Camila Hayes
Marjorie havia trazido um novo significado para nossa família. Nunca pude imaginar que poderíamos ser mais felizes. Sua chegada trouxe luz, esperança e a sensação de dias melhores. No dia seguinte do seu nascimento, ela e Alice foram para casa. Suas bochechas rosadas e sorrisos a cada brincadeira que fazíamos era a prova perfeita da sua saúde de ferro. Jordan e Alice estavam em pura alegria, sem conseguir largar a filha e parar de mimá-la. Eles eram o significado de bons pais, mesmo que fosse algo novo na vida dos dois. Alice era mais paciente, cuidadosa, enquanto Jordan, que estava praticamente morando em nossa casa, não parava de dizer que não via a hora de poder brincar com Margie.
Meus pais estavam ainda mais felizes. Meu pai, o rabugento Robert Hayes, se tornava um amor de pessoa quando estava com a neta. Se ele era protetor comigo e Alice, era mil vezes mais com Margie e ainda mais doce com ela. Ela definitivamente era sua nova princesinha. Minha mãe não parava de dizer, emocionada, o quanto estava agradecida por ser avó — mesmo que não parecesse uma.
Tudo se multiplicou em coisas boas com a chegada de minha avó, Aída. Ela tentou chegar a tempo para o parto de Alice, mas o atraso no aeroporto da sua cidade a impediu. Foi emocionante de assistir o momento em que ela conheceu Margie e a garotinha mostrou seu sorriso sem dentes para ela. O momento foi tão emocionante quanto quando meus outros avós, vovô C e Nanabeth, a conheceram. Nanabeth, assim como meu pai, apaixonou-se por Margie na mesma hora. Era muito interessante como as coisas mudavam.
E eu não conseguia larga-la. Ficava feliz cada vez que Alice me pedia para segurar Margie ou para cuidar dela enquanto comia. Seu cheirinho doce, seu sorriso divertido e olhinhos curiosos eram a minha nova paixão.
Naquela noite, minha família havia preparado uma mini despedida para mim. Teria que voltar para Nova York no dia seguinte para terminar o semestre e então, finalmente, entrar de férias. Passaria as férias em Jacksonville, cuidando de Margie, com a minha família, e eu não poderia pensar em cenário melhor.
Com o jantar pronto, fui até o quarto chamar Alice e Jordan. Parei na soleira da porta, encostando meu ombro na parede e admirando a cena. Os dois estavam deitados de lado na cama com Margie no meio, brincando com ela. Tirei o celular do bolso e registrei o momento.
— Camila, você está aí desde quando? — Alice perguntou, depois de alguns segundos.
— Tempo suficiente para admirar a cena.
Jordan se levantou, pegando a filha no colo.
— Acredita que ela já quer ficar de bruços? — Ele perguntou, sorrindo.
— É uma super-heroína. — Brinquei.
— Eu sei, certo? — Jordan disse, com os olhos brilhantes.
— Vovô C e Nanabeth acabaram de chegar, vão passar a noite conosco. — Falei.
— Então é melhor eu ir ajuda-los com a bagagem. — Jordan entregou Margie para Alice e desceu rapidamente.
Eu me sentei na cama, ficando próxima de minha irmã. Margie sorria enquanto Alice brincava com ela.
— Como está? — Perguntei.
— Bem. Cansada, mas feliz. — Ela me olhou. As olheiras estavam cada vez mais profundas.
— Consigo ouvir o choro dela a noite.
— Ela tem pulmões fortes, graças a Deus. A médica disse que o choro é por causa das cólicas, mas hoje ela aparentemente não sentiu. — Suspirou, passando a mão pela bochecha corada de Margie. — Odeio quando ela chora. Queria que qualquer dor que ela sentisse fosse em mim, parece que falho como mãe quando ela se sente mal.
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Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"
Teen FictionCamila e Alex era o casal mais improvável de acontecer. O amor que nasceu de uma mentira e tornou-se algo puro e intenso, marcou profundamente a vida de ambos. Com o término do ensino médio e as oportunidades dando vista, os dois são forçados a se s...