurando o queixo, ele me observa cuidar da doidinha. Nati está mais para lá do que para cá, então uso meu corpo sentado ao lado do dela para escorá-la e mantê-la ereta.

— É assim que vai ser? — a voz de Hero é assustadoramente grave, com uma ferocidade disfarçada de calma. — Pretende fingir que eu não existo até quando? Eu fiz uma pergunta, Josephine. Onde diabos, esteve até agora?

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora