49. Minha melhor versão

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Sabe aquela sensação de que tudo está indo bem demais e que isso só pode estar errado?

É notório que não havia possibilidades de eu sequer chegar a pensar nisso, nem ao menos esperava que ele fosse me aceitar; e querer conhecer a pessoa com quem eu estou saindo, até o presente momento, parecia estar absurdamente longe da realidade.

- Ela quem? - Ponho em meu rosto uma expressão confusa, tentando disfarçar a aflição que me consome por dentro. Tenho um fio de esperança de que ele esteja falando de outra coisa.

- A pessoa que você está... Namorando?! - Ele devolve minha expressão de confusão.

- Olha, David, eu não acho que seja... - Inicio, mesmo não tendo palavras para responder.

- Regina, eu estou tentando, ok?! - Ele alcança minha mão. - Não precisa mais se esconder de mim.

Seu tom de voz é reconfortante, e ao encarar seus olhos vejo o David que eu posso falar qualquer coisa, que eu posso me abrir, que posso ser eu mesma... Porém, sinto que já dei um grande passo, e quem sabe um dia, eu poderei encontrar um espaço para contar toda a verdade.

- Eu sei, é só que... - Cubro sua mão com a minha outra. - Não tem ninguém pra conhecer, não estou namorando ninguém.

- Mas e a pessoa que estava com você no seu apartamento?

- Não é nada sério, foi só... - Respiro fundo antes de responder. Não quero e não me sinto confortável em dizer que foi apenas um lance de uma noite, é como ir contra tudo que sinto por Emma, mas também não tenho uma definição melhor. - Não é nada sério! - Repito.

- Tudo bem então, se está dizendo. - Sorri compreensivo. - Eu posso ser meio leigo nesse assunto, mas quero que se sinta à vontade para me corrigir quando eu falar alguma bobagem ou agir de forma que te desagrade. Preciso da sua ajuda pra fazer do jeito certo.

- Obrigada, isso é muito importante pra mim.

- Pra nós dois! - Sua segunda mão pousa sobre as minhas, fazendo-me sorrir. - A gente precisa voltar pra URBAN, ainda quero ver a minha filha. Posso pedir a conta?

- Sim, e pode pagar também. - Dou tapinhas na sua mão, arrancando uma risada dele.

Voltamos para URBAN ao som dos protestos de David por eu não o deixar dirigir o meu carro. Ele nunca perde a mania de criticar a forma calma e segura com que eu dirijo. Sob ameaça de ser atirado na estrada, ele se conforma em ser apenas o meu instrutor de trânsito.

Chegando em minha sala, avisto Belle e Emma no maior papo e as observo por um tempo, nunca pensei que ficaria feliz com algo tão pequeno, mas considerando meu estado emocional, é compreensível. Aproximo-me das duas e recebo instantaneamente olhares curiosos.

- E aí, como foi? - Emma avança ainda mais sobre mim, provocando meus olhares com ela incrivelmente linda nesse jeans rasgado e camisa social pretos.

Foco, Regina!

- Bem melhor do que eu esperava, confesso. - Entro na minha sala, sendo seguida pelas duas. - A gente conversou e... Ele compreendeu e disse que vai tentar, por mim.

- Eu sabia!! - Belle grita, apontando o dedo para mim. - Sabe quantas vezes eu disse pra ela que iria ficar tudo bem, Emma? Nem eu sei mais quantas vezes.

- Se somar com as vezes em que eu disse isso, acho que já temos uma quantidade considerável.

- Ok, vocês tinham razão, mas eu só não queria criar expectativas. E no fundo, foi bem melhor ter me surpreendido positivamente. - Admito sorrindo.

- O importante é que deu tudo certo. - Emma dá a volta na minha mesa, parando ao meu lado. - Eu vou ver o meu pai, então mais tarde a gente se fala, ok?! - Emma detém meu olhar até aproximar seu rosto do meu, beijando o canto da minha boca e tentando se afastar. Eu, obviamente a impeço, segurando seu pescoço e trazendo seu beijo até meus lábios, não me importando com a presença de Belle. Pouco depois, permito que Emma se afaste com um sorriso presunçoso no rosto e se dirija à saída.  - Tchau, Bell!

His Daughter - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora