Josephine
O dia amanheceu chuvoso, um contraponto e tanto à noite estrelada de ontem. Após sairmos de Fiennes e ir jantar na casa de Shane, voltamos para casa a pé e um repeteco, em meio aos lençóis repleto de paixão e promessas, foi inevitável.
— Vou me trocar no helicóptero. Sete em ponto na escadaria. — Hero repete pela décima vez, ao me liberar do abraço.
Deus do céu, o homem acordou pilhado. Mas também, que ideia descabida, marcar uma reunião fora de São Paulo bem no dia de um evento importante.
Estico o braço e pego a embalagem do meu vestido pendurada ao lado do smoking de Hero.
— Relaxa, meu Anjo. — beijo rapidinho sua boca. —. Eu estarei lá. — salto da ranger em frente a Fiennes, olho para céu cinzento agradecendo ter posto calças e um casaquinho amarelo de mangas compridas.
Ele fecha a porta e baixa o vidro. — Que horas vai se encontrar com a minha mãe e a Thina?
Apresso-me em responder por causa da garoa chata.
— O Rafael vai me levar ao salão de beleza ás três. — o segurança, que abre e segura um guarda-chuva como uma estátua, olha para o chefe confirmando. — De lá, iremos direto para o Palácio do Governo.
Hero balança a cabeça como se estivesse cronometrando o tempo. — Thina sempre se enrola nessas coisas de beleza, se ela começar a demorar a deixem lá.
Dou risada de sua ansiedade.
— Anjo, vou estar naquela escadaria, nem que a vaca tussa. Agora vá, que Ribeirão Preto não é na esquina. — E está garoando, caramba! — Se você se atrasar eu te capo.
Ele gargalha quase à beira da arrogância. — Não faria isso.
Um ventinho frio bate e eu me abraço esfregando as mãos para cima e para baixo em meus braços. — Tá, não faria mesmo. Raspo seu cabelo então.
— Adora puxar meu cabelo. — argumenta fazendo outro ponto.
Adoro mesmo.
— Deus do céu, parê de me amolar e vá. Tenho uma série de coisas para fazer se eu quiser estar naquela escada ás sete. — aproximo-me da janela apoiando os cotovelos nela. — Vou sentir saudades dos seus gemidinhos sexies de prazer durante a tarde. — sussurro para que só ele possa ouvir.
Hero olha-me com total descrença e gargalha. — Ah, Caipira não me provoca... Fique sabendo que sou masculino ao extremo, para emitir qualquer tipo de sonzinho... Eu urro, não gemo.
Rindo de sua resposta desaforada, fico na ponta dos pés e lhe dou um beijinho rápido. — Vou precisar de você pelado para comprovar a veracidade desta informação. — provoco sorrindo. — Pena que não temos tempo para isso agora. Preciso trabalhar, senhor masculino ao extremo.
Ele me olha lascivamente e sei que é uma promessa de que não vai sossegar até comprovar sua teoria do urro. — Ok te vejo mais tarde. Te amo, Caipira.
— Te amo igual, meu Anjo. — pisco e saio correndo para entrar no prédio e fugir da garoa fria.
— Piranhaaa!
A voz estridente de uma mulher é a primeira coisa que escuto ao pôr os pés na recepção da Fiennes.
— Me soltem, seus brutamontes imundos!
— Quero falar com aquela piranha desgraçada!
Um arrepio na espinha me diz que a piranha em questão, sou eu. Giro a cabeça procurando a dona da voz e meus olhos cruzam com os de Rafael. Sua expressão está tão tensa quanto a minha.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomanceAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...