Capítulo 60

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Angel

Quando o Uber estava a um quarteirão da república, eu já podia ouvir a música alta. E assim como eu esperava a festa está bem longe de acabar. Devo admitir que prefiro mil vezes passar essa noite sozinha com Benjamin, mas não posso tirar dele o direito de se divertir com seus amigos. Então, entro na casa desviando dos corpos suados e, a essa altura, fedidos. Pensei que demoraria para encontrar Benjamin no meio de todas essas pessoas, mas assim que escuto gritos masculinos em coro, sei exatamente aonde procurar. Caminho até o meio da sala e me deparo com pelo menos vinte garotos sem camisa carregando Benjamin, como se ele estivesse na plateia de um show. Minha nossa!


— Angel! — Me viro para trás e vejo Olivia. — Finalmente você chegou! — Ela me abraça. Não está tão bêbada quanto eu esperava.


— O que foi que eu perdi? — Aponto para a roda de meninos balançando o meu namorado de um lado para o outro.


— Ah, nem me pergunte. Aqueles três estavam bebendo desde antes de a festa começar.

Só então percebo que Eric e Lucas também estão no meio daquela roda.


— Homens... — Astrid caminha até nós revirando os olhos. — Não podemos viver com eles e não conseguimos viver sem eles.


— Eu que o diga. — Olivia dá risada.


— A Ashley não veio? — pergunto apenas por curiosidade. Não vou mentir e dizer que gostaria que ela estivesse aqui.


— Ela veio sim, estava aqui agora mesmo. — Astrid começa a procurar Ashley no meio da multidão — Onde será que...


— Vamos beber alguma coisa? — Olivia grita alto demais até mesmo para a música.


— Vocês não querem procurar a Ashley? — Astrid pergunta. Eu já sei a minha resposta.


— Nãããão. Ela deve estar por aí se... divertindo. — Olivia parece estar mais estranha do que o normal, mas talvez seja apenas eu. — Vem, vamos. — Ela me puxa pelo mão até a mesa cheia de bebidas. Meu estômago embrulha só de olhar para aquela maldita vodca.


— Acho que vou querer só um suco hoje.


— Qual é, hoje é sexta! — Astrid balança os ombros para mim. Não me lembro dela na última festa, a mesma em que eu vomitei as minhas tripas para fora. Se bem que parando para pensar, não me lembro de muita coisa daquela festa, então talvez isso não queira dizer nada.


— Minha nossa! Será que eu tô no céu?

Quando escutamos uma voz claramente bêbada, olhamos em sincronia para trás. É Lucas, lutando para conseguir ficar de pé.

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