Capítulo 64

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Benjamin

Já faz meia hora que o pestinha do Anthony me convenceu a deixá-lo brincar por mais cinco minutos. Agora, tenho a sensação de que estou tendo que observar ele se jogar na piscina de bolinhas pela centésima vez. Porra, por que a Angel tá demorando tanto?

Se o meu humor não estivesse tão bom eu provavelmente já teria ido atrás dela tirar algum tipo de satisfação, mas não essa noite. O jantar foi incrível, muito melhor do que eu imaginava. Angel foi perfeita, magnífica, fantástica, e seja lá quais outros elogios eu possa dar a ela. Eles nunca vão ser o suficiente mesmo, então acho que não faz diferença.

Mais dez minutos se passam, e quando estou prestes a ligar para ter certeza de que nada ruim aconteceu, vejo Angel chegando. Minha nossa, esse vestido realmente fica bem nela!


— Oi. — ela diz com a voz tão baixa que mal escuto.


— Por que você demorou tanto? Pensei que alguma coisa tinha acontecido.


— Ah, não foi nada. A gente só... Conversou um pouco.


Quando Angel levanta a cabeça para me encarar, percebo que o seu rosto está vermelho e inchado, como se ela tivesse chorado. Oh céus!


— Tá tudo bem, anjo?


— Sim. — ela sorri, mas eu conheço Angel bem demais para saber quais dos seus sorrisos são os verdadeiros.


— Você sabe que não precisa mentir. — Me seguro na grade de ferro atrás de mim porque tenho a impressão de que posso cair a qualquer momento. — Foi alguma coisa que eu fiz?


— O quê? Não! — Angel aperta meu braço com força. — Eu só... Acho que peguei um resfriado, só isso. Por isso o rosto inchado. — Ela deita a cabeça no meu peito e coloca os braços ao meu redor. Algo me diz que isso não é tudo, mas se tem uma coisa que eu aprendi é que pressioná-la não vai adiantar nada, então apenas acaricio seu cabelo.


— Acho melhor eu ir pegar o Anthony pra gente poder ir embora. — digo.


— Poxa, mas ele tá tão feliz brincando. Por que a gente não espera mais alguns minutos?


O fato de eu nem cogitar a ideia de argumentar com Angel me prova que sou muito mais fluenciável do que pensei, ou talvez eu seja só um idiota apaixonado que concorda em fazer tudo que a namorada pede. É, acho que é isso.


— Tá bom. — Reviro os olhos, enquanto ela dá pulinhos de alegria.


— Ótimo! Assim a gente pode conversar mais.


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