Capítulo 25

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Josephine

Ouço um gemido agudo, quase uma lamúria... Abro os olhos desorientada, está tudo escuro, quieto e desfocado... Levanto a mão e esfrego meu peito agoniado... Me dou conta que o som abafado é meu choro e são as lágrimas que deixam tudo turvo.

Jesus, há séculos não sonhava com meu pai.

Foi tão real.

Braços fortes me enlaçam pela cintura. E sou puxada com cuidado para junto de um corpo duro. Hero. Meu corpo todo palpita e escondo o rosto entre as mãos. Quero parar o choro, mas não consigo. É como se toda a tensão acumulada dos últimos meses tivesse rompido uma barragem... A água salgada inunda o meu rosto.

— Shhhh, Calma. Foi só um pesadelo.

A voz dele é tão suave que me sinto segura. Deixo que coloque meu corpo aninhado entre suas pernas. Sem forças e aliviada, caio em soluços. Abaixo o queixo afundando minha testa em seu peito e choro... Tudo que estava acumulado.

— Eu...— soluço — ...desculpe... — soluço — ...não sei...— soluço — ... o que... — soluço — me deu.

Minha respiração entrecorta toda vez que tento puxar o ar. Ele me abraça forte balançando meu corpo como um bebê.

— Está tudo bem, Caipira. Só tente respirar... Sou eu aqui, não precisa se desculpar.

Segura meu rosto, com delicadeza, e limpa minhas lágrimas. Espirro, soluço e depois volto a chorar... Ouço o som de sua risada leve e me afundo mais em seu peito.

— Sou uma fraca... — soluço.

— Bobagem... É a mulher mais forte que eu conheço. — sussurra em meu ouvido.

— Chorar é bom, só deixe tudo sair.

Balanço a cabeça em concordância. Suas palavras são tranquilizadoras, ele parece saber exatamente o que preciso... Compreensão.

Então... Faço o que diz... Liberto todas as angústias sem medo de julgamentos.

Choro, choro e choro mais um pouco. Deixo saírem todos os sentimentos presos...

Choro por minha mãe, por meu pai, pelas traições de Bernardo, pelos dias de solidão onde que tudo o que eu mais precisava era exatamente disto... Um ombro amigo.

Me abraça forte, nos puxando até se recostar na cabeceira. Me aninha novamente e fico em silêncio deixando as lágrimas molharem sua camiseta. Suas mãos indo e vindo por minhas costas, em um acalanto ritmado e reconfortante.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora