Sua frase ecoa em minha mente pelo que parece ser uma eternidade.
Há quanto tempo eu não ouço algo assim? Algo realmente significante, que me causa arrepio e faz meu coração acelerar? Desde quando palavras como essas causam esse efeito sobre mim? Desde agora, desde Emma.
Eu não esperava ouvir isso assim tão cedo, e apesar de já saber da existência desse sentimento entre nós, foi inesperado, assim como toda essa noite.
Emma me surpreendeu em inúmeros aspectos, de inúmeras formas e isso só vem aumentando a cada dia, assim como o que sinto por ela.
Conforme meu sorriso se abre, o seu de alívio o acompanha. Como foi possível eu me apaixonar por Emma? Como foi possível ela, a Peste, conquistar meu coração?
Revivo silenciosamente, enquanto observo seu olhar doce em mim, nosso primeiro beijo, nossa primeira noite, aquele sexo casual iniciado da forma mais aleatória possível... Até chegarmos aqui.
Desde que identifiquei e assumi esse meu sentimento, eu não esperava ser correspondida à altura, várias coisas nos distanciam, nossas personalidades, nossos interesses; porém, o que é desavença entre a maioria, pouco importou para nós.
Estar aqui com Emma, num mundo criado sob medida para nós duas, por nós mesmas, parece ser o que eu necessitava e nem ao menos sabia disso.
- Desculpa... - Sua voz continua sussurrada, seus dentes prendem seu lábio num gesto tímido e sua mão agora acaricia meu rosto. - Desculpa falar isso assim de forma tão inesperada, eu não quero te assustar, apenas senti necessidade de expor o que sinto.
- Não, você não me assustou. - Respondo usando o mesmo tom que o seu, encarando seus olhos brilhantes, como se fossem minha fonte de coragem. - Nada disso que sente é unilateral... Eu gosto, gosto de te ter ao meu lado, gosto do que estamos vivendo e isso me leva a pensar que logo tudo vai voltar ao normal. David vai voltar de viagem, você vai embora e...
- Shii! - Desliza seu indicador até os meus lábios, calando-me. - Não vamos pensar nisso agora, ok?! Eu estou aqui, você está aqui e é só isso que importa. - Emma deixa sua taça na mesinha de centro e volta a acariciar meu rosto com as duas mãos. - Nada vai mudar entre a gente, e no que depender de mim, nada vai nos afastar, nada vai te tirar de mim.
Sua convicção é contagiante, ela sobe como adrenalina pelo meu corpo, acelerando minha respiração. A certeza da recíproca me faz querer arriscar, querer ir além, mesmo sem saber exatamente aonde, quero apenas estar com ela.
Tomada pela aura sentimental e romântica que nos cerca, aproximo meus lábios dos seus e a beijo. Quero transmitir em nosso beijo tudo que suas palavras me causaram, todas as emoções mais confusas e até mesmo as mais desconhecidas. Quero que ela sinta que não está sozinha nesse descobrimento, nesse novo sentimento que surge dentro de nós e que se exibe à sua maneira, ao seu tempo, em seu ritmo.
Seus dedos se embrenham em meus fios e os aperta, intensificando nosso beijo, como se entendesse o que eu estou tentando fazer e compartilhasse do mesmo desejo.
Apesar da exigência existente em nosso beijo, nossos lábios se acariciam de forma suave. Sua língua encontra a minha e desliza por ela num toque calmo e ritmado, explorando minha boca como ela sempre faz. Seu beijo me enfeitiça, seu gosto é o melhor que já provei, consigo me perder facilmente e ceder totalmente a todos os meus instintos.
É como se quanto mais dela eu tivesse, mais eu precisasse. Precisasse de mais do seu toque, do seu beijo, do seu corpo. Precisasse de Emma.
Com o vinho e os petiscos esquecidos por enquanto, continuamos em nosso beijo cada vez mais urgente. Talvez a bebida ou as sensações nos fizeram perder a noção de tempo e espaço. Quando, por hora, nós nos afastamos, recebo demorados selinhos em meio a sorrisos.
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His Daughter - SwanQueen
FanfictionE se a filha adolescente do seu melhor amigo gostasse de te provocar? E depois de anos, voltasse mudada e isso começasse a mexer com você? Ser sócia de uma das mais famosas corporações de engenharia da América Latina, gera grande reconhecimento e in...