Capítulo 13

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Josephine

  Droga, fico balançada com ele falando deste jeito... Sua sinceridade chega a ser fofa. Adorei essa coisa de respiração esquisita coletiva. Foi legal da parte dele ter feito aquilo, me senti mais calma também.

— E então?

E então que a curiosidade me toma.

— Como soube que eu as pegaria? Foi por isso que segurou a Camila?

Ele sorri de um jeito genuíno, nada forçado. Nossa que bonito! — Palpite... Era o que eu faria em seu lugar. Só quis lhe garantir uma vantagem justa. E se eu fosse a Camila...
Daria um jeito de me livrar de tudo que me comprometesse... Fiz apenas o óbvio.

Que ele é inteligente já tinha percebido na apresentação, pareceu ser do tipo que não deixa nada escapar e trata os negócios com seriedade. O que é incomum para um cara que não parece ter mais que trinta anos. Mas o que me deixa encantada é descobrir que o senhor Perfeito é recheado de imperfeições e não tem problema em assumi-las.

Minha muralha de gelo derrete um pouquinho. Agora que passamos um tempinho juntos sem nos agredir, percebo que é até fascinante. De repente, já não o acho assim tão mauricinho cretino. E a verdade seja dita, que homem atingido diretamente no saco não viraria um tigre furioso? Foco em seu machucado e penso que não está cicatrizando como deveria.

Tenho uma vontade súbita de acariciar seu rosto ferido. Contenho o impulso segurando bem firme as mãos em meu colo. Acima de tudo, este homem é meu chefe. Decido tratá-lo como tal.

— Agradeço por isto, Senhor Fiennes. Vendo por este ângulo, foi muita consideração sua me ajudar. Foi por um triz, Camila chegou logo em seguida, mas consegui sim, resgatar todas as minhas anotações. Só não há nada com a assinatura dela mesmo e a diferença de valores são de centavos. Porém, os arquivos originais, que encaminhei para o departamento de compras, estão um pen drive. Um velho hábito de segurança. — levanto os ombros me sentindo meio obsessiva. — Vai que o sistema falha e eu perco tudo.

— Verdade, tenho o mesmo hábito. Fico satisfeito que as informações estejam seguras, mas não respondeu à minha pergunta Senhorita, Langford. Quero muito ter você. É importante, — diz muito sério.

Meu corpo fica tenso.

“ Quero muito ter você” é o que qualquer garota normal adoraria ouvir de um homem como ele, se fosse dito em outro contexto, claro. Mas nesse, ainda não estou segura se devo aceitar. Por mais que Camila seja uma Vaca de marca maior, bancar a traíra não é o que eu sonhei para a minha carreira. Fora o mais complicado... ELE. Se em pouco tempo já me sinto fascinada, imagina sendo meu colega de trabalho?

Simplesmente diga não, Josephine!

Vai ser uma encrenqueira danada isso aí.

Diga, não.

Estou pensando tanto, que aposto que ele pode ouvir minhas engrenagens cerebrais funcionando. Acho que toma minha indecisão como brecha para falar novamente. — Qual é
Langford? Vai ser profissionalmente muito bom. Somos todos experientes e respeitados. Pense em como poderá aprender e contribuir. Sei que se tornou próxima de Natalia, somos todos amigos na equipe, não estou te pedindo para entrar na jaula com leões.

Não são os leões que me preocupam... Tenho medo é deste lobo sentado ao meu lado.

— A Nati está no projeto?

— Sim. Ela, o Shane, e o Alberto Tutti do administrativo. Conhece eles, sei que já estiveram juntos em várias reuniões. Não pense neles como chefes e sim companheiros de trabalho.

— São todos amigos?

Ele assente ressabiado.

Fico tentada, penso como deve ser legal ter a Nati como colega de trabalho. Que talvez, Camila mereça mesmo uma lição e que posso dar conta do recado. E lembro que fascinação dá e passa. Além do mais, ele gosta de morenas. Lobas sensuais como ele. Já senti atração por colegas que acabaram com a convivência. Acho que se manter tudo no campo da amizade profissional, não terei problemas...

Não, Josephine! Alerta perigo! Basta recusar e pedir sua antiga função de volta.

— Ok, eu topo. — levanto decidida e ele faz o mesmo.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora