Burra!!
É isso que eu sou...
É óbvio que a droga do meu batom estaria borrado depois de quase fundir a minha boca com a de Emma.
Mas ainda existe a possibilidade de Zelena não ter ligado as pontas, afinal, Emma não estava com os lábios manchados de batom, graças ao meu batom matte. Mas, diferente de mim, Zelena não é burra, ela pode ser irritante, metida, chata, exibida, debochada, inconveniente, mas burra ela não é, infelizmente.
É óbvio que ela entendeu direitinho o que estava acontecendo nesse quarto, antes da sua irritante presença nos interromper. Para confirmar as minhas infelizes suspeitas, a cobra ruiva me lança um sorrisinho diabólico e sai do quarto, deixando-me completamente sem chão e sem a menor condição de dar um passo para fora.
É como se tudo estivesse perdido. Zelena me odeia e odeia igualmente a minha amizade com David, ela nunca escondeu sua inveja da nossa relação. Sem sombra de dúvidas, com essa carta na manga ela não vai sequer precisar de esforços para me afastar dele. Esse momento, por exemplo, imagino ela entregando a minha cabeça numa bandeja de ouro.
Fecho a porta, jogando-me nela. Minha respiração começa a acelerar, eu literalmente me contorço em aflição. Começo a andar de um lado para o outro dentro do quarto de Emma. A sensação é que o espaço está se encurtando e o ar ficando rarefeito. Uma pressão em minha cabeça e em meu peito, entrega o quanto estou despreparada para esse momento. A ideia de David descobrir nunca esteve tão palpável assim.
Porra, era tão perigoso fazer isso aqui, na casa de David!
Mas Emma, ela, de alguma forma, desarma-me. Com ela eu não penso em consequências, com ela eu sou imprudente como uma adolescente. É como se ela entrasse na minha cabeça, e mesmo relutante eu cedo às suas vontades.
Minutos se passam e a confusão em minha mente continua a todo vapor. Ainda não ouço gritos ou vozes alteradas, mas a possibilidade de uma compreensão vinda de David é completamente nula. Sou tirada dos meus pensamentos com batidas na porta, e em seguida, Emma entrando no quarto.
- Regina?! Estamos esperando você pra almoçar... - Ignoro sua fala e continuo com as sobrancelhas unidas. Com os olhos procuro algum ponto para fixar e pensar em alguma explicação, em alguma frase para impedi-lo de me odiar para sempre. Emma aproxima-se de mim, pondo as mãos em minha cintura, fazendo-me parar. Por impulso, eu apenas recuo do seu toque, afastando-me o máximo possível dela. - Ei! O que houve? Por que está agindo assim?
- Isso tudo foi um erro... - Solto num tom rouco, percebendo o tamanho do nó na minha garganta. Dou alguns passos para trás, sentando na cama com a mão entre os cabelos, junto da agonia percorrendo toda minha mente.
- Do que, exatamente, você está falando? - Ela se abaixa na minha frente, colocando as mãos nos meus joelhos. As lágrimas fazem seu papel e começam a lavar meu rosto, o que deixa Emma visivelmente preocupada. - Meu Deus, Regina. Fala o que houve! - Seu tom é assustado.
Fecho os olhos com força, tentando ser racional. Emma não estaria aqui se Zelena já tivesse dito para David, não é?
- Nós, Emma!! - Engoli seco, abrindo os olhos e visualizando o mar verde a minha frente. - Deixar que acontecesse uma vez, me pareceu um erro pequeno e irrelevante... - Faço uma pausa, vendo os olhos de Emma analisarem cada centímetro meu. Continuo minha fala lenta. - Mas a proporção que isso vem tomando... misturado com o fato de eu não conseguir me afastar de você, está se tornando uma bola de neve que a qualquer momento vai passar por cima de nós e de todos que nos rodeiam.
Seu olhar para no meu, tenso, estático. Emma aperta minha perna, descendo o olhar para o chão. Meu peito se aperta, é como se toda essa situação estivesse me esmagando.
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His Daughter - SwanQueen
FanfictionE se a filha adolescente do seu melhor amigo gostasse de te provocar? E depois de anos, voltasse mudada e isso começasse a mexer com você? Ser sócia de uma das mais famosas corporações de engenharia da América Latina, gera grande reconhecimento e in...