Bônus 1: Quando Brent e Evelyn falaram sobre o amor

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Evelyn Lawson

O primeiro garoto que amei na vida não era doce, não era tão engraçado, me tratava razoavelmente bem e, acima de tudo, não me amava. Seu nome era Lucas. O conheci em um verão em Ocala, quando tinha doze anos. Assim que o vi, pensei: que belos olhos verdes.

Fomos bons amigos durante o verão. Ele era de Miami, eu de Jacksonville. Conversávamos diariamente até que o verão chegasse e nos encontrássemos novamente em Ocala, na casa em que meu pai sempre alugava. Nossas famílias acabaram se tornando amigas e eu via nos olhos dos nossos pais que queriam que fossemos namorados. Meu pai, na verdade, me protegia a todo custo, mas eu sabia que se eu fosse namorar alguém, para ele, esse alguém deveria ser Lucas.

Ele foi meu primeiro tudo. Meu primeiro namorado, meu primeiro beijo e a minha primeira vez. Isso fez eu, a garota cheia de mommy issues, apaixonar-se dolorosamente. Lucas, ao contrário de mim, conhecia mais do mundo, sabia sobre as garotas, e senti que nosso namoro, que durou apenas cinco meses, foi convencional.

Terminar o namoro com o garoto que havia sido meu primeiro em tudo não estava nos meus planos. Ele terminou nosso namoro, ironicamente, no verão.

Aquilo me fez ter a certeza de que não iria querer outro namorado até que estivesse na faculdade, então pensaria sobre. Isso até o dia em que Brent Kinney gaguejou, nervosamente, e tremeu quando nos falamos pela primeira vez em uma aula de campo da escola. Passei o resto do dia rindo ao lembrar da cena, em como era possível que eu, Evelyn, pudesse ter deixado um garoto tão nervoso.

Depois dessa viagem passamos a nos ver pelos corredores, e eu sempre queria falar com ele, sempre queria vê-lo nervoso e corado. Era fofo. Tenho quase certeza de que Camila, minha cunhada, foi uma das responsáveis por sugerir a ele que me chamasse para sair – e eu nunca fui tão agradecida a ela.

Foi quando eu estava saindo da aula de natação, em um fim de tarde na Fayron, de frente a escola que ele chegou, afobado, para me fazer o pedido:

― Evelyn, espera!

Eu me virei, assustada, ao ver que ele quase caía das escadas para me alcançar.

― Meu Deus, Brent, cuidado. ― Falei, segurando em seu braço. Ele recuperou o ar e me olhou, envergonhado.

― Desculpa, não queria fazer uma cena.

― Você não fez. Quase se quebrou todo, na verdade. ― Dei risada. ― O que aconteceu? Quer falar comigo?

― Eu-eu... eu acho melhor... eu vou...

Ele ia voltar para a escola, mas eu impedi, segurando novamente seu braço.

― Agora eu quero saber. Por favor, fale.

― Não é nada. Não quero tomar seu tempo, sei que já deve estar indo para casa.

― Eu tenho tempo. ― Falei, rapidamente. ― Por favor.

Ele virou-se para mim e quase não me olhava nos olhos de tanta vergonha. Aquilo era deliberadamente fofo e atraente para mim.

― Você... gostaria de... ― Ele respirou fundo e me encarou. ― Você gostaria de sair comigo?

Ele falou a última frase com tanta rapidez que achei que teria ouvido errado. Se a situação fosse outra, se eu soubesse que Brent não teria coragem para repetir o convite, pediria para que ele perguntasse novamente. Então apenas abri um sorriso leve.

― Sim. Eu adoraria sair com você, Brent.

O brilho que surgiu em seu olhar deveria ter sido registrado em mil quadros.

Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"Onde histórias criam vida. Descubra agora