Capítulo 52 - Boas intenções

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Camila Hayes

Alex estava tenso com a presença da minha família. Era normal. Sete anos sem vê-los, era mais do que óbvio que existiria uma tensão, especialmente da parte do meu pai.

Eles ficaram três dias conosco. Alex, gentilmente, abriu as portas de seu apartamento para receber a mim e a minha família, tentando ignorar os olhares desconfiados e ameaçadores do meu pai. Foram dias complicados, especialmente para mim, mas as coisas pareciam melhores agora.

Naquela manhã de sexta-feira, algumas horas antes deles viajarem, fomos a uma churrascaria brasileira bem famosa como uma espécie de despedida em família. Margie era a mais animada.

Enquanto comíamos, era mais do que perceptível o olhar ameaçador que meu pai lançava para Alex, que fingia não ver. Eu, na tentativa de desviar do assunto, perguntei:

― Alice, como anda os preparativos para o casamento? Mais perto do que nunca, certo?

Ela sorriu, animada. Margie bateu palmas.

― Sim. Ah, estou tão feliz. Daqui um mês e meio eu serei oficialmente a Sra. Perkins.

― Somente no papel, certo? Vocês já são praticamente casados. ― Nossa mãe comentou.

― Eu sou totalmente contra isso de sobrenome. Para mim, você seria para sempre uma Hayes. ― Meu pai disse.

Alice suspirou.

― Pai, eu não vou abdicar do sobrenome Hayes. Sim, ele será para sempre meu, é só que irei me casar e realmente quero o sobrenome de Jordan, o sobrenome da minha filha.

― Mamãe disse que eu posso escolher o vestido! ― Margie exclamou. Nós rimos.

― Sério, meu amor? ― Apertei a bochecha dela. Ela havia feito questão de se sentar ao meu lado.

― A cor, Margie. Mamãe te deixou escolher a cor. Na verdade, é a cor do laço. O vestido dela será branco.

― Branco? Mas eu não quero usar branco, mamãe! Eu queria vermelho.

Alice quase se engasgou.

― Vermelho? Ok, sonhe um pouco mais com isso.

― O que podemos esperar da estadia da nossa Margie aqui na cidade? ― Meu pai perguntou, atraindo todas as atenções. ― Quero dizer, nós precisamos saber, eu preciso saber. Especialmente porque você, Camila, não cuidará dela sozinha.

Ele lançou um olhar assassino para Alex. Aquilo fez ele virar o resto do vinho de uma vez, nervoso.

― Pai, por favor. Não precisamos falar sobre isso aqui. ― Pedi.

― Ah, mas nós vamos falar.

― Robert, tudo já está certo. Margie ficará em boas mãos. ― Minha mãe disse.

Meu pai olhou para Margie e colocou as mãos nos ouvidos, como se as tampasse. Margie, como a maior admiradora do avô, repetiu o gesto sem contestar.

― Não pense que eu me esqueci da sua fama de pervertido, Sr. Lawson. ― Ele disse, fechando a cara.

― Meu Deus, isso de novo?! ― Perguntei.

― Isso é sério, Camila. Minha neta precisa ser bem cuidada. Como você quer que eu tenha confiança em um sujeito que te largou, a sete anos atrás, sem explicações concretas, deixando apenas o egoísmo dele falar mais alto, abandonando tudo e todos que se importavam com ele ― Franzi a testa. Alex parecia ouvir as palavras como se merecesse aquilo. ― Me diga, Sr. Lawson, por que eu deveria confiar em você de novo? Por que deveria confiar a minha maior riqueza, minha netinha?

Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"Onde histórias criam vida. Descubra agora