Capítulo 15 - Aos antigos corações quebrados

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Alex Lawson

— O que você pensa quando fala sobre amor, Alex?

— Amor? — Ri sem humor. — É a maior droga do universo. Eu acho que Deus, ou quem quer que tenha criado o mundo, não pensou nas consequências desse sentimento. É estranho, é bom mas ao mesmo tempo ruim. Depende de qual momento você vive. Amor é bom quando conspira ao seu favor, quando você tem ao seu lado pessoas que genuinamente te amam e quando é correspondido. É ruim quando você precisa dar adeus a quem ama... quando precisa abrir mão.

— Não acha que abrir mão também é amar?

— Claro que é. — Suspirei. — Amor, para mim, é sobre ela. Camila é a personificação de cada coisa boa desse mundo, é a parte boa do amor. Eu não... eu não podia continuar com ela.

— Por que não? — Ela me encarou. — Por que não fica com ela?

— Eu não...

— Você sabe sim, Alex. — Disse, me interrompendo.

— Eu não podia, ok? Eu não faria ela feliz.

— Como pode ter tanta certeza disso?

— Apenas tenho.

— Você percebe que está sendo imaturo ao dizer isso, certo? É como se assumisse um papel de imposição, zero empático, como se quisesse limitar as pessoas aos sentimentos que você acha que elas sentem. No entanto não acho que esteja errado. Você disse que ela indo com você para Miami não poderia cursar na NYU que sempre foi a faculdade dos sonhos dela.

— Isso mesmo.

— Na hora que pediu para que ela fosse com você, você não percebeu.

— Talvez no fundo eu soubesse, mas estava tão assustado, com tanto medo de perde-la que explodi. Eu não podia perder mais ninguém.

— Mas mesmo assim você perdeu.

Passei a mão pelo cabelo, sentindo uma agonia me consumir. As horas pareciam não passar nunca. Queria gritar, dizer que odiava tudo sobre aquela conversa. Só queria parar de relembrar esses momentos.

— Você perdeu a Camila, Alex.

— Por que está fazendo isso? — Perguntei, engolindo em seco.

— Porque você precisa aceitar. — Ela se curvou, apoiando os cotovelos nos joelhos.

— Eu já aceitei.

— Se tivesse aceitado não estaria quase tendo um ataque de nervos ao falar sobre ela. Por que ainda age assim?

— Pare.

— Admita!

— Porque eu ainda a amo! — Esbravejei. — Eu amo essa garota e não consigo superar, simplesmente não consigo.

— E o que mais? — Desviei o olhar do dela. — Você consegue imaginá-la com outros garotos igual você fica com outras garotas?

— Não. Não quero pensar sobre isso.

— Mas vai. A vida precisa seguir, Alex, se você dorme com outras garotas, então Camila pode dormir com quem ela quiser.

— Eu não quero pensar, Dra. Martin.

— O que acontecesse se você correr atrás da Camila e ela estiver namorando outro cara? Ou o contrário? Já pensou sobre isso?

— Não. Eu simplesmente não quero, não entende? Eu continuo me torturando, lembrando dos nossos momentos junto e de todas as vezes que ela me fez feliz. Por mais que eu tente seguir em frente, que queira que ela também siga, uma parte minha nunca vai conseguir.

Lições de Uma Boa Garota | Livro 3 - Trilogia "Garotas Más"Onde histórias criam vida. Descubra agora