Capítulo XXV

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Capítlo XXV

Ele apoia a bicicleta com cuidado na parede, e se aproxima com um papel nas mãos.

-Marco, como você está, querido? - eu dou um sorriso e o abraço. Ele fica um pouco sem reação. Marco sempre foi um pouco tímido e acredito que ser abraçado em público não é uma de suas coisas preferidas - Como estão todos em casa?

Ele assente, devagar.

-Estão todos bem. Eu também, obrigado por perguntar. O Giuseppe lhe mandou um recado - ele estende o papel para que eu pegue.

-Ele mandou, é? - murmuro, mais para mim mesma do que para ele, enquanto pego o recado e leio.

Marco dá um sorriso.

-É, ele me contratou para te entregar - ele diz, orgulhoso e aponta a bicicleta nova com o queixo, disfarçadamente, como se esperando que eu pergunte sobre ela.

-É sua bicicleta nova? - pergunto, segurando a risada quando seus olhos brilham.

Ele nem consegue conter o sorriso de orelha a orelha quando vai buscar a bicicleta para me mostrar.

-É. Incrível, né? Giulia ganhou um piano.

-Ah, é? Antônio não mencionou que vocês tinham comprado essas coisas. Vou ter que lhe dar uns puxões de orelha quando o vir novamente, por não me contar as novidades.

Ele dá uma risada. Sempre adorou me ver implicando com Antônio.

-Mas nós não compramos. Foram presentes do General - ele encolheu os ombros - Mamãe disse que não precisava, mas ele insistiu. Contratou um professor de música para Giulia também. Minha mãe ficou doida.

Dou risada.

-Posso imaginar. Mas vocês merecem - eu digo, e ponho a mão em sua cabeça, muito embora ele já esteja um pouco mais alto do que eu - Seu aniversário é logo, logo, hein? Vou comprar presentes para vocês também.

Marco dá risada, mas seu rosto fica vermelho.

-Não precisa, Amélia... - ele diz, mordendo as bochechas, envergonhado. Ele dá um sorriso sem graça e me abraça - Obrigado.

Fecho os olhos. Toda a família de Antônio sempre foi como uma família para mim. É bom ver que não os perdi, mesmo depois de tudo o que aconteceu.

Marco pigarreia. Ok, chega de contato.

-O que devo responder ao General? - ele questiona.

Umedeço os lábios e leio o papel novamente. Não, eu não posso aceitar.

-Eu...

-Ah, Giulia vai tocar o piano - Marco disse, distraidamente - E vai estar todo mundo, até a Nicole.

Droga. Assim fica mais difícil recusar. Marco me olha atentamente, as sobrancelhas levemente franzidas.

-Claro, vou estar lá amanhã - eu sorrio levemente - Por vocês, claro - acrescento, como não quer nada.

-Fechou!

Marco sobe na bicicleta, e está pronto para ir embora, mas eu o chamo:

-Ei! - ele olha - Eu adoro a Nicole, mas você, Giulia e Nero ainda são só meus, hein - Marco dá risada - Marco!

-Eu sei! - ele começa a se distanciar - Foi bom te ver, Amélia!

Eu aceno e ele vai embora.

Ó Deus. A situação em que acabei de me colocar. Prometi ir a um almoço na casa de Giuseppe, com Telma, Nicole e toda a família Sartori. Henrico vai amar a ideia.

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