Camila Hayes
― Acorda, Camila! Vamos, acorde!
Senti meu corpo inteiro doer e minha cabeça latejar. Eu parecia sofrer de dor só pelo simples fato de tentar abrir o olho.
Onde eu estava?
― Vamos! Você já dormiu demais!
Aquela voz.
Achei estivesse sonhando.
Quando meus olhos abriram, a única coisa que vi foram borrões. Borrões de pernas cobertas por uma calça preta. Alguém parecia zelar por meu sono doloroso. Meu Deus, onde eu estava?
Então a voz ficou mais nítida e fez todo meu corpo resetar.
― Isso mesmo, querida. Acorde.
Quando ergui um pouco minha cabeça, vi Viktor. Então tudo aquilo não havia sido um maldito sonho. Ele estava mesmo ali, tentando fazer da minha vida um inferno.
Eu estava de bruços, completamente jogada e sem forças. Ele agarrou meu braço e me fez apoiar as costas no encosto do sofá. Aos poucos eu recuperava a consciência.
― Está se sentindo bem? ― Perguntou, segurando meu rosto com as duas mãos.
Eu sentia repulsa, um nojo que nunca imaginei que fosse possível sentir na vida. Sua mão em minha pele queimava como ácido e eu já conseguia sentir as lágrimas se acumularem em meus olhos. O pior de tudo é que não conseguia afastá-lo, ainda estava fraca.
― O que você fez comigo? Cadê o Alex?
A última coisa que me lembrava era de Alex sair do meu prédio triste, aparentemente por conta das merdas que havia sido obrigada a falar, e de Viktor dizendo que seríamos apenas nós dois. Depois disso, tudo era um borrão. Na verdade, pareci ter entrado em um sono profundo.
― Flunitrazepam. Você tomou todo.
E então me lembrei.
Logo depois que Alex havia ido embora, Viktor me forçou a tomar um copo com água. Eu não fazia ideia do que era, tentei não engolir, mas foi impossível. Menos de um minuto depois eu havia apagado.
― E Alex deve estar bem. Na verdade, acho que ele deve estar louco sem você.
Ele se sentou em uma cadeira, ficando de frente para mim.
― Você ficou quase três horas desacordada. ― Ele sorriu. Seus dentes brancos e sua feição falsa me causavam arrepios. ― Tenho que te atualizar sobre algumas coisas, amor. Primeiro, você não corre risco por ter tomado esse medicamento, eu mesmo fiz questão de ter certeza de que você não seria alérgica. Na verdade, você não é alérgica a nada, menos poeira. Segundo, a imprensa já sabe do sequestro. Se quiser arriscar abrir as cortinas e colocar a cabeça ali pela janela, verá centenas de câmeras apontadas para sua cara. Eu até deixaria você fazer isso se fosse uma boa menina, mas não vou coloca-la em risco. E terceiro, finalmente chegou a hora da nossa conversinha de adultos.
Engoli em seco, sentindo minha garganta arder e as lágrimas escorrerem por minhas bochechas.
― Por que está fazendo isso, Viktor?
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Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"
Teen FictionCamila e Alex era o casal mais improvável de acontecer. O amor que nasceu de uma mentira e tornou-se algo puro e intenso, marcou profundamente a vida de ambos. Com o término do ensino médio e as oportunidades dando vista, os dois são forçados a se s...