42. Ele é apenas um garoto

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Draco estava deitado em sua grande cama em seu quarto, com o peito virado para cima e com suas mãos entrelaçadas enquanto procurava algo interessante para olhar no teto. Ele estava há dias dessa forma. Sem força ou motivado. Ele apenas sabia que os dias estavam se passando devido a sua presença obrigatória em almoços e jantares com sua mãe.

Tudo estava estranho desde que seu pai fora para Azkaban. Nada parecia certo.

Mesmo Draco reconhecendo que seu pai era difícil e tinha um temperamento complicado, Lucius o amava, e muito. Mesmo que não soubesse como demonstrar.

Lucius poderia ser frio, e não demonstrar afeto com tanta presença, mas nunca levantou um dedo ao filho, diferente de alguns pais de seus amigos, como os pais de Crabbe e Goyle. Draco sabia que poderia contar com seu pai para tudo. Aquele homem, mataria, e morreria, para salvar a esposa e filho.

Ver o homem que ele tinha colocado em um pedestal, ser colocado em celas em Azkaban, com os piores assassinos e criminosos que a Inglaterra já viu, o destruiu de uma forma que ele nunca poderia imaginar. E saber que ele estava realmente envolvido com você-sabe-quem, foi outra queda.

Ele sabia que algo estava acontecendo em casa. As cartas de sua mãe estavam mais apressadas e superficiais. Quando voltou para o Natal, a atmosfera na mansão estava diferente. Parecia que diversos segredos estavam escondidos entre as paredes, e o desaparecimento de seu pai durante almoços e jantares estavam mais presentes do que a neve que se acumulava no jardim.

Na Páscoa, alguns meses após a fuga em massa em Azkaban, quando encontrou sua tia, Bellatrix Lestrange andando calmamente pela mansão, um gelo correu pela sua espinha. Ele nunca havia a conhecido, só há tinha visto em fotografias, já que a bruxa havia sido presa alguns meses após seu nascimento.

Bellatrix. A mulher que havia matado o pai da pessoa ao qual ele é apaixonado. Ela foi a causadora de tanta dor na vida de Amanda. Sua tia. Sua família. O seu sangue.

A cada dia, mais e mais comensais começavam a aparecer na sua casa, se tornando a desculpa perfeita para ele quase nunca sair de quarto. Sua mãe também não estava muito diferente. Trancada em seu quarto, saindo apenas quando necessário.

Ele já não caminhava pelos grandes jardins, como fazia antigamente com sua mãe quando voltava de férias. E ele adorava fazer isso. Ver o brilho nos olhos de sua mãe enquanto ela via o desenvolvimento de suas flores durante o verão.

Voar em sua vassoura, se apaixonando mais uma vez pela vista dos hectares de sua propriedade, já não fazia mais sentido. Ele sabia que uma guerra estava prestes a iniciar, e que ele estava bem ao meio dela, se questionando se agora não era a hora de mudar de lado, pois tudo que diziam a cada dia, ia contra tudo que ele começou a acreditar nesses últimos meses.

Sangues-sujos.

Realmente, existia alguns que ele não suportava e sinceramente não se importava com o final deles. Na realidade, era uma lista até que razoável.

Hermione Granger, Dino Thomas, Justin Finch-Fletchley...

Mas existia ela. Amanda.

A garota que fez uma zona em sua vida e pensamentos, abrindo portas que ele nem mesmo sabia que existiam.

Quando falavam que sangues-sujos eram fracos, ele tinha vontade de gritar, "ela não é fraca!". Quando diziam que eles todos deveriam ser mortos, ele pensava automaticamente que trocaria de lugar com ela, para Amanda estar protegida.

Ela era forte, inteligente, corajosa.

E ele.

Ele era fraco. Apenas um garoto enquanto ela parecia ter a vida inteira pronta e resolvida. 

Accidentally in Love - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora