Capítulo 41

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Até tento, mas não consigo conter uma gargalhada.

— Sinto muito, Caipira, mas uma caixa de cereal vencida não é ter comida em casa.

— Você é o que? Fiscal? — acelera o passo. Bocuda! Checo o relógio e ainda temos meia hora para chegar ao trabalho. Coço a barba, aliviado, porque o nosso banho demorado não será motivo de atrasos. — Já disse que gosto de tomar café da manhã no Estrela. Para que preciso de uma despensa cheia, se faço todas as refeições na rua?

— Porque...

— Meleca!

Uma brisa bate no vestido verde água de Josephine fazendo com que o tecido florido suba e infle como o balão. Acho graça. Outra brisa e suas coxas ficam expostas. Merda! A graça evapora, inclino apressado e a ajudo com a parte de trás da roupa, evitando que sua bunda divina vire vitrine. Ela atrapalha-se tentando manter a barra abaixada. Sobre os ombros vejo Mike e Rafael desviarem sua atenção para um bando de colegiais que ri em frente a um colégio.

Espertos. Sabem que as pernas de Josephine estão fora dos limites.

— Obrigada. — recompõe-se e volta a andar.

Arrumo minha postura, olho em volta, agradeço que a rua está tranquila e os poucos adultos que dividem a calçada conosco, não estão nem aí para nós.

— Porque é mais saudável. — insisto no tema, apesar de estar satisfeito com a refeição que acabo de comer no café. — Não pode viver a base de misto quente e café.

Sabia que existe um troço chamado fruta?

— Tomei suco.

— Não é a mesma coisa. — argumento, mantendo um passo atrás dela no caso de outra brisa passar.

— Ai, não me amola!

Dou outra gargalhada e a sigo pela rua. Josephine olha sobre os ombros sem desacelerar o passo. Confere Mike e Rafael que nos seguem a uma distância segura, depois fuzila as garotas que lançam sorrisinhos maliciosos em nossa direção.

— Deveria ter ido para casa se trocar. — aponta para minhas roupas de ontem. — Chegar de moletom na Fiennes vai ser muito esquisito, ainda mais sem cueca.

— Não vejo nada demais. — olho para o volume em minha virilha, divertindo-me.

— Porque é um teimoso indecente! — revira os olhos e tenho a impressão que está até achando graça. — Era só o que me faltava, Hero Fiennes exibicionista. — reclama, eu gargalho e ela faz uma careta. —Vai ser sempre assim? Este bom humor irritante?

— Acordar e ver seu rosto é o melhor dos mundos e tem que concordar, nosso banho foi mais que divertido. — aproximo-me e digo baixo. — Ainda sinto sua boca safada em meu pau. Porra, Josephine! Sua chupada me quebrou. — elogio empolgado, seus olhos arregalam e ela vira novamente para conferir Mike e Rafael que continuam nos seguindo, alheios à nossa conversa. — Então sim, estou feliz e com um bom humor do caralho.

— Mesmo assim. — insiste e volta a apressar o passo. — Podia ter passado na sua casa, colocado uma cueca e comido suas frutas lá.

Gosto que pareça ter ciúmes do meu pau a meio mastro.

— E te largar? Nem pensar. — chego mais perto, quase tropeço em um buraco e Josephine engole o riso. — Tenho roupas e cuecas limpas no meu escritório. — alcanço-a e coloco o braço ao redor de seu ombro ao atravessarmos a rua. — Estou pouco me ferrando se é esquisito ou não. Além do mais. — aponto para os All Stars vermelhos que está calçando. — Todo mundo em São Paulo faz caminhadas pela manhã, não é mesmo? Nada mais natural do que chegar no trabalho em roupas esportivas.

Um Amor de CEO - HerophineOnde histórias criam vida. Descubra agora