Capítulo 61

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Benjamin

Uma das minhas mãos está segurando a cintura de Angel enquanto ela dorme como um anjinho. O meu anjinho. Essa é a minha versão do que seria o paraíso, ou pelo menos era, até esse barulho infernal começar. Ugh!

Me viro com cuidado na cama para não acordar Angel e pego o celular no chão. É o meu avô ligando.


— Bom dia, vô. — falo ainda com a voz rouca.


— Tenho quase certeza de que às 16 horas já não podemos mais falar bom dia. — ele dá risada. Confiro o relógio e vejo que realmente está tarde. — Acho que isso quer dizer que a festa foi boa.


— É, foi legal. — A festa foi ok, bom mesmo foi o que aconteceu nesse quarto depois. E como foi...


— Você já está em casa?

— Não, eu...

Nesse momento, Angel resmunga o meu nome e se vira para o outro lado.

— Oh. — ele diz com a voz espantada quando percebe o que está acontecendo. — Eu pensei que já estivesse sozinho, querido. Não queria atrapalhar.


— Não! — grito sem querer e checo para ver se Angel acordou. Ela ainda está dormindo como uma princesa. — Não, vô. Você não está atrapalhando, espera só um minuto. — Coloco as minhas roupas e vou até o corredor. A claridade atinge os meus olhos como uma faca. — Pronto, pode falar.


— Bom, é que eu pensei que seria divertido se saíssemos juntos hoje. Nada sério, só para comemorar o seu aniversário mesmo. Traga a Angel também!


Sorrio quando percebo que ele não esqueceu o nome dela dessa vez, e que também não simplesmente presumiu que eu estivesse dormindo com outra garota.


— Eu vou adorar, vô. Onde nos encontramos?


— No salão do meu prédio mesmo, nada muito formal para não deixar a menina assustada. Hoje é noite de karaoke.


— Fechado. — Comemoro em silêncio, pensando em como eles finalmente vão se conhecer.


— Te encontro às oito? — ele pergunta.


— Às oito. — E desligamos.


Enquanto estou sorrindo como um sonhador, é até difícil acreditar que há uma semana eu estava à beira do fundo do poço. Abro a porta do quarto pronto para voltar a abraçar Angel, mas encontro ela acordada, olhando para o teto com o mesmo brilho nos olhos que eu venho carregando desde que ela voltou a ser minha.

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