Josephine
— Thenka, o que faz aqui?
Thenka?
Nervosa, demoro um tempinho para lembrar que o nome do ladrão é igual ao da sua outra irmã: a gêmea da foto. Não sei se relaxo ou fico mais preocupada.
— Precisamos ter uma conversa séria sobre a ...
— Não aqui. — interrompe-a ríspido, sem se mover. — Não é hora para assuntos pessoais, estou trabalhando.
Fico cabreira.
— Nunca se importou antes, que frescura é esta agora? Desde quando não falamos de assuntos pessoais na Fiennes?
É, desde quando?
Fico mais cabreira ainda. Hero deve achar que sou muito idiota para não perceber o que está fazendo. É nítido que não me quer ouvindo determinados assuntos.
— Quem é o cara? Sabe que não gosto que estranhos entrem aqui.
Hero muda claramente de assunto e tento sair, mas seu braço não permite.
— Jonas, esse aí é o irmão que lhe falei. Lindo, né? Eu costumava ser assim também. — percebo a ironia em seu tom e um grunhido masculino esboça um "Oi". Hero não diz nada. — Uau, quanta gentileza! Custa dar um olá? Também estou feliz em te ver, maninho. — sua risada molenga invade a sala. — Gostei da recepção, não servem morangos como estes lá na clínica.
Clínica?
— Mil vezes melhor que aquela gororoba sem sal, com certeza. — a voz masculina opina. — Foi mal cara, acho que detonamos o seu lanche.
Meu estômago contrai de fome.
O meu lanche, ele quis dizer.
Reparo que ambos estão com a voz super esquisita e arrastada. Há algo muito estranho no ar e apesar de ser totalmente errado espionar, decido continuar protegida atrás da muralha que é o Hero, para obter mais peças deste quebra-cabeças. Não entendi sua reação pouco amigável à irmã e ao amigo. E surpreendo-me, que os dois não tenham notado a minha presença, mesmo que camuflada.
Lembro do conselho da minha avó: " Na dúvida, fique em silêncio. " Seguro firme minha bolsa e sapatos e fico quietinha.
— Eles sabem que está em São Paulo? Quando teve alta? — Hero rosna e posiciona-se melhor como se quisesse me proteger.
Estranho sua atitude tão na defensiva.
— O pai e a mãe? — gargalha de modo debochado. — Como se dessem a mínima para mim. Não tive alta, saímos por conta própria. Aqueles nazistas proibiram meus telefonemas. Estou preocupada com Khadijha, ela não me responde desde que viajou.
— Tudo o que eles fizeram foi para o seu bem. Assustou-nos um bocado no outro dia. Devia esquecer suas promessas malucas e pensar mais em você.
— Ela é minha melhor amiga! — grita estridente.
— Melhor amiga, porra nenhuma! — Hero exalta-se e me assusto. — Quando vai perceber que a Khadijha só está te usando?
Khadijha?
Quem é esta?
A morena gostosona da moto!
Fico tensa.
— Cínico! Humilhou-a diante dos nossos amigos!
Agora, quem gargalha é o Hero. Sua mão me libera, indo parar em seus cabelos e ele dá dois passos para frente.
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Um Amor de CEO - Herophine
RomanceAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...