Capítulo XI

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Capítulo XI

No sábado, eu acordei mais tarde do que costumava. Eu me levantei e deixei o café da manhã para Henrico, então voltei para seu lado na cama, e voltei a dormir. Ao sair, Henrico se despediu e me desejou boa festa.

-Comporte-se - ele exigiu - Até mais.

Eu dormi por mais um tempo antes de levantar. Comi algo leve e adiantei algumas tarefas. Henrico dissera que eu não precisava deixar o almoço, nem o jantar, pois ele voltaria tarde. Então, me concentrei em limpar e arrumar.

A festa de Giuseppe começava no fim da tarde, e ele mandaria um carro me buscar. Então, assim que terminei de limpar a casa, tomei um banho e comecei a me arrumar. Eu não tinha vestidos de festa, e disse isso a ele antes de aceitar seu convite. Ele me dissera para não me preocupar, que eu poderia usar algum dos meus vestidos ou ele poderia pedir que aprontassem um para mim.

Ele me entregara o vestido ontem ao me buscar na vinícola. Eu ainda não o tinha aberto. Ainda de robe, arrumei meu cabelo em um penteado, com um coque e uma trança. Não estava perfeito e eu via algumas mechas escapando, mas não havia tempo para consertar.

Henrico não gostava que eu gastasse minha maquiagem, então usei pouco, apenas rímel e uma sombra clara para ressaltar meus olhos, e um pouco de brilho nos lábios. Eu não tinha muitas jóias, não era algo com que me preocupava quando minha prioridade era comprar comida. Coloquei um brinco de prata que era herança de minha avó, e, como sempre, minha aliança.

Respirei fundo antes de abrir o pacote com o vestido, temendo que não fosse gostar.

Mas ele era diferente de tudo o que eu já vira. O tecido era macio, fresco e brilhante. Quando vesti, a cor de lavanda fazia meus olhos se destacarem, e eu gostei do contraste. O decote era modesto e o vestido não tinha mangas. A saia ia até a panturrilha, e, agora, vestida, eu percebia que o vestido tinha um corte do lado esquerdo que subia até dois dedos acima de meu joelho, o que não dava para perceber com o vestido pendurado.

Ao olhar o modelo, ele me fazia lembrar o vestido de uma atriz cujo nome eu não lembrava. Mas o vestido dela tinha mangas e era um pouco mais comprido.

Eu calcei os saltos nude no mesmo momento que ouvi a buzina. Apertei o convite em minha mãos e andei até o elegante carro preto.

O motorista ficou em silêncio todo o trajeto, enquanto eu retorcia minhas mãos em ansiedade.

A mansão ficava em um local mais distante da cidade, e eu podia ver todos os elegantes carros e as pessoas influentes chegando aos montes.

Me surpreendi ao ver que Giuseppe me esperava em frente à mansão, trajado em um elegante uniforme. Ele sorriu ao reconhecer o carro e se adiantou para abrir a porta e segurar minha mão para que eu descesse. Ele fez um cumprimento com a cabeça e beijou minha mão.

-Você está linda, Amélia.

Eu sorri, mas senti meu rosto corando.

-Obrigada, Giuseppe. Obrigada pelo vestido, ele é lindo.

-Que bom que gostou - ele riu - Vamos?

Ele me ofereceu o braço e me conduziu para dentro, fazendo gestos com a cabeça ou as mãos para cumprimentar os outros convidados.

-Você conhece todas essas pessoas? - perguntei, com os dentes cerrados e os lábios congelados em um sorriso.

-Não - ele riu novamente - Mas preciso fingir que sim, eles pensam que eu vou me lembrar de todos eles.

Segurei o riso. A cada passo, a mansão parecia mais exuberante.

-Não me diga que é aqui que você mora - comentei,

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