Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"

Capítulo 16 - Trato é trato

Camila Hayes

Me espreguicei, sentindo meu corpo relaxar inteiramente. Eu parecia ter dormido horas intensas e ao mesmo tempo parecia ter levado uma surra. Esfreguei meus olhos, sentando na cama, e olhei para o lado, vendo a cama bagunçada.

Puta. Que. Pariu.

Dei um pulo da cama, lembrando exatamente do que havia acontecido na noite passada. Conferi o relógio, gritando ao ver que já passavam das dez, indo direto para o banheiro e fazendo minhas higienes rapidamente. Vesti uma camisa e calça jeans, levando os tênis para calçar na sala enquanto procurava algo para ir comendo. Se fosse rápida, conseguiria pegar a metade da aula. O filho da mãe do Viktor havia ido para sua aula e nem se deu o trabalho de me acordar, que ódio.

Quando corri, parei abruptamente ao ver o garoto na cozinha, olhando algumas coisas dentro dos armários. Na mesa havia um belo café da manhã. Não sei quanto tempo fiquei petrificada, apenas tentando o que acontecia ali, mas foi impossível não corar quando ele me viu e deu seu melhor sorriso.

— Bom dia, raio de sol. Dormiu bem? — Perguntou, provocativo, apoiando-se na bancada.

— O que é isso?

— Não vê? Café da manhã, ora mais.

— Viktor, eu perdi a hora da minha aula! Não posso levar falta — Bufei, irritada.

— Fique calma, ok? Meghan passou aqui mais cedo e nós nos encontramos enquanto eu vim até a cozinha. Ela mesma disse que você não precisava ir para a aula hoje.

— Desde quando Meghan é a coordenadora do meu curso?

Ele riu e veio até mim. Usava apenas a calça social, deixando todo seu peitoral amostra. Foi impossível não dar uma olhada.

— É melhor pegar do que ficar só olhando, não acha?

Pisquei várias vezes, voltando a olhá-lo nos olhos.

— Não mude o foco. — Falei.

— Eu não, você é que não consegue se comportar perto de mim.

— Por que deixou a Meghan fazer isso? Eu não podia faltar sem motivos. — Perguntei, ignorando suas provocações.

— Ela achou que você merecia um descanso, sabe? — Revirei os olhos. — Relaxe, Camila, ela disse que avisaria na coordenação que você havia acordado doente.

— E ainda por cima vai mentir.

— Ah, vamos lá, não vai querer bancar a boa garota agora, vai? — Ele apoiou a mão na cadeira, apontando com a cabeça. — Vem comer, não se preocupe. Não hoje.

Encarei-o por alguns segundos até me dar por vencida e sentar. Viktor se sentou de frente para mim, me servindo o café em seguida.

— Não vai me dizer que esperou que eu acordasse para tomar café comigo. — Provoquei, sorrindo, mas meu sorriso logo morreu ao ver sua feição séria. — Meu Deus, você esperou.

— Que tipo de cavalheiro eu seria se não te esperasse?

— O clichê.

— Você gosta.

— Não exagera.

— Prove.

— O que?

— Prove o café.

Olhei para a xícara, engolindo em seco.

— Eu não sou muito fã de café.

— O que? Que mentira, você tomou naquele dia que dormiu no Uranus. Vamos lá, Camila, prove e me diga se está bom.