33. Coisa de Garotas

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Apesar de estar quase pegando no sono, essa frase de Emma me faz despertar instantaneamente. Namorada?!

- Sua namorada? Você disse que eu era sua namorada? - Saio de seu abraço, sentando na cama, ficando de frente para ela, que tem um sorriso contido nos lábios.

- É claro que não! Ela que disse: Parabéns, sua namorada é linda... - Dá de ombros, levando as mãos para atrás da cabeça.

- E o que você disse?

- Eu disse "Obrigada"... - Respondeu como se fosse óbvio.

- Emma... - Repreendo-a. Isso não deveria estar acontecendo, é muito arriscado.

- O que você queria que eu dissesse? - Repete meu ato de sentar na cama. - "Ahh, ela não é minha namorada, ela é a melhor amiga do meu pai e que porventura estamos tendo um caso. Mas é só isso..." - Responde de forma irônica e eu levanto da cama, o que a faz revirar os olhos. - Eu só quis encurtar o papo, não achei que precisava dar satisfações.

- É claro que não precisava, eu só estou preocupada com isso. - Começo a andar de um lado para o outro no quarto e Emma deita as costas na cabeceira. - O que estamos fazendo é extremamente errado e esse tipo de comentário é muito perigoso...

- Regina, relaxa! A gente nunca mais vai nem ver aquela menina... - A calma de Emma me irrita. - Vem, esquece isso... Deita aqui. - Bate no espaço vazio ao seu lado. Nego com a cabeça e permaneço no lugar com os braços cruzados.

Aquela loja não é tão longe da URBAN, talvez se alguém for até lá e...

Minha razão grita que isso tem saldo negativo de probabilidade, mas ainda assim fico receosa com a ideia.

Vejo Emma se levantar e vir até mim, quando está próxima o suficiente, ela coloca as mãos em meu rosto, puxando-me para um beijo rápido.

- Eu nunca namoraria você... Você é muito chata! - Fala contra minha boca e mesmo sem eu querer, ela me arranca um sorriso. Peste.

Seu corpo me empurra de volta para a cama, ainda colado no meu. Vencida e a contragosto, volto para cama e retomamos a mesma posição de antes. Emma afasta meus cabelos e distribui beijos por meu pescoço, fazendo-me relaxar um pouco.

- E só pra constar... - Chamo sua atenção, o que a faz parar com seus carinhos para me ouvir. - Eu não namoraria você nem que me implorasse... Você é muito exibida. - Rebato e sinto-a sorrir contra meu pescoço, apertando seu abraço ao redor da minha cintura.

Por um momento, passou pela minha cabeça que não rotular o que estamos tendo, deixaria aberto a interpretações e isso seria motivo suficiente para que Emma entendesse as coisas de um jeito errado.

Não estou buscando um relacionamento, muito menos com a filha de David e saber que ela também não está, deixa-me aliviada.

Não sei quanto tempo isso vai durar, mas sei que não pode passar de ser o que é hoje.

Com o assunto encerrado com uma pitada de humor, consigo me render ao sono que novamente me envolve. Mais uma vez adormeço no abraço quente e seguro de Emma.

Pela manhã, eu acordo sem o peso de Emma em meu corpo, mas ela está deitada de bruços ao meu lado, com seus cabelos dourados espalhados pela fronha branca. Sorrio com isso.

Levanto-me da cama e caminho para o banheiro. Ainda é cedo, então posso me dar ao luxo de tomar um banho de banheira. Coloco a banheira para encher, enquanto escovo os dentes, depois prendo meu cabelo e entro na água quentinha. Fico alguns minutos apenas relaxando, com a cabeça apoiada na borda e de olhos fechados.

His Daughter - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora