Josephine
(Continuação...)
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Sacudo os pés cheios de areia e acomodo-me na espreguiçadeira sobre a sombra de uma palmeira. Voltamos do povoado e Hero foi resolver uns assuntos com o pai no telefone. Rezo que não seja nada que estrague o seu bom humor.
A praia deserta é uma delícia é um convite para a vagabundagem. Um luxo que não posso me dar agora, já estou prontinha para o almoço dos Donavan. Tiro os meus anéis do dedo e os admiro. Levanto a pedra azul esverdeada contrapondo com o mar. Nossa, nunca dei muita atenção a cor dos meus olhos. Agora, toda vez que me olhar no espelho, vou me lembrar das águas claras e convidativas do paraíso particular de Hero.
Foi atencioso quando me disse que passou boa parte da madrugada pesquisando sobre pedras e tipos de anéis. — Sabia Caipira, nem acreditei quando vi no Google, que os gregos tinham a água marinha como a protetora das sereias... e como símbolo do amor, felicidade, da boa sorte e proteção no matrimonio. Por isso sou tão feliz ao seu lado... Só pode ser destino, você carrega as duas maiores e mais preciosas pedras bem na cara.
Depois achei graça, quando li as gravações na minha aliança e anel, quis esganá-lo por ser tão possessivo e descarado. Enquanto eu fui de: " Meu Anjo, minha vida. Com todo o meu amor, Josephine" ele foi de: ". Eternamente minha, Hero Fiennes. "
Os motores potentes de um barco chamam a minha atenção. Uma lancha poderosa desponta por trás da encosta vindo em direção ao ancoradouro. Ela é do tipo gigantesca e que se pilota da parte superior de um mezanino. Agito-me indecisa entre chamar o Hero e observar o elefante branco fazer manobras no mar e saltar sobre as ondulações que ele mesmo provoca na água.
Levanto colocando os anéis e ajeito o laço delicado na cintura de meu macaquinho de tecido xadrez rosinha, bem feminino, que escolhi para o almoço. É curto, mas não indecente e por ter um corte de alfaiataria, também não é tão informal. Busco na espreguiçadeira ao lado, a bolsa e o chapéu de palha que comprei mais cedo em uma lojinha. Alcanço e bato minha rasteirinha rosa para tirar a areia.
A lancha aproxima-se mais... mais e mais. Largo minhas coisas em cima da mesinha de apoio e vou até a beirinha do mar acompanhar o espetáculo que é ver o barco manobrar e atracar. Coloco a mão sobre os olhos para bloquear a claridade. O dia está ensolarado e quente, as ondas que batem em minhas pernas são refrescantes e bem-vindas.
Nossa, que delícia.
Não é à toa que o Hero adora este lugar.
Minha expressão se contrai quando um senhor de meia idade, vestido em trajes de capitão, desembarca seguido por um bando de mulheres barulhentas. Mas que bela merda!
Pela carranca no rosto do homem, ele não parece nada, nada satisfeito com a companhia.
Elas são bonitas e estão em biquínis coloridos e provocantes que revelam bem mais do que deveriam. Mas que bela merda dupla! Penso no maio branco que eu achava sexy, que visto sob o macaquinho e reviro os olhos.
Perto destas lambisgóias vou parecer uma freira.
A passos firmes o marinheiro segue pelo longo ancoradouro e acena assim que me vê parada na beira da praia. Por inércia aceno em resposta, as cinco mulheres que o seguem notam a minha presença e começam a tagarelar entre elas.
Fico esperta.
O homem se apressa e pula na areia e vem correndo em minha direção. — Bom dia, madame. Sou o Josias da marina, vim trazer a lancha que o Senhor Hero pediu. — fala antes de parar à minha frente.
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Um Amor de CEO - Herophine
Roman d'amourAos 25 anos, Josephine Langford, uma mulher decidida e pavio curto, decide radicalizar. Ela rompe com tudo que a sufoca e parte para um recomeço. Uma nova cidade, uma nova casa e novos amigos... A alegre e colorida Vila Madalena é o cenário simple...