11. Parcela de culpa

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Eu sabia o que estava prestes a acontecer e eu só conseguia sentir nojo, nojo de Robin, nojo de mim, nojo da vida. Nunca pensei que ele seria capaz de fazer isso e muito menos que eu seria tão fraca. Eu estava usando todas as minhas forças, estava chutando, batendo, gritando e parecia que ele nem sentia. Ele me imobilizou com seu peso sobre minhas pernas, enquanto minhas mãos estavam presas por seu cinto.

Não! Não! Eu preciso fazer mais força!

Ele estava estrategicamente esperando eu ficar fraca, esperando eu cansar. Maldito!

Fechei os olhos, na tentativa falha de esquecer o que estava acontecendo, não tinha apenas meu corpo prestes a ser violado, como também a minha dignidade e força indo mais fundo que o próprio inferno.

Não posso me dar por vencida. Eu nunca vou me dar por vencida. Depois de um tempo, parei de fazer força e tentei parecer normal. Ele continuava me tocando e me beijando.

- Robin, meu amor. - abri os olhos e o encarei. Ele rapidamente parou o que fazia e me olhou. - Tudo bem, eu vou ser sua, eu me entrego pra você, só me solta, vamos fazer do jeito certo.

- Por que acreditaria em você? - Ele estreitou os olhos. Apesar de estar bêbado e sabe-se lá o quê mais, ele não era tão burro.
Respirei fundo, juntando as minhas forças.

- Porque eu sou sua mulher e sei que está na hora de agir como tal. - Ele aliviou um pouco seu aperto, mas ainda estava na defensiva. - Eu pensei melhor e sim, eu também quero construir uma família com você, a gente pode começar a tentar agora, mas você tem que me soltar primeiro. - Usei meu tom de voz mais calmo possível, dado as circunstâncias. Ele negou com a cabeça, apesar de parecer estar se convencendo. - E sim, eu gostei da sua ideia... Eu só disse aquilo porque me sinto trocada, eu sinto que você me trocou. - Ele me olhou confuso. - Você me trocou pelos seus jogos e seus amigos. Não dorme mais comigo e... E você não tem estado presente. - Finalmente ele me soltou, apesar de continuar em cima de mim.

- Meu amor, eu não sabia que se sentia assim... - Tocou meu rosto. Eu estava com as mãos tremendo de nervosismo, minha respiração acelerada. - Agora tudo vai ser diferente, ok? Eu prometo que vamos ser felizes para sempre. - Beijou minha boca com força. - Eu sabia que você iria repensar, meu amor. Que bom que percebeu que é o melhor pra nós.

- Sim, meu amor. Me perdoa, me perdoa por tudo que fiz e pelas coisas horríveis que sempre falei pra você... - Robin exibia um sorriso satisfeito, tira o cinto que prendia meus pulsos e logo em seguida tira seu corpo de cima do meu. Direciono meus olhos para a porta do quarto que estava entreaberta e levanto-me, parando a sua frente. - Deixa eu te compensar por todo esse tempo... - Toco em seu rosto. Meu coração estava a mil, eu me sentia uma presa, prestes a virar o jantar. Mas eu tinha a chance de escapar. Eu sentia a adrenalina correndo em minhas veias, me preparando. - Anda... tira essa camisa. - Minha voz falhou, mas para minha sorte, ele não parecia desconfiado.

Quando ele estava na metade do ato, com o tecido cobrindo seu rosto, corro em direção a porta e consigo sair do quarto com uma vantagem.

Eu usava toda minha agilidade para passar por entre os móveis, os sofás e todos os cômodos. Eu ouvia seus passos altos atrás de mim, o medo me dava forças e velocidade.

Eu poderia até estar arriscando a minha vida, porque aquele Robin era um total desconhecido e depois disso que está acontecendo, eu não sabia mais o que esperar.

Consigo chegar a sala sem que ele conseguisse me alcançar, mas não durou muito. Quando consegui chegar a porta da frente, sinto sua mão envolver minha cintura, o que me faz recuar e quase cair.

- Não!!! Socorro!!- Grito alto, por reflexo.

Minha casa tem uma grande piscina na entrada, para logo depois ter um portão de ferro bem grande que levava até a saída. Ninguém iria me ouvir.

His Daughter - SwanQueenOnde histórias criam vida. Descubra agora