His Daughter - SwanQueen

19. Natal: Reis Magos

Normalmente, como a maioria das pessoas, eu não gosto de ser acordada. Mas aquela brisa marinha e aquele sol ainda tímido iluminando meu quarto e as águas, fez eu abrir uma exceção. Essa vista linda da praia me deu uma disposição para viver que há muito eu não sentia. Sinto que essa viagem e esse lugar vão me renovar.

Iríamos encontrar os representantes no local para nos acompanhar. A visitação seria resumida em conhecer o prédio, fazer uma avaliação do terreno, tirar algumas fotos do local e analisar quais possíveis opções de projetos poderiam ser feitos ali. Isso com toda certeza levaria boa parte do dia. Mas estou feliz, é algo que eu sempre quis trabalhar e tenho certeza que vai ser uma experiência única, apesar de não ser minha parte favorita.

Após o banho, visto uma calça jeans, uma camisa cinza com a logo da URBAN e minhas botas, prendo o cabelo em um rabo de cavalo e acrescento apenas meu usual batom vermelho, já que minha noite de sono foi ótima e não amanheci com olheiras. Mando uma mensagem para Emma, avisando que eu já estava pronta, iria descer para tomar café e esperaria por ela no restaurante do hotel.

Ao chegar no restaurante, tem uma mesa disposta de café da manhã. Sirvo-me apenas do meu café e de alguns bolinhos, seguindo até uma das mesas afastadas. É um enorme sobradinho onde ficam as mesas, a cobertura é feita de uma espécie de palha escura e as mesas e cadeiras de madeira também escura. É muito ventilado, um ar puro, gostoso e geladinho, apesar do sol já bem forte.

A visitação estava marcada para as 08h30 e já são quase 8h e nada de Emma. Tudo bem, talvez ela chegue em alguns minutos, posso dar essa chance a ela.

Continuo encarando aquele mar e consigo ficar ainda mais encantada. Se tem uma coisa que eu preciso fazer é entrar nesse mar azul antes de voltar para São Paulo.

Depois do meu café da manhã extremamente agradável, lembro-me de Emma e checo o celular. Ela nem tinha visualizado a mensagem que mandei. Ligo duas vezes, mas chama até cair.

"Porra, Swan"

Saio do restaurante e rumo para o quarto de Emma. Bato na porta e depois de uns cinco minutos quase derrubando a porta, ela é aberta. Emma está dormindo em pé ainda, vestida apenas de uma camiseta e calcinha.

- Eu não estou acreditando que você ainda estava dormindo!! - entro no quarto sem a menor cerimônia e ela apenas fecha a porta sem dizer nada e para diante de mim - Estamos atrasadas. - viro a tela do celular e mostro a hora e enfim ela desperta.

- Droga!! Desculpa, eu não dormi muito bem... Só me dá um minuto que rapidinho eu me arrumo. - sento na sua cama e pego o celular para avisar aos representantes que chegaríamos um pouco atrasadas.

É nisso que dá dar trabalhos importantes para essas crianças.

Mais cinco minutos se passaram e Emma sai do banheiro de toalha e começa a procurar as roupas na mala. Ela parece não importar-se com a minha presença ali e deixa a toalha cair para começar a se vestir.

- Eu... - Desvio o olhar para as paredes. - Eu vou te esperar lá no restaurante pra você tomar café antes de irmos... - levanto-me e pego minha bolsa.

- Você disse que estávamos atrasadas! - põe as mãos na cintura. Já estava vestida de calcinha e sutiã e eu estava tentando focar em seus olhos.

- Sim, mas não sei que horas estaremos de volta, então você vai ter que comer alguma coisa... E eu também já liguei para os representantes e avisei sobre nosso atraso, então se apresse... Não abuse da sorte. - sorri de forma maliciosa, percebendo meus olhares discretos sobre o seu corpo.

- Ok, Senhora Mills. Eu já desço. - concordo com a cabeça e saio do quarto correndo.

Já no restaurante, me sento novamente na mesma mesa e tento focar nos meus dedos, ou nos talheres dispostos, na decoração do restaurante, mas não consigo. Qualquer pessoa consegue ver o quão descarada a Peste é, ela fez questão de se trocar na minha frente e eu só penso na falta de noção... e na imagem de Emma vestida daquele jeito ou despida daquele jeito.. Para piorar, a maldita sabe ser provocante e eu não sei ser discreta, a combinação (im)perfeita.