Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"

Capítulo 27 - Good things

Camila Hayes

Era o aniversário do meu pai. Felizmente, mesmo com o quase fim das férias, eu consegui ficar a tempo de comemorar o dia de um dos homens que mais amava. Nós havíamos preparado um churrasco para aquele final da tarde e chamamos alguns amigos e a família.

Aquela seria minha última semana em Jacksonville, na sexta-feira estaria voltando, e meu coração já doía de saudades. Eu sabia que quando voltasse para Nova York, minha segunda casa, as coisas seriam diferentes, especialmente agora que Meghan estava a um passo de se mudar. Precisava urgentemente de um estágio e seria algo que me dedicaria cem por cento a procurar. Por mais que eu amasse o conforto da minha família, uma hora eu precisaria voltar para a realidade.

Naquele final de tarde de quarta-feira, todos estávamos reunidos no jardim. Eu assistia alegremente a Margie dar risadas enquanto era paparicada por Vovô C e Nanabeth. Ela completaria 1 mês em breve e já esbanjava carisma. Alice e Jordan pareciam ter relaxados um pouco mais, como se aos poucos pegassem o jeito. Meus pais estavam mais apegados do que nunca a netinha, não queria nem imaginar como seria quando ela fosse se mudar, algo que aconteceria logo mais.

― Curtindo a festa? ― Perguntei ao me aproximar de Alice que estava perto da mesa do churrasco, comendo.

― Sim. Eu precisava muito de uma carne brasileira. ― Disse, rindo.

― Nem acredito que terei que voltar para Nova York em alguns dias.

― Nem eu. ― Suspirou. ― Por mim você ficaria para sempre com a gente. ― A olhei. ― Mas eu sei, eu sei, você já tem sua vida estabilizada e eu não vou me intrometer, é só que é muito bom ter você por perto, Camz.

― Eu também amo estar aqui, Ali, especialmente agora que posso acompanhar o crescimento de Margie. ― Olhei para minha sobrinha de longe. Agora ela estava nos braços de meu pai, rindo enquanto ele a beijava. ― Não quero que ela esqueça de mim.

― Nem se ela quisesse, meu amor. Eu falarei de você a todo momento. Além do mais, quando ela tiver idade suficiente mandarei ela passar um tempo com você em Nova York. ― Dei risada.

― Por favor, quero muito isso.

― Mas agora quero saber ― Disse, me encarando seriamente. ― Você vai precisar de mais dinheiro agora que vai morar só? Lembra do que nossos pais disseram, não é?

Dois dias atrás eu havia dito que em breve estaria morando sozinha no meu apartamento. Meus pais não gostaram muito da ideia, especialmente o meu pai, e insistiram para que eu fosse para um dos dormitórios da NYU, mas eu neguei e recusei qualquer tipo de ajuda. Era hora de andar com as minhas próprias pernas.

― Sim, eu lembro. Pode ficar tranquila, já estou pesquisando sobre alguns estágios.

― E se você não conseguir?

― Eu darei um jeito, posso até trabalhar com outra coisa e conciliar com as aulas.

― Droga, é tão difícil para mim ver você se tornando uma mulher.

― Alice, você fala como se fosse absurdamente mais velha do que eu.

― Por favor, você pode respeitar o meu momento de irmã mais velha? Eu quero te imaginar como um bebê. ― Fingiu enxugar às lágrimas. ― Nem parece mais aquela garotinha insegura que me pedia ajuda para escolher roupa.

― É até esquisito lembrar de mim assim. ― Ri, nostálgica.

― Por acaso vai voltar a se envolver com o tal de Viktor quando voltar?

Abri e fechei a boca várias vezes, rindo por fim.

― Eu não sei. ― Cocei a nuca. ― Não quero pensar sobre isso.