Capítulo 67

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Benjamin

Acordo com o meu braço latejando pelo peso da cabeça de Angel apoiada nele. Até penso em me mexer, mas ela está tão linda dormindo que não tenho coragem. Uau, que noite!
De todas as coisas que eu imaginei que iriam acontecer no fim daquele dia, nenhuma envolvia transar com Angel, mas porra, eu não poderia estar mais feliz que finalmente aconteceu. Não foi nada parecido com o que eu havia imaginado inúmeras vezes enquanto encarava o teto do meu quarto, foi melhor. Pelas minhas experiências passadas com virgens, eu tinha certeza de que Angel ia sentir muito mais dor do que ela aparentou, e também estava esperando encontrar sangue nos lençóis quando terminamos, mas não achei nenhum sinal disso. Não que eu esteja reclamando, longe de mim, apenas imaginava algo diferente. Pelos céus, eu espero poder repetir essa noite tantas vezes...
Quando o despertador de Angel toca, finjo que estou dormindo para que ela não perceba que passei os últimos 50 minutos a observando. Não quero que pense que estou obcecado, apesar de essa ser a realidade. Ela se movimenta na cama com cuidado para não me acordar e então beija suavemente minha testa. Me pergunto se agora já seria um bom momento para fazê-la gemer o meu nome de novo, mas Angel sai pela porta antes que eu tenha a chance. Coloco minhas roupas enquanto checo o meu celular e só encontro mensagens de  Eric falando sobre a sua festa. Decido então, ligar para a minha mãe e perguntar sobre Anthony, já que aparentemente ela não fez questão de me dizer como ele está.

— Bom dia. — ela atende. Percebo pela sua voz que não dormiu a noite inteira, e não tenho dúvidas de que é porque estava preocupada ou com raiva, ou os dois.

— Como ele tá?

— Bem melhor do que ontem à tarde, mas ainda não acordou. Faz uma hora que o seu pai saiu pra falar com o advogado e desfazer a matrícula dele na escola.

Apesar de a minha raiva ter diminuído significamente desde que Angel me contou que estapeou aquele cretino, ainda espero que nós consigamos levar a escola dele à falência.

— E como você tá? — A imagem do rosto da minha mãe quando viu Anthony naquele estado ainda está grudada na minha mente.

Ela suspira fundo no telefone, está exausta.
— Me pergunta de novo quando o seu irmão estiver acordado e brincando, quem sabe eu tenha uma resposta melhor.

Ai!

— Eu estou indo pra casa, chego aí em meia hora, dependendo do trânsito. — aviso. Não posso mudar o que aconteceu, mas posso fazer o mínimo,  que é não deixar ela ficar sofrendo sozinha em casa.

— Não, não, não. Você já tem faltado demais nesses últimos tempos, pode ir pra aula.

Mas é claro que ela ia fazer isso, penso revirando os olhos.

— Que tipo de filho de merda sou eu que não fica com a mãe em um momento complicado?

— O tipo de filho que vai evitar que a mãe pague mais um ano de faculdade. — Consigo visualizar ela dando um tapa na minha cabeça enquanto fala. — Tchau, Benjamin. — Curta, grossa e objetiva. Não é com esse tratamento que estou acostumado, não da parte dela.

— Tchau. — digo com ar de derrotado, mas minha mãe não escuta porque já desligou há dois minutos.

Angel volta para o quarto algum tempo depois, e mais uma vez, ela esqueceu de levar as suas roupas.

— Eu vou começar a ficar com ciúmes se você não parar de desfilar por aí de toalha. — dou risada, fingindo não notar que o seu corpo está marcando no pano de uma forma divina. Oh céus, talvez eu realmente comece a ficar com ciúmes.

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