Capítulo 45

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Angel

Acordo com o barulho do despertador tocando. Demoro alguns segundos até perceber que não estou sonhando e finalmente desligá-lo. Checo para ver se Benjamin acordou, mas não, ele ainda está dormindo como um bebê, entrelaçado no meu corpo. A minha pele ainda está corada pela noite passada, e a minha cabeça não vai me permitir esquecer todas aquelas sensações tão cedo. Meu Deus, o que foi aquilo? Eu nunca tinha experimentado nada parecido, e, se estou sendo sincera, nem acho que vou. A experiência de ter Benjamin tocando a minha pele é única, sempre será, eu tenho certeza disso. Fico mais alguns minutos sentindo o calor e o conforto que só o corpo dele traz, antes de me levantar para tomar banho. Eu não quero ir para a aula; eu quero ficar o dia inteiro junto de Benjamin. Afinal, nós passamos meses evitando o inevitável e agora eu sinto que merecemos recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, a vida não funciona dessa forma, então, tomo banho, me troco e volto para o meu quarto. Quando abro a porta dessa vez, Benjamin está de pé e se trocando.

— Bom dia, anjo. — ele fala quando me vê. Esse apelido soa tão bonito quando sai dos seus lábios...

— Você nem vai tomar banho para ir à aula? — pergunto, observando ele colocar a mesma roupa de ontem.

— Ah, eu tomei banho depois que você dormiu. — Benjamin caminha até mim vestindo a sua camisa. Não acho que vá demorar muito até o quarto começar a ficar quente. — Você dormiu bem? — Ele segura a minha cintura e me beija.

— Nunca dormi tão bem antes. — Não é mentira e nem exagero. Eu não dormia tão bem desde os meus 13 anos.

— É, o sono sempre é melhor quando você dorme logo depois de gozar. — Benjamin sorri, enquanto os meus olhos se arregalam. Eu ainda não sei como reagir a todas as indecências que saem da boca dele, mas por favor, que ele não ouse parar!

— Vo–você dormiu bem também? — mudo de assunto antes que eu precise me esconder em baixo dos travesseiros. Benjamin ri quando me escuta gaguejar. Ele é o ordinário mais lindo desse mundo.

— Sim, mas não tanto quanto eu gostaria. — Ele se senta na cama e faz um sinal para que eu me sente também, mas recuso. As aulas começam daqui a  dez minutos.

— Por quê? — Começo a arrumar a minha bolsa.

— Porque eu demorei mais tempo do que pretendia no banho. — ele explica. Confiro o meu celular e vejo inúmeras mensagens de Olivia, todas com o mesmo assunto: a minha noite com Benjamin.

— O que você ficou fazendo? — Apago as mensagens uma por uma.

— Bom, digamos que eu fiquei um pouquinho animado demais depois de te chupar ontem a noite. — A minha pergunta casual e descontraída com certeza não estava esperando por essa resposta. E mais uma vez, a cara de Benjamin nem treme, enquanto a minha está mais vermelha do que tomates prontos para a colheita.

— Ata... — É o único som que eu consigo emitir. E, de novo, Benjamin está rindo.

— E eu também não vou à aula hoje, tá bom?

— Por quê? — pergunto mais desinteressada do que pretendia. A minha cabeça ainda está imaginando as cenas de Benjamin no banheiro quando ele estava "um pouquinho animado demais".

— A banda vai tocar hoje em um  restaurante mais tarde e a gente precisa ensaiar. — Ele caminha até mim de novo, molhando os lábios com a língua, tão sexy... — Eu quero muito que você vá. — Benjamin me beija de forma persuasiva. Mal sabe ele que eu não perderia esse show nem mesmo se não fosse convidada.

— Eu vou estar lá. — Retribuo o beijo e começo a considerar voltar para a cama com ele, de preferência pelado.

— Ótimo. O show começa às oito e o endereço eu te mando depois. Não vou poder te levar porque eu e os meninos temos que chegar mais cedo, mas posso pagar um Uber.

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