Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"

Capítulo 1 - Não é tão simples

Camila Hayes

Amor.

Eu continuo a me questionar sobre o que é o amor.

Existe uma teoria louca, criada pelos próprios homens, que dizem que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a nossa outra metade. Eu tive o privilégio de encontrar a minha. Em partes, é verídico. Não é provado que todos temos a nossa alma gêmea, mas é fato que amamos muitas vezes na vida. Eu amei uma vez, e foi tão avassalador que no final me deixou sem nada. Acontece que nunca contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta. A verdade é que crescemos através de nós mesmos. A companhia, o amor, o afeto, torna tudo apenas mais agradável.

E não, não estou dizendo que o amor não é uma coisa boa, eu pelo menos não acredito mais nisso. O amor pode ser representado de várias formas. Desde os laços consanguíneos até as relações românticas. Amor é importante, mas deveria vir com o aviso de que, se usado de forma errada, ele pode te causar danos irreparáveis.

O amor é sobre também aceitar e seguir os seus próprios passos. É saber compreender que nem sempre amar é permanecer. É sobre saber enxergar o momento certo de ir embora, e não porque você parou de amar, mas sim porque você precisa se amar mais. É doloroso e torturante, mas você, no fim das contas, acaba entendendo o significado do amor quando tem o desejo absurdo de ficar por amar o outro, e ainda assim precisa ir por amor a si mesmo.

E aqui preciso ressaltar o quanto amo minha irmã, Alice, a minha alma gêmea. Faziam exatos dois dias desde que ela havia me contado a notícia da sua gravidez. Assim que me contou, nós choramos juntas, abraçadas, tentando encontrar forças uma na outra. Eu estava abalada em todas as formas, mas precisava me manter firme para amparar minha irmã, mesmo que tivesse que deixar minha dor e os meus problemas de lado. Com toda essa situação, nós acabamos entrando em um maldito dilema: contar ou não contar aos nossos pais?

Era fato que precisávamos contar, mas o medo das reações impedia minha irmã de tomar qualquer atitude.

Naquela tarde nevada de 18 de dezembro, Alice e eu, deitadas na minha cama, criávamos coragem para ir até Jordan contar a notícia de que ele seria pai.

— Como isso aconteceu? — Perguntei, acariciando sua cabeça. Alice suspirou. Ela estava deitada em meu colo e seu nervosismo era perceptível.

— Você sabe exatamente como é.

— Não, eu quero dizer como você pôde deixar isso acontecer. Sempre achei que fosse cuidadosa em relação a isso, Alice.

Ela se levantou, sentando-se de frente para mim.

— Eu não sei. Foi no nosso aniversário de um ano, naquela noite em que você ficou com Aaliyah — Assenti, me recordando. — Nós transamos naquela noite, muito. Mas eu esqueci de tomar a pílula no horário certo.

— Você atrasou quanto tempo?

— Quatro horas.

— Puta merda.

— Eu sei. — Ela voltou a chorar. — Agora eu tenho certeza de que Jordan vai me odiar para sempre e me deixar sozinha.

— Ei, Alice, não pense assim. — Segurei suas mãos. — Vai ficar tudo bem.

— Vai mesmo? Você realmente acha isso? Corre o risco de o pai desse bebê terminar comigo e o nosso pai me expulsar de casa.

— Ele não... O papai não faria isso. E Jordan muito menos.