Eu passei a noite inteira provocando Emma e sendo provocada por ela. Estávamos em um local público e na presença de David, acreditava piamente que nada iria acontecer, só a boa e velha provocação. Agora estamos juntas e sozinhas, a caminho da minha casa.
Sentadas lado a lado, eu ligo o aquecedor do banco e coloco o cinto. Em outras ocasiões eu ficaria repreendendo Emma caso fizesse algo errado no trânsito, mas em minhas atuais condições, eu não consigo manter os olhos fixos por muito tempo em lugar algum sem desfocar, então é melhor confiar nela.
Sinto minha boca secar e procuro no porta luvas refrigerado a garrafa de água que sempre deixo aqui, mas não encontro.
- Droga! - Praguejo baixo e fecho com força o porta luvas.
- O que foi? Está enjoada? - Emma pergunta, intercalando o olhar entre o trânsito e a mim.
- Não, eu só estou com sede. - Deito a cabeça no vidro e fecho os olhos, sentindo o carro perder velocidade até parar. Abro os olhos e a encaro, está tirando o cinto.
- Só um minuto. - Abre a porta e sai do carro. Olho para fora e vejo uma conveniência 24 horas. São bem comuns aqui.
Observo Emma pelo vidro escuro do carro. Sua silhueta é tão familiar, tão íntima. Observo seus cabelos ainda presos do jogo de sinuca. Ela tirou a jaqueta e está somente de regata preta, deixando seus braços definidos a mostra. Repreendo-me e tiro o olhar da Peste. Eu sei que não devo, sei que não posso, mas eu simplesmente não consigo impedir que ela entre em meus pensamentos e que isso reflita em minhas atitudes.
- Porra... - Coloco a mão na testa e deixo minha cabeça cair até o encosto do banco. Passo alguns segundos olhando para o teto do carro e quando olho pela janela, vejo Emma se aproximar.
A porta do carro é aberta e ela entra com uma sacola.
- Eu trouxe água mineral e água de coco, qual vai querer? - Na boca ela já mastiga alguns Finis.
- Eu quero as duas... - Sorrio fracamente com o olhar admirado de Emma.
Ela abre a garrafa de água mineral e me oferece. Tomo um gole generoso e então a entrego a garrafa de novo. Ela já tem tirado o lacre da água de coco e me dá, logo bebo o líquido até a metade. Emma termina a garrafa e coloca o cinto de novo, já dando partida no carro. E aqui está de novo a Emma atenciosa.
Após alguns minutos, termino de tomar a minha água e coloco o copo junto da sacola que Emma colocou o lixo. Ela está no último canudo de Fini e me olha antes de colocar na boca, para então me oferecer o doce. Aceito e mordo até mais da metade, deixando pouco em sua mão.
- Nossa... E eu achando que você não gostava! - Ela sorri e tira os olhos do que sobrou do fini para a estrada.
- Me dá o resto. - Peço e ela o aproxima da minha boca. Seguro em sua mão e uso a língua para pegar o último pedaço do doce, fazendo-a olhar para mim imediatamente.
Ela nega com a cabeça e respira fundo. Eu sorrio internamente e logo volto a olhar pela janela ao meu lado. Eu tento, mas esse joguinho de provocação é muito bom para ser deixado de lado assim, melhor ainda é ver como ela reage as minhas provocações.
O resto do caminho foi feito em silêncio, fui de olhos fechados a maior parte do tempo. Quando abri os olhos depois de um tempo, já estávamos no estacionamento do meu prédio.
Emma pega a sacola com os plásticos, sua jaqueta e sai do carro, vindo até o meu lado e abrindo a porta para mim. O carro é um pouco alto e minha embriaguez com meu salto alto não são uma boa combinação. Seguro na mão de Emma e desço. Ela ativa o alarme do meu carro e pega na minha mão, levando-me até o elevador.
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His Daughter - SwanQueen
FanfictionE se a filha adolescente do seu melhor amigo gostasse de te provocar? E depois de anos, voltasse mudada e isso começasse a mexer com você? Ser sócia de uma das mais famosas corporações de engenharia da América Latina, gera grande reconhecimento e in...