Capítulo 19 - Fogo cruzado

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Alex Lawson

— Como se sente hoje, Alex? — A Dra. Martin perguntou, abrindo a caderneta. Eu tirei a jaqueta, me sentando melhor no sofá.

— Um pouco nervoso com a estreia do campeonato. Não quero decepcionar o time, principalmente porque sou o mais novo titular.

— Você vem treinando?

— Bastante. O treinador não facilita e eu faço de tudo para seguir seus cronogramas. Quero me destacar.

— Tem medo do que os seus colegas podem pensar se errar de alguma forma? — Ela deixou a caderneta de lado e me encarou.

— Definitivamente. Essa é a primeira oportunidade que tenho, não posso desperdiçar.

Ela assentiu. Me preocupei na mesma hora ao reparar que a doutora transpirava, como se estivesse passando mal.

— Doutora, você está bem? Precisa de algo?

— Não, é só... — Ela riu sem humor, se abanando. — Eu não sei o que estou sentindo.

Me aproximei, levantando do sofá.

— Posso pegar algo? Quer que eu chame alguém?

— Um pouco de água, por favor. — Assenti, indo direto para o filtro do canto da sala.

Enquanto enchia o copo, ouvi a doutora se aproximar. Ela estava próxima quando me virei.

— Obrigada, Alex. — Disse, pegando o copo. Seus dedos tocaram os meus lentamente. Ela bebeu a água olhando nos meus olhos, alguns pingos caíam sobre seu pescoço, e eu só conseguia pensar que tomar água nunca foi tão sexy.

Pigarreei, desviando o olhar.

— Se sente melhor?

— Não.

Franzi a testa.

— Não?

Ela jogou o copo longe.

— Doutora, o que...

— Você sabe porque eu ando passando mal, Alex. Sei que você se sente da mesma forma.

Ela veio caminhando em minha direção até que eu batesse minhas costas contra a porta.

— Eu...

— O que? Vai deixar as frases morrerem agora? Diga algo, Alex. Diga algo perverso.

— Você vive dizendo que é errado.

Ela respirou fundo, agoniada.

— Eu sei. Ainda acho que é, mas não consigo dormir, não consigo me concentrar, é como se de repente você dominasse todos os meus pensamentos. A única coisa que consigo imaginar é em você me tocando, me beijando... Deus, é muito, muito errado, mas nós não podemos negar a atração que existe entre nós. — Disse. — Além do mais, hoje é sua última sessão.

— Hoje? Mas já? — Ela assentiu.

— Fico feliz que possa finalmente ter alta, a terapia sempre vai ser importante. Mas a questão é que passei todos esses meses tentando me controlar, me manter longe de você, mas não consigo mais, Alex.

— Doutora...

— Me beije. — Pediu. Sua voz rouca e baixa fazia meu corpo inteiro se aquecer. — Me beije, Alex.

Então eu fiz. Sem pensar muito. Puxei a mulher contra mim, não deixando nenhum espaço entre nós, e a beijei. Seus braços rodearam meu pescoço, minhas mãos passeavam por meu corpo e, pela primeira vez em meses, eu me sentia confortável.

Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"Onde histórias criam vida. Descubra agora