7. Por Impulso

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A conversa com August havia me dado esperança e uma animação que a muito tempo não sentia. A muito tempo deixei de ter esperança de um dia ser totalmente livre, mas aos poucos, as coisas iriam para seus devidos lugares.

Volto para a obra ja próximo a hora do almoço e encontro David no nosso escritório improvisado. Assim que percebe a minha presença, para o que está fazendo.

- E aí? Como foi? - pergunta, curioso. Antes de começar a falar, passo os olhos pelo local e não encontro a Peste no meu campo de visão.

- Cadê a Peste, digo, a Emma? - Não queria correr o risco de ter minha conversa ouvida de novo.

- Saiu pra almoçar com Zelena, agora só vive grudada com a tia. - fala e sorri, babando mais uma vez pela filha. Que nojo!

- Já foi almoçar? Estou com fome, nem tomei café. - pergunto, ainda de pé.

- Ainda não, Emma saiu no meu carro - tinha uma expressão preocupada em seu rosto e eu sorrio com isso.

- Está preocupado com a filhinha ou com sua Evoque? - provoco e ele ri.

- Digamos que com os dois. - responde, ainda rindo e levanta-se - Vamos, me dá a chave do seu carro, eu dirijo.

- De jeito nenhum, eu dirijo o meu carro. - falo, negando.

- Isso é uma crítica quando à forma que eu dirijo ou uma preocupação dobrada com o seu Volvo?

- Digamos que os dois. - dou uma piscadela e solto um beijo no ar, David apenas ri e me acompanha.

Fomos ao restaurante que costumávamos ir. Almoçamos e eu contei os detalhes da conversa com August e sobre a ideia da doação da minha parte. David era alguém de extrema confiança para mim, o único talvez, e eu o faria sem pensar duas vezes.

A ideia foi bem recebida por ele e combinamos de iniciar esse processo de transferência assim que acabasse a reforma do prédio.

Quando estávamos saindo, o celular de David toca com uma notificação de mensagem.

"Já estou na obra, papai, cadê você?"

"Saí pra almoçar com Regina, mas já estamos voltando."

Voltamos para a obra e tudo estava correndo extremamente bem. Tínhamos reparado mais de 60% das paredes externas já no segundo dia e assim que finalizasse, iríamos fazer uns retoques nas internas, para enfim, concluir.

Sr. Gold se mostrava satisfeito com o serviço e nós ficamos aliviados em mantermos um dos clientes mais importantes da URBAN.

David teve que voltar para URBAN, pois tinha marcado uma reunião com cliente para acertar uma reforma no seu ponto comercial, nada muito grandioso, então não precisaria da minha presença e eu continuei na obra.

Após finalizar o expediente, já passava das 18h e eu fui para casa. Tudo silencioso e calmo. Como era de costume, deixo minha bolsa no aparador e tiro minhas botas na entrada. Me direciono até a cozinha para pegar um copo de água e aproveito pra pegar também uma maçã.

Me sento a mesa e começo a mexer no celular, enquanto como a minha maçã. A luz da cozinha se acende e Robin entra.

- Achei que estivesse preparando nosso jantar.

- Ah, meu querido. Acho que você me superestima demais. - falo, ainda olhando para a tela do celular - Depois de um dia inteiro de trabalho, acha que vou chegar em casa e vou encostar minha linda barriga no fogão pra fazer seu jantar? Nunca.

- Regina, para de ser tão dura comigo. Vive me tratando mal desnecessariamente. - eu reviro os olhos com o seu vitimismo forçado. Ele encosta-se no batente da porta e cruza os braços. - Pelo que vejo, só eu luto pra manter nosso casamento.

His Daughter - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora