Camila Hayes
Jacksonville, Florida
Me espreguicei sentindo todos os meus músculos relaxarem-se instantaneamente. Meu corpo parecia sentir quando eu estava em casa, na minha cama, porque entrava em uma paz que absolutamente conseguia tirar. Sorri entre os travesseiros, feliz por estar ali. Faziam duas semanas da minha chegada e estar com a minha família nunca foi tão prazeroso.
Era por volta das nove e meia. Me levantei, fiz minhas higienes, tomei um banho rápido e vesti um vestido soltinho. No andar de baixo, conseguia ouvir uns burburinhos vindo da cozinha, e fui direto para lá. A cena que eu vi aqueceu meu coração e encheu meus olhos de lágrimas.
Margie estava com meu pai, em um canguru, e minha mãe tentava a fazer sorrir para tirar uma foto. Minha sobrinha gargalhava cada vez que via a avó pulando e quando meu pai apertava suas bochechas. Era impressionante como ela, tão pequena, conseguia ser tão esperta e como meus pais amoleceram o coração por completo, especialmente meu pai. Robert Hayes era um novo homem, agora doce, paciente e, sem sombra de dúvidas, rendido pela netinha.
— Sorria para a vovó, Margie. — Minha mãe ergueu o celular, tirando a foto dos dois sorrindo. — Isso está lindo. Sua mãe vai amar quando ver.
— Bom dia. — Falei, entrando na cozinha. Os três me olharam, sorrindo, Margie principalmente.
— Bom dia, filha. Como está? — Minha mãe perguntou.
— Ótima. Nunca dormi tão bem quanto aqui.
— Nós acordamos bem cedo, comemos e já tomamos banho de sol, não foi, Margie? Conte para a tia Camila. — Meu pai falou. Margie apertava o dedo dele enquanto sorria.
Eu me aproximei dela, beijando sua cabecinha, me sentindo bem ao sentir o seu cheirinho de bebê.
— Cadê Alice? — Voltei a perguntar a minha mãe.
— Ela e Jordan foram ao supermercado reabastecer o estoque de fraldas.
— Alguém aqui anda trabalhando bem o intestino? — Brinquei com Margie fazendo uma voz de bebê. Ela riu.
— Graças a Deus. Ficaria louco se ela tivesse constipações.
— Eu adoro ver como você finalmente encontrou outra pessoa para se preocupar loucamente. — Brinquei.
— Vai me dizer que está com ciúmes?
— Claro que não, eu até agradeço por isso. — Ri. — Agora Margie vai ter que ter cuidado quando for apresentar o namoradinho para o avô um dia.
Meu pai a abraçou contra o corpo, se afastando um pouco de mim. Ela apenas balançava as perninhas, alheia a tudo.
— Nem brinque com essa possibilidade, Camila Amberly.
— E lá vamos nós. — Minha mãe disse enquanto colocava o café na mesa. Eu gargalhei.
— Chegamos! — Alice gritou, abrindo a porta. Logo ela e Jordan estavam na cozinha, colocando as compras sobre a ilha. Minha irmã correu até a filha, beijando suas mãozinhas. — Mamãe está aqui, amor. Como ela ficou?
— Foi tudo bem. Ela não chorou, nem fez cocô, apenas ficou quietinha. Depois que Rob a colocou no canguru ela não quer sair por nada, tentei tirá-la, mas ela ameaçou chorar.
— Parece que achamos um bom lugar para te deixar calma, hein? — Alice brincou, passando a mão pelos cabelos de Margie.
— Não tenho culpa se ela ama o avô. — Meu sorriu, presunçosamente. Alice revirou os olhos.
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Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"
Ficção AdolescenteCamila e Alex era o casal mais improvável de acontecer. O amor que nasceu de uma mentira e tornou-se algo puro e intenso, marcou profundamente a vida de ambos. Com o término do ensino médio e as oportunidades dando vista, os dois são forçados a se s...